EDUARDO AUGUSTO
LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São
Paulo (Brasil)
Doutrinas vãs
“Mas em vão me
adoram,
ensinando
doutrinas que
são preceitos de
homem.” (Mateus
15:9.)
Ao longo do
tempo os homens
criaram seus
deuses,
semideuses e
heróis da
antiguidade. Um
grande conjunto
de mitos de um
povo, de uma
religião e de
uma civilização.
Nas eras mais
remotas da
humanidade, cada
tribo criava os
próprios mitos,
que tinham um
papel importante
na vida
religiosa desses
clãs. A grande
maioria destes
mitos, deuses e
ídolos, diz
respeito a
divindades que
possuem poderes
sobrenaturais.
Porém estes
deuses e heróis
da mitologia
possuindo
característica
bem humana.
Durante milhares
de anos, os
ídolos deuses e
heróis
inspiraram
artistas na
criação de
obras-primas da
arquitetura,
literatura,
música, pintura
e escultura.
Muitos deuses,
ídolos e heróis
nasciam,
apaixonavam-se,
combatiam entre
si e se
comportavam de
forma geral como
seus adoradores
humanos. Outro
grupo de seres
míticos inclui
deuses e deusas
que se parecem
com animais.
Alguns seres
míticos não eram
nem inteiramente
humanos, nem
animais.
Na Escandinávia,
os nórdicos, que
viviam na era
medieval,
acreditavam que
o deus Thor
produzia o
trovão e o raio,
atirando um
martelo em seus
inimigos. Os
antigos gregos
acreditavam que
o relâmpago era
uma arma usada
pelo deus Zeus,
os gregos ainda
simbolizavam o
Sol como o deus
Hélio dirigindo
um carro em
chamas pelo céu.
As Divindades
Gregas podem ser
divididas em
vários grupos. O
mais antigo era
o dos Titãs,
liderado por Crono. O grupo
mais poderoso
era o dos deuses
olímpicos. Havia
várias classes
de divindades
entre os deuses
olímpicos. A
classe superior
era composta de
seis deuses e
seis deusas.
Os romanos
entraram em
contato com a
cultura grega
durante o séc.
VIII a.C. e,
mais tarde,
algumas de suas
divindades
começaram a
refletir as
características
dos deuses e
deusas gregos.
Porém, antes
desse período,
os romanos já
tinham
desenvolvido uma
mitologia
própria. Na
verdade, muitas
das semelhanças
básicas entre as
mitologias grega
e romana podem
ser atribuídas à
herança indoeuropeia,
comum à Grécia e
a Roma.
Os egípcios
representavam o
Sol como um
barco, eles
acreditavam em
nove deuses. Na
mitologia da
Babilônia, o
herói Gilgamesh
procurou uma
erva especial
que tornava
imortal quem a
consumisse.
Muitos animais
aparecem na
mitologia
egípcia. O
falcão era
consagrado a Hórus. O
escaravelho
simbolizava Rá.
Os egípcios
consideravam o
gato e o
crocodilo
animais
sagrados. Os
dois deuses
principais na
cultura Veda são
Mitra e Varuna,
governavam o
Universo. O
seguinte em
hierarquia, mas
o primeiro em
importância
entre os deuses,
era o deus
guerreiro Indra.
Em seguida vinha
um casal de
gêmeos, os Asvins ou
Cavaleiros, que
eram
responsáveis
pelo bem-estar
do mundo.
Um novo grupo de
deuses foi
substituindo
gradualmente os
deuses dos
Vedas. A
divindade
principal era
Brama, o Supremo
Espírito do
Mundo. Os hindus
acreditavam que
Brama adotava
várias formas.
As três mais
importantes são
Brama, o
Criador; Vishnu,
o Preservador; e Shiva, o
Destruidor.
A maioria das
tribos africanas
adora partes
importantes da
natureza, tais
como montanhas,
rios e o Sol.
Boa parte
acredita que
quase tudo na
natureza contém
um Espírito.
Alguns são
amigáveis,
outros não. Os
Espíritos podem
viver nos
animais, nas
plantas ou nos
objetos
inanimados. A
população das
tribos faz
orações ou
oferece
presentes aos
Espíritos para
obter seus
favores e
benefícios
especiais.
Sabemos que o
homem, pela sua
pequena
compreensão e
conhecimento,
cultuava e
nominava para
cada fenômeno da
natureza um
deus; era uma
mistura com o
divino e o lado
humano de seus
adoradores,
doutrinas
criadas com
intuito de
entender o
sagrado.
A natureza do
fenômeno
religioso, sendo
universal, pode
ser vista em
todas as eras,
lugares e povos.
Não há povo tão
primitivo, tão
bárbaro, que não
admita a
existência de
deuses, ainda
que se engane
sobre a sua
natureza.
Muitas seitas e
doutrinas são
herança da
tradição dos
sacerdotes: os
ritos, que
compreendem as
cerimônias e os
símbolos; a
ética, que
ensina o que é
certo ou errado;
e a comunidade,
formada pelos
que manifestam
sua fé em
conjunto.
Analisamos
muitas vezes que
a finalidade
dessas diversas
seitas é mera
ilusão humana e
não as
verdadeiras leis
divinas.
Muitas destas
doutrinas trazem
uma rigidez
moral,
demonstração de
pureza,
segurança
financeira,
promessas de
exaltação,
redenção, ou uma
consciência mais
elevada,
realizando uma
grande lavagem
cerebral. Por
isso alerta o
apóstolo Pedro:
“E também houve
entre os povos
falsos profetas,
como entre vós
haverá falsos
doutores, que
introduzirão encobertamente
heresias de
perdição e
negarão o Senhor
que os resgatou,
trazendo sobre
si mesma
repentina
perdição. E
muitos seguirão
as suas
dissoluções,
pelos quais será
blasfemando o
caminho da
verdade”.
Indivíduos que
admitem serem os
únicos
detentores da
verdade
interpretam
erroneamente os
ensinamentos do
Evangelho,
distorcendo o
texto sagrado
com o objetivo
de estabelecer
apoio para as
suas ideias, e
enriquecem
impropriamente à
custa dos fiéis.
Fanatizam as
mentes dos
adeptos,
provocando
tragédias pelo
fanatismo
religioso.
Podemos nos
lembrar de:
O lunático Jim
Jones que, em
1978, foi o
responsável na
Guiana Francesa
pela morte de
cerca de 900
seguidores. Na
ocasião, todos
foram
envenenados após
ter sido
anunciado o fim
do mundo. Na
perícia
realizada não
foi encontrado
nenhum exemplar
da Bíblia. As
palavras de Jim
Jones e não as
da Bíblia é que
moveram essas
pessoas à morte.
David Koresh, em
1993,
intitulando-se
ser a
reencarnação do
Senhor Jesus,
promoveu um
verdadeiro
inferno no
rancho de
madeira, onde
ficava a seita
Branch Davidian.
Ele conseguiu
seduzir um
expressivo
contingente de
pessoas,
apresentando a
filosofia de que
todos deveriam
morrer para
depois
ressuscitar das
cinzas. Foi
assim que,
derramando
combustível no
rancho e ateando
fogo, matou 80
pessoas,
incluindo 18
crianças.
Heaven’s Gate
(Portão do Céu)
foi uma seita
que, em 1997,
misturando
ocultismo com
fanatismo
religioso, levou
cerca de 40
seguidores ao
suicídio. Seus
seguidores
acreditavam que
seriam
conduzidos para
outra dimensão
em uma nave que
surgiria na
cauda do cometa
Halley Bop.
Mesmo no campo
da mediunidade
existem aqueles
que se utilizam
desta
ferramenta, que
deveria ser
sagrada, para
fazer comércio,
manipular e
enganar. O
profeta Moisés,
possuidor de
grande
mediunidade,
sabia do
primitivismo dos
judeus que não
entendiam a real
função do
intercâmbio. Ele
proíbe os judeus
de usarem a
mediunidade como
meio de
consulta,
especulação e
até o próprio
comércio, que
era realizado do
intercâmbio
mediúnico. Ele
diz que: “Quando
entrares na
terra que o
Senhor teu Deus
te dá, não
aprenderás a
fazer conforme
as abominações
daqueles povos.
Não se achará no
meio de ti quem
faça passar pelo
fogo o seu filho
ou a sua filha,
nem adivinhador,
nem
prognosticador,
nem agoureiro,
nem feiticeiro,
nem encantador,
nem quem
consulte um
Espírito
adivinhador, nem
mágico, nem quem
consulte os
mortos; pois
todo aquele que
faz estas coisas
é abominável ao
Senhor, e é por
causa destas
abominações que
o Senhor teu
Deus os lança
fora de diante
de ti. Perfeito
serás para com o
Senhor teu
Deus”.
(Deuteronômio
18:9-13.)
O próprio Mestre
expulsou os
vendilhões do
templo, e assim
condenou o
tráfico das
coisas santas,
principalmente
no campo da
mediunidade:
Deus não vende a
sua bênção, nem
o seu perdão,
nem a entrada no
Reino dos Céus.
O homem não tem,
portanto, o
direito de
cobrar aquilo
que recebeu de
graça. Jesus
dizia: “Curai os
enfermos,
ressuscitai os
mortos, limpai
os leprosos,
expeli os
demônios; dai de
graça o que de
graça
recebestes”
(Mateus, 10:8).
Jesus deixa
claro que o
exercício do dom
mediúnico é
gratuito.
Na trajetória da
história sabemos
que o
Cristianismo foi
modificado na
sua essência,
por isso Jesus
promete o
Consolador, no
tempo em que a
humanidade
estivesse
preparada, para
entender e
compreender os
ensinamentos do
Mestre e novas
lições.
Jesus,
conhecedor do
espírito humano,
sabia que o
homem deturparia
suas lições,
começando com a
fusão do
Cristianismo
puro e
cristalino com o
paganismo,
gerando o
Catolicismo.
Os homens que
governaram a
poderosa
instituição o
desviaram do
caminho do amor,
da caridade e da
verdadeira fé.
Criaram uma
instituição de
homens que
queriam
manipular,
influenciar e se
deliciar com as
riquezas
humanas. Em nome
do criador,
esses infelizes
homens
saquearam,
mataram e até
mesmo roubaram
em nome da fé
cristã, criando
as cruzadas e a
santa
inquisição.
Emmanuel, no
livro “A caminho
da luz”, diz que
a
espiritualidade
superior numa
manobra de
percurso tenta
resgatar o
Cristianismo,
tirando das
terras Romanas,
através do
Espírito
missionário de
Maomé, ao nascer
em Meca no ano
570, para
organizar na
Ásia um
movimento forte
de restauração
do Cristianismo,
porém, este
grande Espírito
não resiste ao
assédio do mal e
acaba traindo
suas obrigações
espirituais;
recebeu
orientações dos
bons Espíritos,
mas não
conseguiu
triunfar sobre
as
inferioridades
humanas,
provocando
guerras e
violência.
Mais à frente do
tempo,
reencarna, no
dia 10 de
novembro de
1483, Martinho
Lutero, um monge
agostiniano
alemão, teólogo,
professor
universitário,
"Pai do
Protestantismo",
e reformista da
Igreja Católica,
cujas ideias
influenciaram a
reforma
protestante e
mudaram o curso
da civilização
ocidental.
Ele protestou
contra os
absurdos
cometidos pela
velha
instituição,
criando um
grande movimento
de revolta com
os excessos
praticados,
pegou em armas e
formou o
Protestantismo.
Martinho bem que
tentou resgastar
os ensinamentos
do Cristo, mas
infelizmente o
Protestantismo
nascia de um
Catolicismo
falido
moralmente.
Deste
Protestantismo
nasceram muitas
ramificações,
mas sempre com
interferência do
próprio homem,
tornando-se a
maioria delas
doutrinas
humanas,
modificando os
ensinamentos do
Cristo, para sua
condição humana,
levando pelo
radicalismo ao
pé da letra as
explicações do
Evangelho,
gerando um
fanatismo e uma
fé completamente
cega.
Chegamos então
ao século das
luzes, da razão;
a
espiritualidade
preparou a volta
do Cristianismo
puro. Allan
Kardec codifica
os ensinamentos
dos Espíritos.
Nos dias de
hoje,
infelizmente,
vemos dentro da
própria Doutrina
Espírita a
história se
repetir;
encontramos duas
vertentes
extremistas
nascendo no
Espiritismo. O
primeiro grupo é
formado pelos
radicais
conservadores
que em nome da
pureza
doutrinária
fecham as portas
da instituição
aos mais
necessitados,
começando com os
próprios
médiuns, pelos
dogmas, regras e
pela rigidez dos
dirigentes.
Acabam se
esquecendo da
simplicidade e
da verdadeira
caridade cristã.
Estes indivíduos
relembram os
velhos
dogmáticos
fariseus presos
às pompas e
práticas
exteriores.
O segundo grupo
é formado pelos
liberais; são
aqueles que pelo
nome do
liberalismo
acham que tudo
podem dentro da
Doutrina
Espírita,
perdendo o bom
senso e o
equilíbrio.
Estes implantam
nas casas
espíritas a cura
pelos cristais,
a cromoterapia,
o culto às
imagens, às
danças e às
músicas
excêntricas,
esquecendo da
mensagem
libertadora do
Cristo, de que o
homem já não
necessita de
subtérfugios
para se ligar ao
Criador. Eles
lembram os
antigos pagões
que tinham a
necessidade de
exteriorizar sua
fé nas
divindades.
Isto mostra a
dificuldade do
homem de
compreender a
mensagem pura e
cristalina do
Evangelho. Vemos
que em cada
religião o homem
consegue criar
doutrinas
meramente
humanas, gerando
apenas regras
humanas,
conceitos e
preceitos de
homens e não de
Deus.