MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Entre a Terra e o Céu
André Luiz
(Parte
37)
Continuamos a apresentar
o
estudo da obra
Entre a Terra e o Céu,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. A que se reduz a vida
quando não se faz plena
de trabalho?
A resposta a esta
pergunta podemos
encontrar na palestra
que Antonina e Zulmira,
levadas em espírito ao
Lar da Bênção, ouviram
de Irmã Clara, que,
entre outras
considerações
importantes, lhes disse:
"Agora, que a
oportunidade favorece a
renovação, é preciso
saber reconstruir o
destino”. “Não
olvidemos. A vida
reduz-se a triste montão
de trevas, quando não se
faz plena de trabalho.
Fujamos à velha feira da
lamentação onde a
inércia vende os seus
frutos amargosos! Para
levantar, porém, a
escada de nossa
ascensão, é
imprescindível banhar o
espírito, cada dia, na
fonte viva do amor, do
amor que recompensa a si
mesmo com a alegria de
dar!"
(Entre a Terra e o Céu,
cap. XXXIX, págs. 255 a
257.)
B. No encontro com a
Irmã Clara, Antonina
pôde rever seu passado?
Sim, posto que
parcialmente. A
benfeitora espiritual
acariciou, de leve, a
fronte de Antonina e
repetiu: "Lembre-se!
lembre-se!..." Bafejada
pelo poder de Irmã
Clara, em determinados
centros da memória,
Antonina fez-se pálida e
exclamou, controlando a
própria emoção: "Sim,
sou eu a cantora!
Revejo, dentro de mim,
os quadros que se
foram!... Os conflitos
no Paraguai!... Uma
chácara em Luque!... a
família ao abandono!...
José Esteves, hoje
Mário... Sim, percebo o
sentido de minhas
segundas núpcias!..." Em
seguida, denotando
aflição no olhar,
acrescentou: "E
Leonardo? onde está
Leonardo, o infeliz?"
Irmã Clara advertiu, com
bondade: "Não precisa
dilatar reminiscências;
não nos achamos num
gabinete de experimentos
e sim numa reunião
fraternal". "Basta que
você se recorde." Em
seguida, ela resumiu
para as duas amigas o
programa reencarnatório
que se esboçara. Zulmira
receberia Júlio, outra
vez, como filho e
Antonina seria mãe de
Leonardo Pires, seu avô
e associado do destino.
"No santuário doméstico
– elucidou Clara –, as
afeições transviadas se
recompõem, a fim de que
possamos demandar o
futuro, ao clarão da
felicidade. Filhas,
ninguém avança sem
saldar as próprias
contas com o passado."
(Obra citada, cap.
XXXIX, págs. 257 e 258.)
C. Com que palavras Irmã
Clara definiu a família?
Irmã Clara mostrou, em
sua palestra, a
importância do lar e da
família. "Identifiquemos
no lar humano –
asseverou a benfeitora –
o caminho de nossa
regeneração! A família
consanguínea na Terra é
o microcosmo de
obrigações salvadoras em
que nos habilitamos para
o serviço à família
maior que se constitui
da Humanidade inteira.”
E aduziu: “O parente
necessitado de
tolerância e carinho
representa o ponto
difícil que nos cabe
vencer, valendo-nos dele
para melhorar-nos em
humildade e compreensão.
Um pai incompreensivo,
um esposo áspero ou um
filho de condução
inquietante simbolizam
linhas de luta benéfica,
em que podemos exercitar
a paciência, a doçura e
o devotamento até ao
sacrifício!...”
(Obra citada, cap.
XXXIX, págs. 258 a 260.)
Texto para leitura
121. A
vida deve ser plena de
trabalho
- Passado um mês sobre
os esponsais de Silva,
certa noite, por
solicitação de Odila, o
grupo socorrista foi em
busca de Zulmira e
Antonina para uma
reunião íntima, no Lar
da Bênção. A viagem das
duas amigas foi feita em
clima de muita alegria.
Reduzida assembleia de
amigos as aguardava no
lar de Blandina,
inclusive Irmã Clara.
Parecia às duas
visitantes encarnadas
que ali encontravam o
paraíso. No recinto
amplo que Blandina
adornara de flores,
trocavam-se frases
amigas e consoladoras
impressões, quando
Antonina, mais lúcida e
mais preparada que a
companheira, indagou
pela razão do favor de
que se viam aquinhoadas.
Clara afagou-a, de leve,
e explicou: "Filhas, em
nossa romagem na vida,
atravessamos épocas de
sementeira e fases de
colheita. Na missão da
mulher, até agora, vocês
receberam do tempo os
choques e os enigmas
plantados a distância.
Com a humildade e a fé,
com o bom ânimo e o
valor moral, venceram
árduos conflitos que
lhes fustigavam as
melhores aspirações.
Foram dias obscuros do
pretérito refletidos no
presente, contudo,
agora, asserenou-se-lhes
a estrada. A paciência a
que se devotaram evitou
a formação de nuvens da
revolta e o céu se fez,
de novo, claro e
alentador. É como se o
dia renascesse,
resplendente de luz. O
campo da existência
exige mais trabalho e o
tempo de semear ressurge
alvissareiro". A
palestra em torno
cessara de repente. Os
circunstantes buscavam
ouvir a Irmã Clara,
mostrando, com o
silêncio, que nela se
encarnava, para todos, a
sabedoria. A nobre
instrutora, então,
continuou: "Agora, que a
oportunidade favorece a
renovação, é preciso
saber reconstruir o
destino. Não olvidemos.
A vida reduz-se a triste
montão de trevas, quando
não se faz plena de
trabalho. Fujamos à
velha feira da
lamentação onde a
inércia vende os seus
frutos amargosos! Para
levantar, porém, a
escada de nossa
ascensão, é
imprescindível banhar o
espírito, cada dia, na
fonte viva do amor, do
amor que recompensa a si
mesmo com a alegria de
dar!" E, após dizer que
o Pai Celeste é
onipresente, através do
amor de que satura o
Universo, concluiu: "Do
Trono Excelso nasce o
eterno manancial que
sustenta o anjo na
altura e alimenta o
verme no abismo. A
mulher é uma taça em que
o Todo-Sábio deita a
água milagrosa do amor
com mais intensidade,
para que a vida se
engrandeça. Irmãs,
sejamos fiéis ao mandato
recebido". (Cap. XXXIX,
págs. 255 a 257)
122. Ninguém avança
sem saldar as contas
- Irmã Clara esclareceu
que em muitas ocasiões,
quando nos prendemos à
lama do egoísmo ou ao
visco do ódio, poluímos
o líquido sagrado,
transformando-o em
veneno destruidor. É
preciso, pois, guardar
cautela. "O preço da
verdadeira paz reside
no sacrifício de nossas
existências. Não há
sublimação sem renúncia
no castelo da alma, como
não há purificação no
cadinho, sem o concurso
do fogo que acrisola os
metais!", asseverou a
benfeitora espiritual.
Clara, depois de
explicar que Zulmira,
mesmo sem a recordação
do passado, já estava
consciente do dever de
asilar o pequeno Júlio
no santuário doméstico,
dirigiu-se a Antonina,
indagando se ela se
recordava de suas
experiências anteriores
e se continuava atenta
às razões que lhe
inspiraram o matrimônio
com Mário Silva. Ante a
surpresa da interpelada,
a instrutora
acariciou-lhe a fronte,
de leve, e repetiu:
"Lembre-se!
lembre-se!..." Bafejada
pelo poder de Irmã
Clara, em determinados
centros da memória,
Antonina fez-se pálida e
exclamou, controlando a
própria emoção: "Sim,
sou eu a cantora!
Revejo, dentro de mim,
os quadros que se
foram!... Os conflitos
no Paraguai!... Uma
chácara em Luque!... a
família ao abandono!...
José Esteves, hoje
Mário... Sim, percebo o
sentido de minhas
segundas núpcias!..." Em
seguida, denotando
aflição no olhar,
acrescentou: "E
Leonardo? onde está
Leonardo, o infeliz?"
Clara advertiu, com
bondade: "Não precisa
dilatar reminiscências;
não nos achamos num
gabinete de experimentos
e sim numa reunião
fraternal". "Basta que
você se recorde." Em
seguida, ela resumiu
para as duas amigas o
programa reencarnatório
que se esboçara. Zulmira
receberia Júlio, outra
vez, como filho.
Antonina seria mãe de
Leonardo Pires, seu avô
e associado do destino.
"No santuário doméstico
– elucidou Clara –, as
afeições transviadas se
recompõem, a fim de que
possamos demandar o
futuro, ao clarão da
felicidade. Filhas,
ninguém avança sem
saldar as próprias
contas com o passado".
(Cap. XXXIX, págs. 257 e
258)
123. A
importância da família
- Irmã Clara mostrou às
duas mulheres a
importância do lar e da
família: "Identifiquemos
no lar humano o caminho
de nossa regeneração! A
família consanguínea na
Terra é o microcosmo de
obrigações salvadoras em
que nos habilitamos para
o serviço à família
maior que se constitui
da Humanidade inteira. O
parente necessitado de
tolerância e carinho
representa o ponto
difícil que nos cabe
vencer, valendo-nos dele
para melhorar-nos em
humildade e compreensão.
Um pai incompreensivo,
um esposo áspero ou um
filho de condução
inquietante, simbolizam
linhas de luta benéfica,
em que podemos
exercitar a paciência,
a doçura e o devotamento
até ao sacrifício!...
Especialmente, no
tocante aos filhos, não
nos esqueçamos de que
pertencem a Deus e à
vida, acima de tudo!..."
Na sequência, Clara
aludiu à bênção que
representa o
esquecimento do passado,
na esfera carnal. Esse
esquecimento é
compensado, no entanto,
com o sopro renovador de
abençoada esperança que
todos sentimos quando se
recebe um filho. Não
podemos olvidar que os
filhos são sempre laços
preciosos da existência,
a nos requisitar
equilíbrio e
discernimento em todas
as decisões. É
imprescindível, pois,
para desobrigar-nos da
grande tarefa que a
maternidade nos impõe,
entender-lhes o
psiquismo diferente do
nosso, a exigir, muitas
vezes, um tipo de
felicidade que não se
harmoniza com o nosso
modo de ser. "Saibamos,
assim, prepará-los, sem
egoísmo, para o destino
que lhes compete! O
carinho escravizante –
asseverou a instrutora
– assemelha-se a um mel
envenenado,
enredando-nos na sombra.
Conservemos nosso
espírito arejado pela
justiça, para que a
nossa afetividade seja
uma bênção com a
possibilidade de educar
os que nos cercam, na
escola do trabalho
salutar!..." Zulmira,
aproveitando a pausa que
se fez espontânea,
perguntou-lhe como agir
para solucionar os
problemas com
segurança. Clara
respondeu que ambas
haviam superado dias
alarmantes de crise
espiritual e
conquistaram o ensejo de
reestruturação do
próprio destino. Agora
era tempo de semear.
"Valorizemos a
oportunidade de
reaproximação",
conclamou a instrutora.
"São vocês dois núcleos
de força, suscetíveis de
operar valiosas
transformações nos
grupos domésticos a que
se ajustam. Façamos da
amizade o entendimento
fraterno que tudo
compreende e tolera,
movimenta e ajuda, na
extensão do Sumo Bem. A
vizinhança e a
convivência, no fundo,
são dons que o Senhor
nos concede a benefício
de nosso próprio
reajuste." Como ambas
ensaiassem novas
perguntas, Clara
acentuou: "Não temam. A
prece é o fio invisível
de nossa comunhão com o
Plano Divino e, à luz da
oração, viveremos todos
juntos. Em todas as
dúvidas, prefiramos para
nós a renunciação
construtiva". "Situar a
responsabilidade de
nosso lado é facilitar a
solução dos problemas."
(Cap. XXXIX, págs. 258 a
260)
(Continua no próximo
número.)