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Elucidações de Emmanuel

Ano 4 - N° 159 - 23 de Maio de 2010

 

 

Servir a Deus


Em nome do amor a Deus, acumulam-se, na Terra, tesouros e monumentos.

Centenas de santuários, sob a rubrica de cultos di­versos, espalham-se em todos os continentes.

Pagodes e mesquitas, catedrais e basílicas, torres e capelas aparecem, majestosos, na Ásia e na África, na Europa e na América, pretendendo honorificar a Providência Divina.

É assim que surgem, aqui e ali, casas de adoração com variada nomenclatura.

Templos-palácios.

Templos-estilos.

Templos-museus.

Templos-consagrações.

Templos-claustros.

Templos-troféus.

Os altares para os ofícios religiosos, que os hebreus da antiguidade remota situavam em mesas de pedra, no alto dos montes, são hoje relicários suntuosos, faiscantes de pedraria.

E para o curso das orações, convertidas em ceri­mônias complexas, há todo um ritual de cores e perfu­me, reclamando vasos e paramentos que valem por vi­gorosas afirmações, nos domínios da posse material.

Longe de nós, porém, qualquer crítica destrutiva aos irmãos que adornam, assim, o campo da própria fé. A intenção nobre e reta, seja onde for, é sempre digna e respeitável. Contudo, em nos reportando à interpretação espírita, que exprime o pensamento cristão claro e simples, como honrar o Criador, relegando-lhe as criaturas aos desvãos da miséria e às sombras da enfermidade?

Que dizer da estância, em que os filhos felizes, a pretexto de homena­gear a munificência paterna, fingem desconhecer a pre­sença dos próprios irmãos, mais fracos e mais humildes, extorquindo-lhes o direito da herança?

Como glorificar o Todo Compassivo, inscrevendo-lhe o nome bendito em tábuas de ouro e prata, junto daqueles que se cobrem de andrajos e soluçam de fome?

Lembremo-nos de Jesus, o expoente maior da maior lealdade ao Senhor Supremo.

Anjo entre os anjos – desce ao mundo num leito rude de estrebaria.

Engenheiro de excelsas rotas – pisa a lama terres­tre em louvor do bem.

Puro entre os puros – é a esperança dos pecadores.

Mensageiro da luz – toma a direção dos que se afligem nas trevas.

Magistrado incorruptível – de ninguém exigia cer­tidão de pobreza a fim de ser útil.

Embaixador da harmonia sublime – é remédio aos doentes.

Detentor de conquistas eternas – vale-se de barcos emprestados para o ensino da Boa Nova.

Justo dos justos – deixa-se crucificar entre mal­feitores, para engrandecer, entre os homens, o poder do perdão e a força da humildade.

Cultiva, pois, tua fé, conforme os ditames do cora­ção, mas não te esqueças de que, no fundo da consciên­cia, ajudar com desinteresse e instruir sem afetação, é a única maneira – a mais justa e a mais alta – de servirmos ao Nosso Pai.

 

Do cap. 40 do livro Religião dos Espíritos, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita