Um leitor nos apresenta uma
questão interessante: Se o
Espiritismo diz respeitar
todas as convicções sinceras
e não busca fazer
proselitismo, por que
combate as doutrinas
materialistas?
Pergunta parecida com esta
foi respondida pelo próprio
Codificador da Doutrina
Espírita. O assunto pode ser
visto no cap. I, Terceiro
Diálogo, do livro O que é
o Espiritismo, de Allan
Kardec.
Ao combater o materialismo,
não se atacam pessoas, mas
sim uma doutrina que se
constitui numa verdadeira
chaga social, quando
generalizada. Ora, ninguém
ignora que a negação do
futuro ou a simples dúvida
sobre outra vida constituem
fatores estimulantes do
egoísmo, origem da maioria
dos males da Humanidade. Com
o materialismo, a caridade,
a fraternidade e a moral
ficam destituídas de base, e
nenhuma razão existe para
praticá-las ou propagar a
sua observância.
Claro que pode haver – e
seguramente há – pessoas
boníssimas e virtuosas
adeptas do materialismo; mas
esse fato é antes uma
exceção, porque o lema do
materialismo, em si
considerado, é outro: “Cada
um por si durante a vida
terrena, porque com ela tudo
se acaba”.
O suicídio, a eutanásia, o
aborto, a corrupção – nada
disso tem importância para o
indivíduo convencido de que
nada mais existe finda a
existência corporal.
Eis aí, portanto, em poucas
palavras, o motivo pelo qual
devemos combater as
doutrinas materialistas e,
em especial, a atitude
materialista, isto é, o
comportamento dos que se
dizem cristãos mas agem como
se não fossem, o que é
evidente nos atos dos que se
apropriam dos recursos
públicos para o
enriquecimento pessoal e dos
que, movidos pela ganância,
se valem de todos os meios
para acumular bens que um
dia terão de deixar.
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