ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Cento e cinquenta
anos
de Espiritismo
O Paracleto da
promessa de Jesus
chegou à Humanidade
há pouco mais de 150
anos.
Foi necessário que
as inteligências se
desenvolvessem, que
a Ciência se
aprofundasse nas
pesquisas de busca
das novas
descobertas que lhe
eram desconhecidas
para que ele pudesse
ser revelado e
aceito pelos homens.
Passados 150 anos,
agora com o campo já
preparado, é
evidente o progresso
trazido com a nova
doutrina
beneficiando a
humanidade e, de
forma especial os
espíritas estudiosos
que nessa altura já
devem ter seguro
conhecimento dos
seus princípios
básicos.
Com a melhor
avaliação dos seus
postulados nos
inteiramos do por
que existir: de onde
viemos, por que aqui
estamos e para onde
iremos depois desta
vida. Já nos
encontramos melhor
preparados para o
maior aproveitamento
da existência
terrena. Sabemos que
somos Espíritos
imortais e que a
Terra representa
para nós a grande
escola onde, por
misericórdia de
Deus, e também por
alguns méritos
próprios, nos
encontramos
matriculados.
Para cursar a escola
com aproveitamento
não basta só a
matricula. É preciso
estudar para
aprender, pois do
contrário a
repetição de ano se
tornará um pesadelo
difícil de ser
suportado pelo
estudante.
Assim também
acontece com o
Espírito
reencarnado. Não
basta apenas o
merecimento da nova
vida. É necessário
aproveitá-la na
elaboração da
transformação moral,
pois se assim não
for feito, quando se
der o regresso para
o mundo real – que
representa o final
do ano – e se
constatar que a
oportunidade foi
perdida, a
consciência será o
grande juiz acusador
do nosso desleixo, e
aí o arrependimento,
acompanhado por
sérios sofrimentos,
pela nossa
negligência no uso
do próprio
livre-arbítrio.
Léon Denis em seu
livro sempre atual,
“O Problema do Ser,
do Destino e da
Dor”, 9ª edição da
FEB, pág. 172, assim
ensina a respeito da
reencarnação: “A que
regras está sujeito
o regresso da alma à
carne? As da atração
e da afinidade.
Quando um Espírito
encarna, é atraído
para um meio
conforme as suas
tendências, ao seu
caráter e grau de
evolução. As almas
seguem umas às
outras e encarnam
por grupos,
constituem famílias
espirituais, cujos
membros são unidos
por laços ternos e
fortes, contraídos
durante existências
percorridas em
comum. Às vezes
esses Espíritos são
temporariamente
afastados uns dos
outros e mudam de
meio para adquirirem
novas aptidões.
Assim se explicam,
segundo os casos, as
analogias ou
dessemelhanças que
caracterizam os
membros de uma mesma
família, filhos e
pais; mas sempre
aqueles que se amam
tornam, cedo ou
tarde, a
encontrar-se na
Terra, como no
espaço”.
Continua ele à fl.
212: “Por que meio
poremos em movimento
as potências
internas e as
orientaremos para um
ideal elevado? Pela
vontade! O uso
persistente, tenaz,
desta faculdade
soberana
permitir-nos-á
modificar a nossa
natureza, vencer
todos os obstáculos,
dominar a matéria, a
doença e a morte”.
Mais adiante ele
afirma: “A vontade é
a maior de todas as
potências; é em sua
ação comparável ao
imã. A vontade de
viver, de
desenvolver em nós a
vida, atrai-nos
novos recursos
vitais; tal é o
segredo da lei da
evolução”.
Com essas lições
trazidas por um
missionário do alto
quilate de Léon
Denis, o continuador
da obra missionária
de Kardec, nos
tornamos mais
conscientes do valor
do conhecimento
espírita e
percebemos que não é
bastante saber, é
preciso fazer, na
feliz expressão de
Tiago em sua
epístola I: 22 e 25,
quando ele afirma
com absoluta
convicção:
“Tornai-vos, pois,
praticantes da
palavra, e não
somente ouvintes,
enganando-vos a vós
mesmos. Mas aquele
que considera
atentamente a lei
perfeita, lei da
liberdade, e nela
persevera, não sendo
ouvinte negligente,
mas operário
praticante, esse
será bem-aventurado
no que realizar”.
Vemos assim ser
importante o
conhecimento dos
princípios
espíritas, mas não
se pode ficar só no
conhecimento. É
necessário saber.
Mas que ele seja
útil em nos ajudar
nas mudanças a serem
realizadas em nosso
interior, porque, se
sabemos e não
fazemos o que o bem
nos ensina, melhor
fora não saber, para
não sermos
tributados, com
taxas de maior
sofrimento, nas
grades da culpa,
segundo Emmanuel.
Mudar sentimentos
não é fácil,
reconhecemos. É
dificultoso. Custa
sacrifício, renúncia
e boa vontade.
André Luiz, em “Os
Mensageiros”, nos
ensina que, quando
desejamos fazer o
bem, é preciso
desejá-lo,
procurá-lo,
alimentá-lo, e só
depois é que teremos
condições de
realizá-lo. Há uma
sequência de
atitudes para se
chegar ao fim
colimado.
Ele ensina ainda que
o ensinamento de
Jesus “batei e
abrir-se-vos-á” é
muito extenso. No
plano da carne,
insistimos à porta
das coisas
exteriores,
procurando
facilidades e
vantagens, mas no
mundo espiritual
temos de bater à
porta de nós mesmos,
para encontrar a
virtude e verdadeira
iluminação.
Portanto, queridos
amigos espíritas
conhecedores do
Espiritismo,
fiquemos alertas com
o que estamos
fazendo com o nosso
saber, pois, segundo
Jesus, “muito será
pedido a quem muito
foi dado”.