Advertência
Argeu
Pinto dos Santos
Meus amigos,
vossa leitura
desta noite
abordou, com
oportunos
ensinamentos, a
mediunidade e o
amor fraterno.
Dois temas vivos
que se conjugam,
encarecendo a
excelência do
serviço que
repousa em
nossas mãos.
É
importante
lembrar que o
Espiritismo é o
Evangelho
redivivo e puro,
atuando, de
novo, entre os
homens, a fim de
que não sejamos
inclinados ao
vampirismo,
admiravelmente
rotulado de
preciosidade
doutrinal.
De nossa parte,
usufruímos
também o
privilégio de
partilhar a
tarefa espírita,
no setor
mediúnico, em
passado
próximo.
E, agora,
cremo-nos
habilitados a
declarar que
espiritista
algum, enquanto
na carne,
consegue avaliar
em toda a sua
extensão o
tesouro de
bênçãos que lhe
enriquece a
alma, porque
semelhantes
bênçãos exprimem
o trabalho e a
responsabilidade
com que devemos
assimilar a
nossa Doutrina,
venerável
escultora do
caráter cristão
em nossa própria
vida.
O
nosso Ênio (1)
dará testemunho
das notícias que
vos trazemos.
Depois do
regresso à
Pátria
Espiritual,
reconhecemos
que a
mediunidade não
basta só por si.
Espíritos que se
graduam na
esfera do
sentimento, nos
mais diversos
tons evolutivos,
acompanham de
perto a marcha
humana e é
preciso evitar a
companhia
daqueles irmãos
que, embora
exonerados do
corpo denso,
jazem ainda
profundamente
vinculados às
sensações
inferiores do
campo físico, a
fim de que não
venhamos a
transformar o
nosso movimento
de elevação
moral em descida
às zonas escuras
de subnível.
É
fácil observar
que muitos
companheiros
começam
abraçando a fé e
acabam esposando
preocupações
subalternas.
Muitos iniciam o
apostolado,
assinalando a
grandeza dos
compromissos que
assumem,
entretanto, por
vezes, olvidam,
apressados, que
Espiritismo é
ascensão com
Jesus ao
calvário de
nosso
acrisolamento
para a Luz
Divina e
confiam-se a
entidades que
ainda sofrem o
fascínio do
comércio malsão,
metamorfoseando-Se
em caçadores do
êxito mundano,
no qual tantos
nos barateiam o
estandarte de
princípios
sagrados,
convertendo-o na
bandeira
cinzenta do
desânimo para
todos os que nos
batem à porta,
suspirando por
socorro
espiritual e
terminando,
desapontados,
diante do nosso
exemplo
desencorajador.
A
mediunidade,
para triunfar,
precisa
reconhecer que o
amor fraterno é
a chama capaz de
purificá-la.
Compete-nos
hipotecar nossas
forças à obra de
redenção das
nossas
atividades,
porquanto não é
justo oferecer
pão ao faminto e
agasalho aos
nus,
relegando-lhes o
espírito à
sombra da
ignorância.
É
louvável dar o
que temos nas
mãos; contudo, é
mais importante
dar nossas mãos
para que o
ajudado aprenda
a ajudar-se.
Consideramos
indispensável
uma campanha de
boa-vontade,
suscetível de
alijar da nossa
luta benemérita
tudo aquilo que
represente
acomodação com o
menor esforço,
para que o nosso
ideal traduza
lição de Nosso
Senhor
Jesus-Cristo em
nossas atitudes
de cada hora.
Para isso,
porém, é
inadiável o
esforço ingente
de nossa própria
regeneração, de
modo a não
perdermos tanta
esperança na
música das
palavras vazias.
Devemos
estabelecer a
competência
mediúnica em
base de
solidariedade
humana, a
expressar-se em
serviço aos
semelhantes,
entendendo, no
entanto, que
ninguém pode
servir,
ignorando como
servir.
Disso decorre o
impositivo de
luz em nosso
cérebro e em
nosso coração,
para que o
serviço
espiritista seja
realização do
Divino Mestre
conosco e por
nós.
Arejemos, pois,
o mundo íntimo
no santuário da
educação, para
que a
mediunidade e o
amor não se
escravizem à
sombra, e
roguemos ao Pai
Celestial nos
conceda a
precisa coragem
de viver o
Evangelho de
Jesus, hoje e
sempre.
Notas:
(1) O
comunicante se
refere ao nosso
irmão Ênio
Santos,
companheiro do
Grupo, que lhe
foi filho na
vida material.
(Nota do
organizador do
livro.)
(2) A mensagem
acima foi
transmitida na
noite de 17 de
junho de 1954.
Seu autor,
espírita
convicto,
militou em sua
derradeira
existência na
mediunidade, em
Cachoeiro de
Itapemirim,
Estado do
Espírito Santo.
Do cap. 15 do
livro
Instruções
Psicofônicas,
ditado por
Diversos
Espíritos por
intermédio do
médium Francisco
Cândido Xavier.