ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
17)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Que recomendação
Padre Germano nos fez
com relação aos
presidiários?
Padre Germano pede-nos
com ênfase em seu livro:
“Amai! amai muito os
presos! Procurai
instruí-los. Justo é,
decerto, castigar o
delinquente, mas convém,
por mais justo, fazê-lo
abrindo-lhe as portas da
regeneração. Triturando,
espezinhando o corpo do
preso, apenas levais o
desespero à sua alma, e
ai! -- não espereis
ações generosas de
espíritos desesperados”.
Segundo Germano, não
adianta abrir Ateneus e
Universidades, se antes
não começarmos a
instruir os criminosos,
cuja ignorância os
condena a perpétua
servidão.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 298 e 299.)
B. Padre Germano era
contra os conventos?
Sim. Suas ideias a
respeito disso são
absolutamente claras.
Ele sempre desejou que a
mulher amasse a Deus
“engrandecendo-se,
instruindo-se,
moralizando-se,
humanizando-se, e não
com essas virtudes
tétricas e frias, que
excluem o altruísmo e o
perdão”. “Mulheres! –
conclama Padre Germano
– adorai a Deus
embalando o berço dos
vossos filhos, ajudando
vossos pais, auxiliando
vossos maridos,
consolando os
necessitados.”
(Obra citada, pp. 312 e
313.)
C. Que dizia Padre
Germano a respeito do
celibato religioso?
Ao criticar o celibato
religioso, Germano é
peremptório: “Homens e
mulheres só foram
criados para se unirem
debaixo das leis que
regem a constituição da
família, vivendo
moralmente, sem violar
os votos contraídos.
Tudo quanto se afasta
das leis naturais há de
produzir o que até agora
se tem visto: sombras
densas, obscurantismo
fatal, superstição
religiosa, negação do
progresso e
desconhecimento de
Deus”. E acrescentou: “A
escola materialista deve
sua origem ao abuso das
religiões”.
(Obra citada, pág. 314.)
Texto para leitura
140. Muitos anos depois,
um velho coberto de
andrajos apareceu a
Germano pedindo uma
esmola destinada a
crianças cujos pais
estivessem encarcerados.
Fazia dez anos que o
ancião assim procedia,
em homenagem à memória
de alguém que o havia
salvo das mãos dos
Penitentes Negros.
Todos os anos, no dia 1o
de janeiro, a coleta era
repartida por vinte
meninos e, ao fazê-lo, o
velho lhes pedia orassem
pela alma de seu
benfeitor -- o Padre
Germano. A narrativa
comoveu-o profundamente,
porque ele estava diante
do mesmo Lauro, a quem
havia ajudado e que
supunha estivesse
Germano morto. (P. 297)
141. Parece que a morte
apenas aguardara o
reencontro dos dois
amigos, pois Lauro, logo
que se retirou daquela
aldeia, tropeçou em
falso, despenhou-se numa
rampa e morreu, sendo
seu corpo sepultado por
Germano ao lado da
menina pálida dos
cabelos negros. (P. 298)
142. Padre Germano, em
face de sua experiência,
pede-nos com ênfase:
“Amai! amai muito os
presos! Procurai
instruí-los. Justo é,
decerto, castigar o
delinquente, mas convém,
por mais justo, fazê-lo
abrindo-lhe as portas da
regeneração. Triturando,
espezinhando o corpo do
preso, apenas levais o
desespero à sua alma, e
ai! -- não espereis
ações generosas de
espíritos desesperados”.
Germano lembra que não
adianta abrir Ateneus e
Universidades, se antes
não começarmos a
instruir os criminosos,
cuja ignorância os
condena a perpétua
servidão. (PP. 298 e
299)
143. No cap. 27,
intitulado “Os votos
religiosos”, Padre
Germano abomina os
conventos e a clausura
imposta às mulheres que
professam. “De uma
mulher sensível é lícito
esperar todos os
sacrifícios e
heroísmos”, assevera o
pároco, que, no entanto,
adverte: “se amando, ela
é um anjo, transforma-se
em demônio quando,
fanatizada por qualquer
credo religioso, a
Humanidade lhe é
indiferente”. “O
demônio... Ah! se essa
entidade existisse, se o
Espírito do mal tivesse
razão de ser, certo se
encarnaria nas mulheres
fanáticas.” (PP. 302 e
303)
144. Ouvindo tais
mulheres em confissão,
Germano chegava a ficar
petrificado. Ignorância,
servilismo e, no fundo
de tudo, quanta
imoralidade! “As
mulheres, pode-se dizer,
fazem falta em qualquer
parte, menos nos
claustros e nos
bordéis.” (PP. 304 e
305)
145. Neste capítulo,
Padre Germano conta o
caso de uma jovem de
nome Eloísa, a quem, por
ser filha espúria de
determinada dama da
sociedade, o pai
destinou à vida
religiosa. Ajudado por
Miguel, que mais tarde
se tornaria seu fiel
colaborador na igreja da
aldeia, o Padre
conseguiu libertar a
moça minutos antes de
professar. Levada por
ele a seu verdadeiro
pai, Eloísa acabou se
casando com o rapaz a
quem amava. Finalizando
o caso, Germano
confessa, com profunda
satisfação, ter evitado,
na última vez que viveu
na Terra, mais de
quarenta “suicídios”,
isto é, votos
religiosos. (PP. 308 a
312)
146. Suas ideias a
respeito são
absolutamente claras.
Ele sempre desejou que a
mulher amasse a Deus
“engrandecendo-se,
instruindo-se,
moralizando-se,
humanizando-se, e não
com essas virtudes
tétricas e frias, que
excluem o altruísmo e o
perdão”, informando que
as mulheres que vivem em
comunidades religiosas
não se amam, nem se
podem amar, uma vez que
desdenham a educação do
sentimento. “Mulheres!
-- conclama Padre
Germano -- adorai a Deus
embalando o berço dos
vossos filhos, ajudando
vossos pais, auxiliando
vossos maridos,
consolando os
necessitados.” (PP. 312
e 313)
147. Criticando o
celibato religioso,
Germano é peremptório:
“Homens e mulheres só
foram criados para se
unirem debaixo das leis
que regem a constituição
da família, vivendo
moralmente, sem violar
os votos contraídos.
Tudo quanto se afasta
das leis naturais há de
produzir o que até agora
se tem visto: sombras
densas, obscurantismo
fatal, superstição
religiosa, negação do
progresso e
desconhecimento de
Deus”. E acrescenta: “A
escola materialista deve
sua origem ao abuso das
religiões”. (P. 314)
148. Soou a hora,
adverte Padre Germano,
de remover do
Cristianismo as
invencionices e os
dogmas que tanto o
desfiguraram, como as
ideias de purgatório,
inferno, limbo e céu --
lugares inventados pela
casta sacerdotal --, e
proclamar a todas as
gentes que não há, nos
limites da eternidade
incalculável, senão duas
coisas -- o futuro e o
progresso. (P. 314)
(Continua na próxima
edição.)