ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Os caminhos da
redenção
“Arrependimento,
Expiação e
Reparação
constituem as
três condições
necessárias para
apagar os traços
de uma falta e
suas consequências.”
- Allan Kardec
(1)
Allan Kardec
encerra em “O
Céu e o Inferno”
com a saga de
Joseph Maître, o
cego, de onde
pinçamos o
seguinte:
“(...) Tendo-me
arrependido
e expiado,
ainda me restava
reparar.
A última
encarnação só a
mim aproveitou,
pelo que espero
recomeçar
novamente por
existência que
me permita ser
útil ao próximo,
reparando por
esse meio a
inutilidade
anterior”.
Não fica
difícil concluir
que as fases do
arrependimento
e da expiação
só dizem
respeito ao
Espírito calceta,
enquanto que a
fase da
reparação
abrange um leque
mais amplo: o
das pessoas que
foram por ele
prejudicadas;
daí a
necessidade
desses três
desdobramentos
para a completa
erradicação dos
efeitos
resultantes do
mal praticado.
Joanna de
Ângelis (2)
recomenda de
forma clara e
incisiva:
“Apaga em
renovação
interior, o
gravame
cometido.
Levanta-te e
segue além.
Reencontrarás,
adiante, esta
sementeira
ingrata, que
poderias ter
evitado. Recolhe
os espinhos,
resgata com
alegria e te
sentirás bem.
Não somes à
queda novas
trombadas.
Ergue-te e
caminha... Cada
manhã é bênção
da Vida, após a
noite
assustadora,
trazendo a
beleza da
claridade que
dilui os
fantasmas do
medo e da
insegurança.
Jesus é sempre o
Amigo seguro dos
equivocados e
caídos que O
buscam, pois que
somente n`Ele
encontram apoio
e a paz para a
vitória que
parece tardar”.
Charles declara
(3):
“Uma vez
conhecedor das
realidades da
Vida no
Invisível, o
Espírito que
olvidou o
próprio dever na
Vida terrena
entra a curtir o
sofrimento pelos
delitos
perpetrados, não
se satisfazendo
com o simples
arrependimento
nem com o perdão
com que lhe
possam
favorecer. Ele
quer mais, muito
mais. Quer a
reparação do
mal praticado, o
resgate do erro,
quer o
sacrifício, a
confiança, o
amor daquele a
quem feriu ou
prejudicou numa
hora de
insensatez. Ele
que lavar a
consciência das
máculas
desonrosas que a
toldam, e não
consegue paz nem
alegrias
enquanto não
sente que a
consciência se
satisfez com o
sacrifício que a
redimiu
desanuviando-se
das miseráveis
sombras que a
empanavam”.
Mas, a quitação
do débito não se
dará através de
algumas
privações pueris
ou de um
arrependimento
estéril, sempre
fácil e que
custa apenas o
esforço de bater
no peito. Um
Benfeitor
Espiritual diz o
seguinte em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo:
“A perda de um
dedo mínimo,
quando se esteja
prestando um
serviço, apaga
mais faltas do
que o suplício
da carne
suportado
durante anos,
com objetivo
exclusivamente
pessoal”.
Cada um
conquistará para
si próprio a
felicidade
futura mediante
esse programa de
reajustamento,
cuidando, porém,
para não cair em
novas faltas,
para que mal
pior não
advenha.
Jamais poderemos
olvidar que foi
o próprio Cristo
quem afirmou:
“A cada um será
dado de acordo
com as suas
obras”.
(Mt., 16:27.)
Referências: