Filhos
Nasce a
criança,
trazendo
consigo
o
patrimônio
moral
que lhe
marca a
individualidade
antes do
renascimento
no plano
físico;
no
entanto,
receberá
os
reflexos
dos pais
e dos
mestres
que lhe
imprimirão
à nova
chapa
cerebral
as
imagens
que, em
muitas
ocasiões,
lhe
influenciarão
a
existência
inteira.
Indiscutivelmente, a instrução espera-lhe o espírito
em nova
fase,
enriquecendo-lhe
o
caminho
nesse ou
naquele
mister;
contudo,
importa
reconhecer
que a
palavra
escrita,
em
confronto
com a
palavra
falada
ou com o
exemplo
direto,
revela
poderes
de
repercussão
menos
vivos,
mormente
quando
torturada
entre os
preconceitos
da forma
gramatical.
É que a voz e a ação prática jazem impregnadas do
magnetismo
indutivo
que se
desprende
da
reflexão
imediata,
operando
significativas
transformações
para o
bem ou
para o
mal,
segundo
a natureza que lhes personaliza as manifestações.
As crianças confiadas na Terra ao nosso zelo são
portadoras
de
aparelhagem
neurocerebral
completamente
nova em
sua
estrutura
orgânica,
à feição
de
câmara
fotográfica
devidamente
habilitada
a
recolher
impressões.
A
objetiva,
que na
máquina
dessa
espécie
é
constituída
por um
sistema
de
lentes
apropriadas,
capazes
de
colher
imagens
corretas
sobre
recursos
sensíveis,
é
representada
na mente
infantil
por um
espelho
renovado
em que
se
conjugam
visão e
observação,
atenção
e
meditação
por
lentes
da alma,
absorvendo
os
reflexos
das
mentes
que a
rodeiam
e
fixando-os
em si
própria,
como
elementos
básicos
de
Conduta.
Os pequeninos acham-se, deste modo, à mercê dos
moldes
espirituais
dos que
lhes
tecem o
berço ou
que lhes
asseguram
a
escola,
assim
como a
argila
frágil e
viva
ante as
ideias
do
oleiro.
Não
podemos,
pois,
esquecer
na Terra
que
nossos
filhos,
embora
carreando
consigo
a
sedimentação
das
experiências
passadas,
em
estágios
anteriores
na gleba
fisiológica,
são
companheiros
que nos
retomam
transitoriamente
o
convívio,
quase
sempre
para se
reajustarem
conosco,
aos
impositivos
da Lei
Divina,
necessitados
quanto
nós
mesmos
de
provas e
ensinamentos,
no que
tange ao
trabalho
da
regeneração
desejada.
Excetuados aqueles que transcendem os nossos marcos
evolutivos,
à face
da
missão
particular
de que
se
investem
na
renovação
do
ambiente
comum,
todos
eles nos
sofrem
os
reflexos,
assimilando
impressões
entranhadamente
perduráveis
que, às
vezes,
lhes
acompanham
os
passos
desde a
meninice
até a
morte do
corpo
denso.
Tratá-los à conta de enfeites do coração será
induzi-los
a
funestos
enganos,
porquanto,
em se
tornando
ineficientes
para a
luta
redentora,
quando
se lhes
desenvolve
o
veículo
orgânico
facilmente
se
ajustam
ao
reflexo
dominante
das
inteligências
aclimatadas
na
sombra
ou na
rebeldia,
gravitando
para a
influência
do
pretérito
que mais
deveríamos
evitar e
temer.
É assim que toda criança, entregue à nossa guarda, é
um vaso
vivo a
arrecadar-nos
as
imagens
da
experiência
diária,
competindo-nos,
pois, o
dever de
traçar-lhe
noções
de
justiça
e
trabalho,
fraternidade
e ordem,
habituando-a,
desde
cedo, à
disciplina
e ao
exercício
do bem,
com a
força de
nossas
demonstrações,
sem,
contudo,
furtar-lhe
o clima
de
otimismo
e
esperança.
Acolhendo-a,
com
amor,
cabe-nos
recordar
que o
coração
da
infância
é urna
preciosa
a
incorporar-nos
os
reflexos,
troféu
que nos
retratará
no
grande
futuro,
no qual
passaremos
todos
igualmente
a viver,
na
função
de
herdeiros
das
nossas
próprias
obras.
Do cap.
13 do
livro
Pensamento
e Vida,
de
Emmanuel,
obra
psicografada
pelo
médium
Francisco
Cândido
Xavier.
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