AYLTON GUIDO
COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo
(Brasil)
Chico Xavier e
os fenômenos
espirituais
Empurrado pelo
sofrimento da
incompreensão
daqueles que o
cercavam, em
virtude da
possibilidade
que tinha de
entrar em
contato com o
mundo
espiritual,
Chico Xavier
acerca-se da
Doutrina
Espírita.
Seu contato é
com os fenômenos
que ocorrem
quando há
interação entre
a dimensão
física e a
dimensão
espiritual. Isto
não é novo, nem
foi inventado
pelo
Espiritismo.
O relacionamento
entre o homem e
os seres
espirituais
existe desde o
seu aparecimento
sobre a face da
Terra.
Esse registro
encontra-se em
todos os livros
religiosos dos
povos nas
diferentes
épocas e em
diferentes
lugares.
Antropólogos, na
área cultural,
encontram
relatos desses
fenômenos na
religião dos
povos mais
primitivos.
Podemos citar,
desde O Livro
dos Mortos,
entre os
egípcios, até a
Bíblia, no seu
desdobramento de
Velho e Novo
Testamento, na
tradição
Judaico-Cristã.
É evidente que a
interpretação
desses fenômenos
obedecia ao
nível cultural
desses povos e a
capacidade de
entendimento e
interesses
pessoais de seus
dirigentes
religiosos.
Também a
denominação de
quem tinha essa
faculdade
excepcional:
hierofante,
sibila, oráculo,
pitonisa,
profeta, santo,
endemoninhado, e
outros tantos.
Nas imediações
da área das
Ciências surgiu
a parapsicologia
que tem por
objeto o estudo
dos fenômenos
paranormais, mas
o faz de uma
forma muito
tímida, ainda.
No entanto, os
fenômenos das
Leis da Vida não
se impedem de
acontecer porque
os seres humanos
não os
compreendem ou
os interpretam
de forma
equivocada.
No passado, os
cultos tribais
primitivos
faziam até
sacrifício
humano para
aplacar a raiva
do ser
espiritual que
nele habitava.
De nada
adiantava. Hoje,
pelo
conhecimento que
a Ciência
adquiriu sabe-se
muito do
mecanismo que o
criou e porque
ele expele as
lavas. E não há
que se agradar a
esse deus ou não
para que a
erupção se
interrompa.
Assim, também, a
ocorrência dos
fenômenos
espirituais – há
leis que os
regem.
O Espiritismo,
corpo
doutrinário
organizado por
Allan Kardec,
colhendo as
mensagens dos
seres
espirituais,
procura estudar
e esclarecer a
existência dessa
forma de
manifestação da
Vida em seu
duplo aspecto: o
espiritual e o
material.
Tal realidade
Chico Xavier
viveu, desde
seus quatro anos
de idade até os
momentos finais
do seu corpo
físico.
Da interação
entre os dois
planos de vida,
Chico Xavier
sempre tirou o
melhor: textos,
poesias,
crônicas,
romances,
ensaios
filosóficos e
científicos,
mensagens a
doridos corações
de mães, pais,
irmãos, esposos,
revelando a
certeza da
imortalidade.
Suas mãos
estiveram a
serviço da
escrita para a
consolação, o
amor, a fé, a
esperança,
enfim: ao
“amai-vos uns
aos outros”,
conforme exortou
o Mestre Jesus.
Suas palavras,
servindo aos
benfeitores
espirituais,
sempre foram no
mesmo sentido;
para derramar a
caridade e a
solidariedade
nos corações
aflitos e
desesperados.
Também ele
mesmo, em suas
reflexões, dizia
coisas profundas
para as nossas
almas:
“Conheço pessoas
tão pobres que
só têm o
dinheiro”.
“Quem sabe pode
muito, quem ama
pode muito
mais”.
“Ninguém é
obrigado a
acreditar em
mim”.
“Deus não
dorme”.
“O planeta Terra
é um jardim
suspenso na
imensidão do
Universo”.
Quando ele
começou a
receber títulos
de cidadania
concedidos pelas
Câmaras
Municipais de
várias cidades
do Brasil, um
espírita muito
próximo a ele
disse-lhe:
– Chico, o
pessoal está
preocupado que
esses títulos
acirrem a sua
vaidade e você
venha a cair por
falta de
humildade.
Ao que ele,
imediatamente,
com sua
mansuetude
respondeu:
– Os títulos e
homenagens não
me abalam, não
me
desequilibram.
Não tenho medo
de cair. Afinal,
ainda não me
levantei.
Levantou-se,
sim, Chico.
Levantou-se para
a Vida Eterna
legando aos seus
contemporâneos e
pósteros a
vivência do amor
e da
solidariedade,
de forma
incondicional.