MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
2)
Damos continuidade à
apresentação do
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. O psiquismo que nos é
peculiar independe dos
centros nervosos?
Sim. O psiquismo
independe dos centros
nervosos, uma vez que,
fluindo da mente, é ele
que condiciona todos os
fenômenos da vida
orgânica em si mesma.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 1,
págs. 16 e 17.)
B. Que podemos entender
por vibrações
compensadas?
Para responder a esta
questão, imaginemos um
suposto diálogo entre um
hotentote desencarnado e
um sábio terrestre.
Claro que, nesse
contato, o desencarnado
nada poderá oferecer ao
sábio além dos assuntos
triviais em que se lhe
desdobraram no mundo as
experiências
primitivistas. Se o
desencarnado fosse o
sábio a comunicar-se com
o hotentote encarnado,
não conseguiria também
facultar-lhe cooperação
imediata, salvo no
trabalho embrionário em
que se lhe situam os
interesses mentais,
como por exemplo o
auxílio a um rebanho.
Obviamente, o hotentote
não se sentiria feliz na
companhia do sábio e
vice-versa, por falta
desse alimento quase
imponderável que o
Instrutor Albério
denominou "vibrações
compensadas". É da Lei,
explicou ele, que nossas
maiores alegrias sejam
recolhidas ao contato
daqueles que, em nos
compreendendo, permutam
conosco valores mentais
de qualidades idênticas
aos nossos, assim como
as árvores oferecem
maior produtividade se
colocadas entre árvores
da mesma espécie, com as
quais trocam seus
princípios
germinativos.
(Obra citada, cap. 1,
págs. 17 e 18.)
C. Por que há estudiosos
que comparam nosso mundo
mental a um espelho?
Essa comparação advém –
segundo o Instrutor
Albério – do fato de que
refletimos as imagens
que nos cercam e
arremessamos na direção
dos outros as imagens
que criamos. Como não
podemos fugir ao
imperativo da atração,
somente retrataremos a
claridade e a beleza, se
instalarmos a beleza e a
claridade no espelho de
nossa vida íntima. Por
causa disso, é preciso
compreender que os
reflexos mentais,
conforme a sua
natureza, favorecem-nos
a estagnação ou nos
impulsionam a jornada
para a frente, porque
cada criatura humana
vive no céu ou no
inferno que edificou
para si mesma. O espelho
sepultado na lama não
reflete o esplendor do
Sol; o lago agitado não
retrata a imagem da
estrela. É
imprescindível, pois,
saber que tipo de onda
mental assimilamos, para
conhecer a qualidade de
nosso trabalho.
(Obra citada, cap. 1,
págs. 18 a 20.)
Texto para leitura
4. Vibrações
compensadas - Em sua
palestra, o Instrutor
Albério afirmou que,
dependendo dos nossos
semelhantes, em nossa
trajetória para a
vanguarda evolutiva, à
maneira dos mundos que
se deslocam no Espaço,
"agimos e reagimos uns
sobre os outros, através
da energia mental em que
nos renovamos
constantemente, criando,
alimentando e destruindo
formas e situações,
paisagens e coisas, na
estruturação dos nossos
destinos". "Nossa mente
é, dessarte, um núcleo
de forças inteligentes,
gerando plasma sutil
que, a exteriorizar-se
incessantemente de nós,
oferece recursos de
objetividade às figuras
de nossa imaginação, sob
o comando de nossos
próprios desígnios",
complementou o
instrutor. Todos os
seres vivos respiram na
onda de psiquismo
dinâmico que lhes é
peculiar, dentro das
dimensões que lhes são
características ou na
frequência que lhes é
própria. "Esse psiquismo
independe dos centros
nervosos, de vez que,
fluindo da mente, é ele
que condiciona todos os
fenômenos da vida
orgânica em si mesma."
Examinando, assim, os
valores anímicos como
faculdades de
comunicação entre os
Espíritos, não podemos
perder de vista o mundo
mental do agente e do
recipiente, porque, em
qualquer posição
mediúnica, a
inteligência receptiva
está sujeita às
possibilidades e à
coloração dos
pensamentos em que vive,
e a inteligência
emissora jaz submetida
aos limites e às
interpretações dos
pensamentos que é capaz
de produzir. Albério
exemplificou essa
assertiva com um
suposto diálogo entre um
hotentote desencarnado e
um sábio terrestre.
Neste caso, o
desencarnado nada poderá
oferecer ao sábio além
dos assuntos triviais em
que se lhe desdobraram
no mundo as
experiências
primitivistas. Se o
desencarnado for o sábio
a comunicar-se com o
hotentote encarnado, não
conseguirá ele
facultar-lhe cooperação
imediata, salvo no
trabalho embrionário em
que se lhe situam os
interesses mentais,
como por exemplo o
auxílio a um rebanho ou
a cura dos males do
corpo denso. Claro que,
por isso, o hotentote
não se sentiria feliz na
companhia do sábio e o
sábio não se demoraria
com o hotentote, por
falta desse alimento
quase imponderável a que
podemos chamar
"vibrações compensadas".
É da Lei, elucidou
Albério, que nossas
maiores alegrias sejam
recolhidas ao contato
daqueles que, em nos
compreendendo, permutam
conosco valores mentais
de qualidades idênticas
aos nossos, assim como
as árvores oferecem
maior produtividade se
colocadas entre árvores
da mesma espécie, com as
quais trocam seus
princípios
germinativos. (Cap. 1,
págs. 16 a 18)
5. O problema da
sintonia - O
Instrutor asseverou,
então, que não podemos
em mediunidade olvidar o
problema da sintonia,
ajuntando: "Atraímos os
Espíritos que se afinam
conosco, tanto quanto
somos por eles atraídos;
e se é verdade que cada
um de nós somente pode
dar conforme o que tem,
é indiscutível que cada
um recebe de acordo com
aquilo que dá".
Achando-se a mente na
base de todas as
manifestações
mediúnicas, quaisquer
que sejam seus
característicos, é
imprescindível
enriquecer o pensamento,
incorporando-lhe os
tesouros morais e
culturais, os únicos
que nos possibilitam
fixar a luz que jorra
para nós, das Esferas
mais altas, através dos
gênios da sabedoria e do
amor que supervisionam
nossas experiências.
Estão, pois, certos
aqueles que compararam
nosso mundo mental a um
espelho. Refletimos as
imagens que nos cercam e
arremessamos na direção
dos outros as imagens
que criamos. Como não
podemos fugir ao
imperativo da atração,
somente retrataremos a
claridade e a beleza, se
instalarmos a beleza e a
claridade no espelho de
nossa vida íntima. Os
reflexos mentais,
conforme a sua
natureza, favorecem-nos
a estagnação ou nos
impulsionam a jornada
para a frente, porque
cada criatura humana
vive no céu ou no
inferno que edificou
para si mesma, nas
reentrâncias do coração
e da consciência,
independentemente do
corpo físico. Vemos a
mediunidade em todos os
tempos e em todos os
lugares. Missões
santificantes e guerras
destruidoras, tarefas
nobres e obsessões
pérfidas guardam origem
nos reflexos da mente
individual ou coletiva,
combinados com as forças
sublimadas ou
degradantes dos
pensamentos de que se
nutrem. Cabe-nos, pois,
saber cultivar a
educação,
aprimorando-nos cada
dia. Médiuns somos todos
nós, nas linhas de
atividade em que nos
situamos; a força
psíquica é peculiar a
todos os seres, mas não
existe aperfeiçoamento
mediúnico sem
acrisolamento da
individualidade. É
perigoso possuir sem
saber usar; o espelho
sepultado na lama não
reflete o esplendor do
Sol; o lago agitado não
retrata a imagem da
estrela. É
imprescindível saber
que tipo de onda mental
assimilamos, para
conhecer da qualidade de
nosso trabalho. Após
desfilar tantos
conceitos de
profundidade, Albério
propôs: "Elevemos nosso
padrão de conhecimento
pelo estudo bem
conduzido e apuremos a
qualidade de nossa
emoção pelo exercício
constante das virtudes
superiores, se nos
propomos recolher a
mensagem das Grandes
Almas". "Mediunidade não
basta só por si." (Cap.
1, págs. 18 a 20)
6. O psicoscópio
- Na noite seguinte,
Aulus informou a André o
programa por ele
traçado. Suas
observações seriam
centralizadas em um
pequeno grupo formado
por dez companheiros
encarnados, com quatro
médiuns detentores de
faculdades já
desenvolvidas e lastro
moral respeitável.
Feitos os entendimentos
iniciais, o Assistente
muniu-se de pequena
pasta e informou,
paciente: "Temos aqui o
nosso psicoscópio,
de modo a facilitar-nos
exames e estudos, sem o
impositivo de acurada
concentração mental".
André tomou em suas mãos
o enigmático volume,
notando que na Terra o
minúsculo objeto não
pesaria senão alguns
gramas. Hilário,
curioso como André,
indagou que engenho era
aquele. O Assistente
explicou: "É um aparelho
a que intuitivamente se
referiu ilustre
estudioso da
fenomenologia
espirítica, em fins do
século passado.
Destina-se à auscultação
da alma, com o poder de
definir-lhe as vibrações
e com capacidade para
efetuar diversas
observações em torno da
matéria". E acrescentou:
"Funciona à base de
eletricidade e
magnetismo,
utilizando-se de
elementos radiantes,
análogos na essência aos
raios gama. É
constituído por óculos
de estudo, com recursos
disponíveis para a
microfotografia".
(N.R.: Raios gama, em
Física, diz-se da
radiação
eletromagnética, de
pequeno comprimento de
onda, emitida num
processo de transição
nuclear ou de
aniquilação de
partículas.)
(Cap. 2, págs. 21 a 23)
(Continua no próximo
número.)