ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
19)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Seis horas depois de
nascer, um bebê foi
arrojado ao mar por sua
própria mãe. Há alguma
explicação para isso?
Fatos como esse têm sua
causa no passado. O
Espírito do bebê
mencionado foi um desses
cegos que tropeçou e
caiu repetidas vezes,
mas chegou, finalmente,
a reconhecer os próprios
erros. Senhor dos mares,
muita gente -- crianças,
mulheres, velhos... --
sofreu sob o jugo do seu
despotismo. Vilfredo --
eis o seu nome – passou
por diversos tormentos e
em inúmeras encarnações
veio a perecer no mar,
cenário dos seus crimes,
lugar no qual contraiu
as maiores
responsabilidades. Ele,
na verdade, desejaria
viver para progredir,
mas esse gozo não lhe
podia ainda ser
outorgado, e é essa a
razão por que a vida
sempre se lhe frustra
aos primeiros anos.
Tantas crianças deitou
ao mar quando estorvavam
suas viagens, que justo
é sucumbir do mesmo
modo. Surdo aos lamentos
de tantas mães
desoladas, justo é que
as ondas fiquem surdas
aos lamentos de sua mãe
arrependida.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 337 a 340.)
B. Que ensinamento
podemos extrair do caso
Vilfredo?
Ao narrar esse caso,
Padre Germano ensina-nos
que a lei de Deus é
sempre o bem e para que
um ser morra não é
preciso que haja
assassinos. O homem
morre, naturalmente,
quando lhe chega a hora,
e salva-se quando tem de
salvar-se, ainda em meio
aos maiores perigos.
Quando isso se dá, dizem
que foi obra do acaso ou
um milagre. Mas não há
milagre nem casualidade:
o que há e haverá,
eternamente, é justiça,
e justiça infalível!
Ademais, todo aquele que
se regozijou com as
dores alheias não tem o
direito de ser feliz. A
ventura não se usurpa,
mas obtém-se por direito
divino, quando cumprimos
todos os deveres
humanos. Eis por que
Vilfredo não pôde ainda
ser feliz. Homem, não
amou a Humanidade.
Forte, oprimiu os
fracos. Talentoso, só
utilizou seu talento
para o mal. Nada mais
justo, pois, que a vida
lhe seja peregrinação
penosíssima e que a
Natureza só lhe
proporcione pungentes
espinhos.
(Obra citada, pp. 340 e
341.)
C. Quem foi Maria do
Milagre?
Maria do Milagre, em sua
anterior encarnação,
tendo nascido menina,
foi arrojada ao mar,
numa cestinha de vime,
numa manhã de primavera.
Um menino, que contava
então doze anos de
idade, viu o berço e o
recolheu, salvando a
criança das águas, a
qual, no mesmo dia, foi
batizada com o nome de
Maria do Milagre, visto
que o povo simples
daquela região
considerara milagrosa a
sua salvação.
(Obra citada, pp. 345 e
346.)
Texto para leitura
157. No cap. 31, Padre
Germano relata uma
história comovente de um
bebê que, com seis horas
apenas de nascido, foi
arrojado ao mar por sua
própria genitora,
infeliz mãe desesperada
que buscava fugir de si
mesma. (P. 337)
158. Germano diz que o
Espírito daquela criança
foi um desses cegos que
tropeçou e caiu
repetidas vezes, mas
chegou, finalmente, a
reconhecer os próprios
erros. Senhor dos mares,
muita gente -- crianças,
mulheres, velhos... --
sofreu sob o jugo do seu
despotismo. Um dia,
nascido na maior das
misérias, ele cresceu a
mendigar o próprio
alimento, até à idade em
que pôde entregar-se a
trabalhos mais rudes.
Empregou-se então como
grumete de uma galera
que fora aprisionada em
águas da Índia,
exatamente nas paragens
onde, no passado, ele,
como pirata, semeara o
terror e a morte. (PP.
338 e 339)
159. A
tripulação da nave foi
toda passada ao fio da
espada, ao passo que a
ele concederam a vida,
para o internar na Índia
e submetê-lo, durante
quarenta e cinco anos,
aos mais horrendos
tratos, em que sofreu,
alternativamente, os
suplícios da água e do
fogo, o corpo picado de
flechas, quando não
arrastado à cauda de
fogosos cavalos.
Curiosamente, não havia
tortura que lhe causasse
a morte, pois que todas
as feridas se lhe
curavam naturalmente.
(P. 339)
160. Vilfredo -- eis o
seu nome -- passados
esses anos de
crudelíssimos tormentos,
teve, ainda, várias
encarnações e em todas
elas veio a perecer no
mar, cenário dos seus
crimes, lugar no qual
contraiu as maiores
responsabilidades. Ele,
na verdade, desejaria
viver para progredir,
mas esse gozo não lhe
pode ser outorgado, e é
essa a razão por que a
vida sempre se lhe
frustra aos primeiros
anos. Tantas crianças
deitou ao mar quando
estorvavam suas viagens,
que justo é sucumbir do
mesmo modo. Surdo aos
lamentos de tantas mães
desoladas, justo é que
as ondas fiquem surdas
aos lamentos de sua mãe
arrependida. (P. 340)
161. Padre Germano,
narrando o caso
Vilfredo, ensina que a
lei de Deus é sempre o
bem e para que um ser
morra não é preciso que
haja assassinos. O homem
morre, naturalmente,
quando lhe chega a hora,
e salva-se quando tem de
salvar-se, ainda em meio
aos maiores perigos.
Quando isso se dá, dizem
que foi obra do acaso ou
um milagre. Mas não há
milagre nem casualidade:
o que há e haverá,
eternamente, é justiça,
e justiça infalível! (P.
340)
162. Todo aquele que se
regozijou com as dores
alheias não tem o
direito de ser feliz. A
ventura não se usurpa,
mas obtém-se por direito
divino, quando se têm
cumprido todos os
deveres humanos. Eis por
que Vilfredo não pôde
ainda ser feliz. Homem,
não amou a Humanidade.
Forte, oprimiu os
fracos. Talentoso, só
utilizou seu talento
para o mal. Nada mais
justo, pois, que a vida
lhe seja peregrinação
penosíssima e que a
Natureza só lhe
proporcione pungentes
espinhos. (P. 341)
163. A
esperança, porém, existe
para ele e todas as
pessoas incursas nas
penas da lei
incorruptível. Também
para ele haverá, um dia,
uma família, na qual
encontrará mãe amorosa
que viva a espreitar os
seus sorrisos,
esperando, ansiosa, o
balbucio primeiro dos
seus lábios. Não há
inverno que não tenha
primavera, como não há
outono que não tenha
estio. Um dia, pois,
despontará para Vilfredo
a aurora! (P. 343)
164. O cap. 32,
intitulado “Os mantos de
espuma”, é assinado por
Maria do Milagre, que na
última encarnação, tendo
nascido menina, foi
arrojada ao mar, numa
cestinha de vime, em
formosa manhã de
primavera. Um menino,
que contava então doze
anos de idade, viu o
berço e o recolheu,
salvando a criança das
águas, a qual, no mesmo
dia, foi batizada com o
nome de Maria do
Milagre, visto que o
povo simples daquela
região considerara
milagrosa a sua
salvação. (PP. 345 e
346)
(Continua na próxima
edição.)