Servir a
Deus
Em nome do amor a Deus, acumulam-se, na Terra,
tesouros
e
monumentos.
Centenas de santuários, sob a rubrica de cultos
diversos,
espalham-se
em todos
os
continentes.
Pagodes e mesquitas, catedrais e basílicas, torres e
capelas
aparecem,
majestosos,
na Ásia
e na
África,
na
Europa e
na
América,
pretendendo
honorificar
a
Providência
Divina.
É assim que surgem, aqui e ali, casas de adoração
com
variada
nomenclatura.
Templos-palácios.
Templos-estilos.
Templos-museus.
Templos-consagrações.
Templos-claustros.
Templos-troféus.
Os altares para os ofícios religiosos, que os
hebreus
da
antiguidade
remota
situavam
em mesas
de
pedra,
no alto
dos
montes,
são hoje
relicários
suntuosos,
faiscantes
de
pedraria.
E para o curso das orações, convertidas em cerimônias
complexas,
há todo
um
ritual
de cores
e
perfume,
reclamando
vasos e
paramentos
que
valem
por
vigorosas
afirmações,
nos
domínios
da posse
material.
Longe de nós, porém, qualquer crítica destrutiva aos
irmãos
que
adornam,
assim, o
campo da
própria
fé. A
intenção
nobre e
reta,
seja
onde
for, é
sempre
digna e
respeitável.
Contudo,
em nos
reportando
à
interpretação
espírita,
que
exprime
o
pensamento
cristão
claro e
simples,
como
honrar o
Criador,
relegando-lhe
as
criaturas
aos
desvãos
da
miséria
e às
sombras
da
enfermidade?
Que dizer da estância, em que os filhos felizes, a
pretexto
de
homenagear
a
munificência
paterna,
fingem
desconhecer
a
presença
dos
próprios
irmãos,
mais
fracos e
mais
humildes,
extorquindo-lhes
o
direito
da
herança?
Como glorificar o Todo Compassivo, inscrevendo-lhe o
nome
bendito
em
tábuas
de ouro
e prata,
junto
daqueles
que se
cobrem
de
andrajos
e
soluçam
de fome?
Lembremo-nos de Jesus, o expoente maior da maior
lealdade
ao
Senhor
Supremo.
Anjo entre os anjos – desce ao mundo num leito rude
de
estrebaria.
Engenheiro de excelsas rotas – pisa a lama terrestre
em
louvor
do bem.
Puro entre os puros – é a esperança dos pecadores.
Mensageiro da luz – toma a direção dos que se
afligem
nas
trevas.
Magistrado incorruptível – de ninguém exigia
certidão
de
pobreza
a fim de
ser
útil.
Embaixador da harmonia sublime – é remédio aos
doentes.
Detentor de conquistas eternas – vale-se de barcos
emprestados
para o
ensino
da Boa
Nova.
Justo dos justos – deixa-se crucificar entre
malfeitores,
para
engrandecer,
entre os
homens,
o poder
do
perdão e
a força
da
humildade.
Cultiva, pois, tua fé, conforme os ditames do
coração,
mas não
te
esqueças
de que,
no fundo
da
consciência,
ajudar
com
desinteresse
e
instruir
sem
afetação,
é a
única
maneira
– a mais
justa e
a mais
alta –
de
servirmos
ao Nosso
Pai.
Do cap.
40 do
livro
Religião
dos
Espíritos,
de
Emmanuel,
obra
psicografada
pelo
médium
Francisco
Cândido
Xavier.
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