MARIA MARGARIDA
FERREIRA MOREIRA
3m@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Palavras de Vida
Eterna
A fala é um dom
extraordinário
que a vida nos
outorgou como um
bem de Deus. O
ser humano se
distingue dos
demais viventes
pela harmonia da
fala e o modo
mais claro de
comunicação.
A palavra
precede todos os
movimentos
nobres da vida.
Tece os ideais
do amor,
estimula a parte
divina, desdobra
a civilização,
os povos e as
famílias.
Com isso, a
força da
conversa pode
pairar em
altitudes
inconcebíveis
para os que
andam na Terra,
constituindo
instrumento da
alma para
grandes
realizações.
As almas que se
compreendem, em
qualquer setor
da atividade
comum, apreciam
as conversações
afetuosas e
sábias, permutam
entre si os
valores mais
preciosos.
Podemos envolver
a nossa palavra
com a força de
Deus e curar
enfermos,
consolar os
tristes e dar
rumo aos que
estão perdidos,
desfazer motins,
paralisar
guerras e criar
ou despertar nas
pessoas os mais
louváveis
ideais.
Entretanto, sem
a educação que
corresponde às
leis do nosso
Criador, a nossa
fala pode dar
início,
igualmente, a
terríveis
preocupações.
Foi conversando
que Jesus legou
ao mundo o
Evangelho, com a
sua palavra
amorosa e
esclarecedora.
O homem emprega
grande parte da
vida na
atividade
verbalista. Pena
que a
conversação de
toda uma
existência acuse
diminuta parcela
de proveito.
Quase sempre,
ninguém agradece
pela riqueza do
dia claro,
porém, basta
chover ou garoar
para que se
destile o veneno
com palavras
inconsequentes,
como se fosse
possível viver
sem o Sol ou a
chuva.
Muitas criaturas
dormem
tranquilas
quando ouvem
ensinos
edificantes,
todavia, revelam
admirável
controle de si
mesmas quando o
rádio ou
emissora de
televisão
anuncia
calamidades ou
assuntos
sensacionalistas,
gastando horas e
horas de
comentários
eloquentes. O
olhar flameja
quando o mal
surge à vista.
Poucos são os
que conversam
para ajudar. A
maioria faz
coro na hora da
queixa, da
crítica, da
reprovação. Para
estes, tudo está
errado, nada
serve, sua
palavra é
irritação
permanente, suas
observações são
injustas e
desanimadoras.
O Evangelho,
contudo, nos
adverte no
capítulo VIII –
item 8: “...
ouvi e entendei:
Não é o que
entra pela boca
o que faz imundo
o homem, mas o
que sai da boca,
isso é que faz
imundo o
homem..., as
coisas que saem
da boca vêm do
coração, e é do
coração que saem
as blasfêmias,
os falsos
testemunhos, os
maus
pensamentos”.
Se pudéssemos
ver o que sai da
boca de uma
criatura quando
está irada,
quando a
maledicência é a
cogitação,
quando a
vingança se
transforma em
ódio, teríamos
muito mais
cuidado no falar
e pensar, pois,
de palavra em
palavra, de ato
em ato, podemos
acender a luz ou
estender a treva
dentro de nós.
Assim, é
preferível o
silêncio nos
instantes de
irritação.
Existem
criaturas que
desfiguram o dom
sagrado da
palavra: são os
amantes da
zombaria e dos
falsos costumes.
A palavra é
dádiva santa que
revela aos
ouvintes a
qualidade do
Espírito. Por
nossa
conversação,
seremos
conhecidos.
Nossas frases
são agentes de
propaganda dos
sentimentos que
nos
caracterizam; se
respeitáveis,
teremos a
atenção de
criaturas
respeitáveis, se
menos dignas,
teremos a
atenção desses
menos dignos.
É indispensável
que nos
conservemos em
guarda contra os
acumuladores de
energias
destrutivas
através da
palavra, visto
que, de modo
geral, sua
influência
perniciosa
invade quase
todos os lugares
do Planeta.
A posição atual
do mundo
reconhecerá que
todas as
situações
difíceis se
originam do
poder verbalista
mal-aplicado.
O início das
hecatombes do
planeta
localiza-se,
quase sempre, no
mau uso da
língua. Esta
detém a centelha
divina do verbo,
mas o homem, de
modo geral,
costuma
desviá-la de sua
função
edificante.
Dessa forma,
vemo-la à frente
de quase todos
os desvarios da
humanidade
sofredora em
propósitos
mesquinhos.
As atividades
religiosas e
científicas têm
descoberto
numerosos
fatores de
desequilíbrio no
mundo,
colaborando
eficazmente por
extinguir-lhe os
focos
essenciais.
Ninguém contesta
a influência
destruidora do
álcool, do
câncer, da AIDS
e das drogas em
geral,
arruinando
coletividades,
estragando a
saúde e
deprimindo o
caráter do
homem.
Todavia, não nos
esqueçamos do
falatório
maligno que
sempre forma em
redor de nós
imensa família
de elementos
enfermiços,
aviltantes,
devastadores, à
feição de vermes
letais que
proliferam no
silêncio e
operam nas
sombras. Poucos
pensam nisso e
apõe-se que a
palavra
desregrada é mãe
da calúnia, da
maledicência, do
mexerico, da
leviandade e da
perturbação.
Por tudo isso é
importante
reforçar: a
palavra é,
verdadeiramente,
vigoroso fio de
sugestão. Com
ela recebemos
toda a espécie
de informações
no plano
evolutivo em que
nos encontramos
na luta diária.
Evitemos,
portanto, que a
nossa palavra
sirva de agente
entorpecedor nos
semelhantes,
porque haveremos
de responder
pelos desastres
morais,
materiais e
espirituais que
causamos.
Na área
doméstica ou
fora dela
ouvimos todo
tipo de
discurso. Cabe a
cada um a
responsabilidade
do registro da
mensagem, pois
cada registro
traz consigo o
impacto da ação,
solucionando ou
agravando
problemas.
Por esse
contexto, é
imperioso saber
falar e, mais
importante,
ouvir. Conforme
ouvimos,
semearemos treva
ou luz.
A palavra bem
colocada nos
abre muitas
glórias em nossa
ascensão e
destampa muita
luz, seja
através de um
amigo, de uma
carta, de uma
página ou de um
livro, que, na
verdade, sempre
procedem do
Divino amigo,
aclarando nossos
caminhos. A
mente
equilibrada e
amadurecida pode
ler tudo,
devendo analisar
e usar o crivo
da razão, da
compreensão e da
utilidade,
sabendo que é
preciso reter o
bem, capaz de
ajudar na
edificação ou na
cura dos outros.
Insuflemos,
portanto, nos
ouvidos alheios
a palavra de
tranquilidade e
paz que
ambicionamos e
falemos, dos
outros e para os
outros, aquilo
que desejamos
que os outros
falem de nós e
para nós. Não
nos esqueçamos
que a expressão
repulsiva é
sempre uma
brecha perigosa
e infeliz que
nos ameaça com
desequilíbrio e
perversão.
Nossa palavra,
sem que
percebamos, age
em nós e em
todos aqueles
que nos escutam,
sejam eles
encarnados ou
desencarnados.
Pensemos então
no bem quando
não pudermos
falar nele,
lembrando sempre
que a palavra
digna infunde
consolação e
vida.
Bibliografia:
KARDEC, Allan.
O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
Capítulo VIII –
8, 2ª Edição,
1990, São Paulo.
XAVIER,
Francisco C.,
pelo Espírito de
Emmanuel.
Caminho, Verdade
e Vida –
Lições 105 – 25ª
Edição, 2005,
Rio de Janeiro.
XAVIER,
Francisco C.,
pelo Espírito de
Emmanuel.
Fonte Viva –
Lição 59 – 20ª
Edição, 1995,
Rio de Janeiro.
XAVIER,
Francisco C.,
pelo Espírito de
Emmanuel. Pão
Nosso –
Lição 162 – 24ª
Edição, 2004,
Rio de Janeiro.
XAVIER,
Francisco C.,
pelo Espírito de
Emmanuel.
Palavras de Vida
Eterna,
Lições 87, 96,
109 e 141, 33ª
Edição, 2005,
Uberaba - MG.