As trevas e sua força...
“Nunca recebemos tantos
comentários e críticas
sobre uma só
reportagem.”
O título deste artigo,
assim como o seu
primeiro parágrafo, são
afirmativas que
encontramos na revista Superinteressante deste
mês, na seção Fórum.
Bem, a revista atingiu
sua meta que é ser lida,
ainda que pela polêmica.
E nós os Espíritas
contribuímos para o
sucesso desse “mal”,
pois contribuímos com a
polêmica, ainda que de
boa-fé. Mal esse que é
abstração da realidade.
Mal que não tem
existência própria
precisa de contribuição
humana para se tornar
algo real.
Por esta razão, Emmanuel
já nos alertou, no livro
Mãos Unidas, pela
psicografia do valoroso
Chico Xavier, que
devemos ser uma estação
terminal do mal. Toda
notícia desagradável,
toda polêmica que chegar
até nós não pode ter a
nossa colaboração para
sua continuidade, sua
propagação. “Reflitamos
na contribuição da paz a
que todos somos chamados
e para a qual todos
somos capazes, com
segurança e eficiência.
Para começar, porém, de
maneira substanciosa e
definitiva, é preciso
que o mal cesse de agir,
tão logo nos alcance,
encontrando em cada um
de nós uma estação
terminal das trevas.”
(Obra citada.)
O próprio mestre de
Lyon, Allan Kardec,
avisou-nos que o que é
verdade tornar-se-á
evidente por si mesmo e
que, quando se ataca
algo que tem fundamento,
só se faz evidenciá-lo.
Para evidenciar a falta
de seriedade de quem
escreveu o artigo sobre
a vida de Chico Xavier e
de quem permitiu sua
publicação, bastaria
lembrar que ele nunca
obteve qualquer tipo de
vantagem sobre sua
mediunidade, vivendo
numa casa mais simples
do que a de qualquer um
de nós e, portanto,
seria esse um tipo de
charlatanice muito
peculiar.
Já o Bem, que faço
questão de grafar com
letra inicial maiúscula,
este sim deve estar em
nossas conversas
diárias. Este merece
nossa atenção, nossa
energia, para que se
propague na velocidade
de nossa boa vontade e
ilumine o mundo que
vivemos.
André Luiz nos adverte,
através das palavras de
um dos seus personagens,
no livro Nos Domínios
da Mediunidade, que
vivemos imersos nas
imagens que criamos e
projetamos. Em nossa
própria atmosfera
psíquica, portanto.
Daí a importância de não
desperdiçarmos nosso
tempo, oferecendo espaço
neste santuário, que é a
nossa mente, às coisas
que não acrescentam nada
à humanidade. Pois as
trevas sabem que toda a
sua força está na
atenção que damos a
elas. E é trabalhando
esta nossa fraqueza que
eles conseguem penetrar
em nossa sociedade.
A solução, portanto, não
está em espantar as
moscas, mas em curar as
feridas.
No episódio conhecido
como Auto-de-fé de
Barcelona, que foi uma
expressão notabilizada
por Allan Kardec para se
referir à queima em
praça pública de
trezentos
livros espíritas,
realizada no dia 9 de
outubro de mil oitocentos
e sessenta e um,
em Barcelona, a
espiritualidade adverte
Kardec que ele não
deveria preocupar-se,
pois nunca houve tão
grande divulgação da
Doutrina Espírita até
então.
Foi o que aconteceu,
pois o evento causou
viva impressão através
da imprensa de todo o
mundo, à época, evocando
as antigas fogueiras do
Santo Ofício, chamando a
atenção para as obras
espíritas.
E até mesmo pela
curiosidade, muitos
procuraram conhecer a
doutrina, plantando
desta forma uma
sementinha da iluminação
em seus corações.
E pela mesma razão só
podemos dizer à Revista
acima citada: Nosso
muito obrigado por esta
imensa divulgação desta
doutrina que não impõe e
não cobra nada de
ninguém. Apenas oferece
alívio e forças para se
transpor os obstáculos
do dia-a-dia, através
dos esclarecimentos que
despertam em nós.