ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
20 e final)
Concluímos nesta edição
o
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que foi aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo foi a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Maria do Milagre era
filha de quem?
A menina que fora
arrojada ao mar era
filha de um homem rico e
de nobre dama que buscou
ocultar a desonra dentro
das paredes de um
convento. Maria cresceu
nos braços de Augusto,
seu salvador, que mais
tarde a ela se uniu em
matrimônio. Aos
dezesseis anos ela deu à
luz um menino, que se
chamou Rafael, cuja
vinda tornou completa a
felicidade da jovem mãe.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 346 e 347.)
B. Padre Germano também
fazia curas?
Sim. Dedicado sempre à
tarefa de ajudar as
pessoas, bastava-lhe
ouvir falar de uma
calamidade para acorrer,
solícito, e consolar os
que sofriam. Foi assim
que ele buscou socorrer
uma família vitimada
pela peste numa aldeia
afastada da sua, de nome
Santa Eugênia, de onde
até o pároco havia
fugido, de medo da
doença. Valendo-se de
sua força de vontade e
da força magnética com
que muitas vezes operou
curas com um simples
olhar, Germano foi e
salvou todos aqueles a
quem ali pôde acudir.
(Obra citada, pp. 350 a
359.)
C. Em que ano foi
concluída a redação
deste livro?
Em 1884. Em 12 de março
de 1884 Amália
Domingo Sóler aludiu
à sua experiência de
quase um ano, durante o
qual, numa casa à
beira-mar, manteve
contacto com o Espírito
do Padre Germano, fato
que deu origem ao livro.
“Quantas vezes aí
chegáramos lamentando as
misérias humanas -- diz
Amália --, para
deixá-lo, lábios
entreabertos em
venturoso sorriso,
murmurando com íntima
satisfação: A vida é
bela, quando se confia
no progresso infinito e
se ama a verdade
suprema, a eterna luz!”
O livro contém, no
entanto, um relato
posterior à sua
publicação na Espanha.
Trata-se de uma mensagem
intitulada
“Recordações”,
psicografada por
Francisco Cândido Xavier
e publicada inicialmente
em “Reformador” no ano
de 1932, na qual Padre
Germano narra a triste
história do conde Henoch
e sua mulher Margarida.
Essa mensagem foi
incorporada à edição
brasileira do livro e
constitui um dos pontos
altos desta obra.
(Obra citada, pp. 361 a
368.)
Texto para leitura
165. Filha do opulento
amo do casal que a
adotou e de nobre dama,
que houve de ocultar a
desonra dentro das
paredes de um convento,
Maria cresceu nos braços
de Augusto, seu
salvador, que mais tarde
a ela se uniu em
matrimônio. Aos
dezesseis ela deu à luz
um menino, que se chamou
Rafael, cuja vinda
tornou completa a
felicidade da jovem mãe.
(P. 346)
166. Certa tarde,
estando Maria e o menino
na praia, de repente uma
onda mais violenta
arrebatou o garoto e,
vendo-o desaparecer nas
águas, a mãe, sem medir
o perigo, atirou-se no
mar, vindo ambos a serem
salvos por alguns
pescadores que
presenciaram a cena. O
susto foi porém tão
grande, que Maria perdeu
inteiramente a razão,
para só recuperá-la dois
anos depois. (P. 347)
167. Maria enfrentou,
inicialmente, um longo
período de apatia,
quando nada, nem mesmo o
chamamento do filho, lhe
despertava a menor
emoção. Daí, passou ela
ao estado de loucura
violentíssima, a
reclamar internação, o
que Augusto não
consentiu, vivendo ele a
penar dois anos, sem
jamais perder a
esperança de sua cura.
Curiosamente, o
verdadeiro pai da jovem
contribuiu com largas
somas de dinheiro para
que não lhe faltasse o
tratamento médico
indispensável. E foi uma
experiência do doutor
que pôs fim à
enfermidade, quando o
médico fez com que mãe e
filho passassem por
situação idêntica à que
originou a doença. (P.
347)
168. Desde então a cura
de Maria do Milagre
acentuou-se rapidamente
e o melhor dos remédios
era ver seu filho, mais
formoso que os anjos,
com seus cabelos de
ouro, correndo daqui ou
dali, para refugiar-se
em seus braços. (P. 348)
169. No último capítulo,
o de número 33, Padre
Germano enaltece o valor
do trabalho, dizendo: “O
desenvolvimento de
forças é a vida; a
atividade é para o
crescimento do homem o
que o Sol é para a
fecundação da Terra. Um
dos vossos sábios
contemporâneos afirmou
que quem trabalha ora”.
Considerando o sacerdote
católico-romano como
árvore seca e entendendo
que todas as cerimônias
religiosas eram
insuficientes para
engrandecer a alma,
Germano buscava o
trabalho onde o
encontrasse. Era
bastante ouvir falar de
uma calamidade, para
acorrer, solícito, e
consolar os que sofriam.
(PP. 350 e 351)
170. Foi assim que ele
buscou socorrer uma
família vitimada pela
peste numa aldeia
afastada da sua, de nome
Santa Eugênia, de onde
até o pároco havia
fugido, de medo da
doença. Valendo-se de
sua força de vontade e
da força magnética com
que muitas vezes operou
curas com um simples
olhar, Germano foi e
salvou todos aqueles a
quem ali pôde acudir.
(PP. 353 a 359)
171. No capítulo
intitulado “Um adeus”,
firmado por Amália
Domingo Sóler em
12-3-1884, ela alude à
sua experiência de quase
um ano, durante o qual,
numa casa à beira-mar,
manteve contacto com o
Espírito do Padre
Germano, fato que deu
origem a este livro.
“Quantas vezes aí
chegáramos lamentando as
misérias humanas -- diz
Amália --, para
deixá-lo, lábios
entreabertos em
venturoso sorriso,
murmurando com íntima
satisfação: -- A vida
é bela, quando se confia
no progresso infinito e
se ama a verdade
suprema, a eterna luz!”
(PP. 361 a 365)
172. “Recordações”,
página psicografada por
Francisco Cândido Xavier
e publicada inicialmente
em “Reformador” no ano
de 1932, narra a triste
história do conde Henoch
e sua mulher Margarida,
que envenenou o próprio
esposo para, dois anos
depois, casar-se com seu
cúmplice. Em tom
comovente, o relato
feito pelo Espírito do
Padre Germano mostra a
vida de Margarida no
plano espiritual, onde
durante vinte e cinco
anos sofreu muito, e
sua reencarnação como
Fera, nome pelo qual
era conhecida a mulher
andrajosa que, embora
jovem, fazia rir quem
lhe contemplasse o rosto
monstruoso. A volta de
Henoch, como filho de
Margarida, constitui um
dos pontos culminantes
deste livro, pelo
desprendimento, pelo
amor e pelo carinho com
que o rapaz se houve,
submetendo-se a uma vida
de privações apenas para
socorrer aquela que fora
sua mulher no passado.
(PP. 367 a 378)