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Correio Mediúnico
Ano 4 - N° 161 - 6 de Junho de 2010
 

 

Advertência 

Argeu Pinto dos Santos
 

Meus amigos, vossa leitura desta noite abordou, com oportunos ensinamentos, a mediunidade e o amor fraterno. Dois temas vivos que se conjugam, encarecendo a excelência do serviço que repousa em nossas mãos.

É importante lembrar que o Espiritismo é o Evan­gelho redivivo e puro, atuando, de novo, entre os homens, a fim de que não sejamos inclinados ao vampirismo, admiravelmente rotulado de preciosidade doutrinal.

De nossa parte, usufruímos também o privilégio de partilhar a tarefa espírita, no setor mediúnico, em pas­sado próximo.

E, agora, cremo-nos habilitados a declarar que es­piritista algum, enquanto na carne, consegue avaliar em toda a sua extensão o tesouro de bênçãos que lhe enri­quece a alma, porque semelhantes bênçãos exprimem o trabalho e a responsabilidade com que devemos assimi­lar a nossa Doutrina, venerável escultora do caráter cristão em nossa própria vida.

O nosso Ênio (1) dará testemunho das notícias que vos trazemos.

Depois do regresso à Pátria Espiritual, reconhece­mos que a mediunidade não basta só por si.

Espíritos que se graduam na esfera do sentimento, nos mais diversos tons evolutivos, acompanham de per­to a marcha humana e é preciso evitar a companhia daqueles irmãos que, embora exonerados do corpo denso, jazem ainda profundamente vinculados às sensações inferiores do campo físico, a fim de que não venhamos a transformar o nosso movimento de elevação moral em descida às zonas escuras de subnível.

É fácil observar que muitos companheiros começam abraçando a fé e acabam esposando preocupações subalternas.

Muitos iniciam o apostolado, assinalando a grande­za dos compromissos que assumem, entretanto, por ve­zes, olvidam, apressados, que Espiritismo é ascensão com Jesus ao calvário de nosso acrisolamento para a Luz Divina e confiam-se a entidades que ainda sofrem o fascínio do comércio malsão, metamorfoseando-Se em caça­dores do êxito mundano, no qual tantos nos barateiam o estandarte de princípios sagrados, convertendo-o na bandeira cinzenta do desânimo para todos os que nos batem à porta, suspirando por socorro espiritual e ter­minando, desapontados, diante do nosso exemplo desen­corajador.

A mediunidade, para triunfar, precisa reconhecer que o amor fraterno é a chama capaz de purificá-la.

Compete-nos hipotecar nossas forças à obra de re­denção das nossas atividades, porquanto não é justo ofe­recer pão ao faminto e agasalho aos nus, relegando-lhes o espírito à sombra da ignorância.

É louvável dar o que temos nas mãos; contudo, é mais importante dar nossas mãos para que o ajudado aprenda a ajudar-se.

Consideramos indispensável uma campanha de boa-vontade, suscetível de alijar da nossa luta benemérita tudo aquilo que represente acomodação com o menor es­forço, para que o nosso ideal traduza lição de Nosso Senhor Jesus-Cristo em nossas atitudes de cada hora.

Para isso, porém, é inadiável o esforço ingente de nossa própria regeneração, de modo a não perdermos tanta esperança na música das palavras vazias.

Devemos estabelecer a competência mediúnica em base de solidariedade humana, a expressar-se em ser­viço aos semelhantes, entendendo, no entanto, que nin­guém pode servir, ignorando como servir.

Disso decorre o impositivo de luz em nosso cérebro e em nosso coração, para que o serviço espiritista seja realização do Divino Mestre conosco e por nós.

Arejemos, pois, o mundo íntimo no santuário da educação, para que a mediunidade e o amor não se es­cravizem à sombra, e roguemos ao Pai Celestial nos con­ceda a precisa coragem de viver o Evangelho de Jesus, hoje e sempre. 

Notas: 

(1) O comunicante se refere ao nosso irmão Ênio Santos, companheiro do Grupo, que lhe foi filho na vida material. (Nota do organizador do livro.)

(2) A mensagem acima foi transmitida na noite de 17 de junho de 1954. Seu autor, espírita convicto, militou em sua derradeira existência na mediunidade, em Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo.

 

Do cap. 15 do livro Instruções Psicofônicas, ditado por Diversos Espíritos por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier.
 

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita