ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Dize-me o que ouves e eu
dir-te-ei quem és
O filme Os
Caçafantasmas –
II apresenta, numa de
suas sequências, uma
cena onde a população de
uma cidade, para
derrotar um Espírito que
encarna o mal e quer
subjugá-la, reúne-se em
frente ao mesmo,
cantando, em uníssono.
As vibrações da música
atingem-no e o
desintegram.
Há muito que a música é
usada, não apenas como
simples entretenimento,
mas como fonte capaz de
modificar o metabolismo
e exercer forte
influência sobre objetos
e plantas. Hipócrates, o
chamado “Pai da
Medicina”, já usava a
música como recurso
terapêutico com os seus
doentes; e os antigos
chineses julgavam a
saúde de um povo pela
afinação de seus
instrumentos. Se nos
reportarmos à Bíblia,
veremos que em Josué,
capítulo 6, há
referência aos “muros de
Jericó ruindo ao som de
brados e trombetas”.
Sabemos que as ideias se
propagam melhor quando
se trabalha ouvindo uma
boa música
de fundo; que as nações,
os partidos políticos,
os clubes de futebol,
todos têm seus hinos;
que a música está
presente em todas as
atividades humanas; que
as plantas e os animais
respondem aos estímulos
sonoros de diversas
maneiras.
Nesta matéria, vamos
citar fatos
curiosíssimos e
interessantes
relacionados com o
assunto. Os dados foram
extraídos de artigo
publicado na revista Brasil
Presbiteriano, edição
de novembro de 1987,
intitulado Música e
Saúde, assinado pela
médica e musicista Maria
Célia Del Valle.
Experiências com plantas
e vacas – Dorothy
Retallack, musicista
profissional, fez em
1968 uma pesquisa com
dois grupos de plantas
ornamentais, submetendo
um deles à música
erudita e o outro a uma
emissora de FM, que só
tocava rock. As plantas
expostas a Haydn,
Brahms, Schubert e Bach
cresceram em direção ao
aparelho emissor do som.
Uma aboboreira
enroscou-se em torno do
mesmo, como que
abraçando-o. As plantas
submetidas ao aparelho
que tocava rock
afastaram-se do mesmo e
tentaram “escapar” do
local. Todos os cravos e
tagetes morreram na
segunda semana e as
plantas que cresceram
ficaram com folhas muito
pequenas e caules muito
frágeis, apesar de
consumirem o dobro de
água. As plantas
expostas à música
erudita tiveram seu
crescimento aumentado em
mais de 20 por cento.
Na Europa, as pesquisas
foram feitas em campos
de trigo, centeio e
triticale (cereal que é
o cruzamento dos dois
anteriores), divididos
em dois grupos: um grupo
sem música; outro
exposto a alto-falantes
que tocavam algumas
horas por dia concertos
de Brandemburgo e outros
à música atonal (não
leva em consideração as
formas tradicionais da
harmonia) de Schoemberg;
outras a rock. A lavoura
campeã foi a que “ouviu”
Bach.
Já na Holanda, a
pesquisa foi feita com
vacas, tendo-se
verificado que houve
mudanças palpáveis na
produção e qualidade do
leite, de acordo com as
músicas tocadas.
Controle dos decibéis – Qualquer
som em volume muito
alto, além de danificar
os ouvidos, diminui os
reflexos neurológicos e
aumenta a frequência
cardíaca. Nos concertos
de rock dos Estados
Unidos, fazia-se uma
brincadeira
interessante, que prova
o que dizemos: os
adolescentes levavam
ovos crus e colocavam
perto das fontes de som.
Na metade do concerto
descascavam os ovos e
comiam, cozidos. O que
eles nunca questionaram
é o fato de, se o som
cozinhava os ovos, o que
não deveria fazer com os
seus cérebros?!
Os estímulos sonoros
acima de 20 decibéis
tendem a diminuir os
reflexos e a
sensibilidade auditiva e
acima de cem decibéis
causam lesão auditiva.
Jovens expostos muitas
horas à música em alto
volume vão se tornando
surdos e quanto mais
surdos ficam, vão
aumentando o volume de
seus aparelhos. Como o
rock lhes rouba energia,
procuram estímulo
energético nas drogas ou
no próprio rock, ficando
“viciados” em rock, com
frequência cardíaca
alta, distúrbios do
sono, dificuldades de
reflexo e de memória.
Numa fábrica de
transistores dos Estados
Unidos, conseguiu-se
melhorar a qualidade do
trabalho dos montadores,
substituindo-se a música
ambiente, o rock, por
outro tipo de música.
Isto melhorou a
concentração dos
operários e a sua
capacidade de
raciocínio. Os seres
vivos sintonizam com
ciclos semelhantes: os
ritmos e sons da
Natureza nos fazem bem;
os ritmos contrários
perturbam o nosso ritmo.
Assim como precisamos de
estrutura na vida,
necessitamos de uma
estrutura semelhante, na
música.