RICARDO BAESSO
DE OLIVEIRA
kargabrl@uol.com.br
Juiz de Fora,
Minas Gerais
(Brasil)
Design
inteligente
Tem-se
observado, nos
últimos anos, na
mídia
internacional,
um curioso
debate sobre a
inclusão ou não
da Teoria
Criacionista nos
currículos
escolares. Tal
discussão é
motivada pelo
fato de muitos
indivíduos, nos
diferentes
países do globo,
apresentarem
posição
controversa a
respeito da
evolução humana.
Duas propostas
existem a
respeito da
origem do homem
na Terra: a
Criacionista e a
Evolucionista.
Segundo os
criacionistas
todos os seres
vivos foram
criados por Deus
tal como se
apresentam
agora. Essa
proposta é
absurda do ponto
de vista
científico, não
encontrando
nenhum respaldo
nas evidências
cientificas a
respeito da
questão, como o
estudo dos
fósseis, por
exemplo.
Obviamente, não
podem ser
ensinadas nas
escolas por não
possuírem base
cientifica, a
não ser que o
façam em aulas
de religião,
como artigos de
fé.
A proposta
evolucionista
assumiu foro de
teoria, portanto
sua realidade
não é mais
motivo de
discussão. O que
se discute é
como ela se
verificou. A
quase totalidade
dos
pesquisadores
admite que a
matéria prima da
evolução esteja
nas mutações e
na seleção
natural.
As mutações são
transformações
aleatórias nas
“letras” do DNA.
A imensa maioria
delas é
prejudicial
(causando
doenças de
origem genética)
ou neutra (não
tendo efeito
sobre as
proteínas cujo
código está
contido no DNA e
que comandam o
organismo). Um
número minúsculo
de mutações, no
entanto, pode
ser vantajoso,
possibilitando
que alguns
indivíduos
sobrevivam e se
reproduzam de
forma mais
eficiente que os
demais (seleção
natural).
A Teoria
evolucionista,
no entanto,
apresenta
lacunas e não
consegue
explicar algumas
coisas. Não
possui um modelo
decente para a
origem da vida a
partir de
moléculas
orgânicas
simples, e
tampouco tem
ideia sobre como
todas as formas
básicas de vida
animal surgiram
num “piscar de
olhos”
geológico, há
pouco menos de
550 milhões de
anos, na chamada
Explosão
Cambriana. Além
disso, existem
estruturas
biológicas de
uma complexidade
tão grande (como
sistema de
coagulação do
sangue ou o
mecanismo da
visão) que seria
matematicamente
impossível ser
compreendidas a
partir de
mutações
aleatórias e da
seleção natural.
A ideia do
design
inteligente
surge como uma
proposta
conciliadora,
embora não
explique o
inicio de tudo.
Segundo essa
ideia é possível
detectar um
planejamento
inteligente na
natureza,
“conduzindo” a
evolução das
espécies. No
entanto, os
proponentes
dessa ideia (não
cientifica
ainda) como
cristãos
conservadores
dos Estados
Unidos não
entram em
detalhes sobre a
origem desse
planejamento.
A expressão
design
inteligente
não foi cunhada
por autores
espíritas, mas
bem que poderia
ter sido, pois
traduz de forma
elegante o que
nós pensamos a
respeito do
assunto.
A evolução das
espécies em
geral e do homem
em particular se
deu em dois
estados de vida:
o material e o
espiritual. Por
não reconhecerem
a existência e a
sobrevivência do
Espírito e a lei
espiritual da
reencarnação, os
pesquisadores
não conseguem
alcançar todos
os detalhes que
envolvem a
evolução no
planeta. Os
“elos perdidos
da evolução”, ou
seja, seus
fenômenos
inexplicáveis se
deram na
dimensão
espiritual,
longe das lentes
investigativas
dos cientistas.
O design
inteligente
é o próprio
Espírito com seu
corpo etéreo
constituído de
energias sutis,
que funciona
como campo
modelador da
forma física. As
conquistas
evolutivas do
principio
espiritual vão
sendo plasmadas
no corpo físico
e no corpo
espiritual
simultaneamente,
em suas
experiências nos
dois planos de
vida.
No livro Evolução
em Dois Mundos,
o Espírito André
Luiz, via
mediunidade de
Chico Xavier,
esclarece que “o
principio divino
aportou na
Terra, emanando
da Esfera
Espiritual,
trazendo em seu
mecanismo o
arquétipo a que
se destina”. Lembra
que “não
podemos
circunscrever-lhe
a experiência ao
plano físico
simplesmente
considerado,
porquanto,
através do
nascimento e
morte da forma,
sofre constantes
modificações nos
dois planos em
que se
manifesta”.
E acrescenta que
a evolução
também
"representa
estágios da
consciência
fragmentária
fora do campo
carnal
propriamente
dito, nas
regiões extra
físicas”.
Podemos
considerar ainda
a atuação dos
biólogos do
plano astral
que, sob a
supervisão
amorosa de
Jesus,
acompanham o
progresso do
mundo,
intervindo,
quando
necessário, nos
corpos
espirituais das
formas
evolutivas,
durante o
estágio no plano
espiritual.
Essas
intervenções
poderiam
responder pelas
mutações
necessárias ao
desenvolvimento
das novas
habilidades.
Ainda no livro
citado, André
Luiz, ao
examinar o
surgimento da
fala, comenta: “É
assim que,
atingindo os
alicerces da
Humanidade, o
corpo espiritual
do homem
infraprimitivo
demora-se longo
tempo em regiões
espaciais
próprias, sob a
assistência dos
Instrutores do
Espírito,
recebendo
intervenções
sutis nos
petrechos da
fonação para que
a palavra
articulada
pudesse
assinalar novo
ciclo de
progresso”.
O Espiritismo
permite,
portanto, sem
discordar das
notáveis
anotações da
ciência, um
melhor
entendimento de
processo tão
complexo.
Torna-se, como
queria Kardec, o
hífen, o traço
de união entre
ciência e
religião.