GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
Reuniões
mediúnicas pedem
fidelidade a
Kardec
Não há como
negar a
importância da
mediunidade. Sem
ela, Allan
Kardec não teria
codificado a
Doutrina
Espírita; nem
haveria
revelação
progressiva.
Não há limites
em nosso orgulho
e vaidade. E
nossa ignorância
supera a ambos!
No passado, já
se vendeu
cadeiras cativas
no ‘céu’ de
ociosidade.
Incrível é que,
naqueles tempos
não tão antigos
assim, houvesse
quem acreditasse
nesses embustes.
Também hoje, em
larga escala e a
preço de
bananas, o
engodo é
praticado. Basta
recolher dízimos
ou adotar
rituais
externos:
assegura-se o
‘céu’ e a
prosperidade
material
(especialmente
para os que
recolhem tais
dádivas).
Reforma íntima?
Nem pensar!
Reformar-se,
mudar hábitos e
adquirir
virtudes exigem
renúncias. Mas o
Mestre nos avisa
que a porta é
mesmo
estreita... (Mt,
7:13.)
Mais
inconcebível
ainda: que se
decida, aqui na
Terra, quem sobe
aos ‘céus’ (é só
pagar!), ou
‘baixa’ aos
infernos. Sem
recursos, não há
alternativa aos
pobres!
Nos arraiais
espíritas
surgem, amiúde,
grupos criando
métodos para
“resolver” – sem
demora e sem
mudança interior
de vítimas e de
algozes –
obsessões graves
e para atender
grande número de
Espíritos
enfermos,
ampliando-se o
socorro a todos
eles.
‘Modismos’ que
iludem a muitos.
Aqui, ‘novos
métodos’; ali,
gestuais e
gritos; e, para
incautos, com
rapidez, tudo se
resolve na Terra
mesma, apesar de
nossas
imperfeições.
Agem como se
dependesse dos
encarnados a
solução dessas
questões.
Nesses casos, o
lugar
para esses
‘tratamentos’ não é o Centro Espírita. Ideal seria que
abrissem
seus
espaços
de terapia;
tirassem
alvarás
de
funcionamento;
se submetessem
às
leis
do país;
abrissem
clínicas
não-espíritas; e
se submetessem
ao
julgamento
social e ao dos
meios
acadêmicos.
Se legítimas e
úteis, as
técnicas
ganharão
respeito
e
confiança.
Se de
Deus,
prevalecerão,
mesmo
combatidas. Se
não, sucumbirão
por
si
mesmas. Em
resumo:
Espiritismo
no
Centro
Espírita
e ‘essas
técnicas
avançadas’ em
lugar
próprio.
E a moda pega e
vira praga
difícil de
erradicar.
Lembremo-nos da
Parábola do Joio
(Mt, 13:24 a 30)
e cuidemos de
semear a boa
semente que, no
caso, requer
fidelidade à
Doutrina
Espírita, a
Allan Kardec.
Se não sanamos
pequenas
questões à nossa
volta, por que
pretender
fazê-lo no
invisível?
Falta de memória
– para quem
conhece André
Luiz – ou de
estudo, para a
maioria que
ignora,
lamentavelmente,
a série de
livros
admiráveis,
iniciada por
Nosso Lar,
pelas mãos
abençoadas de
Francisco C.
Xavier.
Numa delas1,
Calderaro diz a
André Luiz:
"(...) Se o
mal
demanda tempo
para fixar-se, é óbvio
que a restauração
do bem
não
pode
ser
instantânea.
(...)"
Telésforo2,
mentor, afirma:
“(...)
espiritualistas
(...) nos
malsinam a
influência,
por quererem o
homem
aperfeiçoado de
um dia para
outro,
rigorosamente
redimido a golpe
instantâneo da
vontade, sem
realização
metódica.
(...)
A
Comunicação não
comporta perda
de tempo nem
experimentação
doentia, sem
grave prejuízo
dos cooperadores
incautos. (...)”
– Grifamos.
No Cap. 48, da
mesma obra,
Aniceto dá a
André Luiz
seguras
orientações:
“(...) Por que
motivo se
reuniam ali
tantos
desencarnados?
Já que
recebiam
assistência
espiritual, não
poderiam
congregar-se em
lugares
igualmente
espirituais?
– De fato, André
(...), a maioria
dos
desencarnados
recebe
esclarecimentos
justos em nossa
esfera de ação.
Você mesmo (...)
não foi
conduzido ao
ambiente de
nossos amigos
corporificados
para o
necessário
encaminhamento.
(...)
– Grifamos.
Eis diálogos de
Alexandre,
instrutor, com
André Luiz3:
“– Por que a
doutrinação em
ambiente dos
encarnados? –
indaguei. –
Semelhante
medida é uma
imposição no
trabalho desse
teor?
– Não –
explicou o
instrutor –,
não é um recurso
imprescindível.
Temos
variados
agrupamentos de
servidores de
nosso plano,
dedicados
exclusivamente a
esse gênero de
auxílio.
(...) Em
determinados
casos, porém, a
cooperação do
magnetismo
humano pode
influir mais
intensamente, em
benefício dos
necessitados que
se encontrem
cativos das
zonas de
sensação, na
Crosta do Mundo.
Mesmo aí,
contudo, a
colaboração dos
amigos terrenos,
embora seja
apreciável, não
constitui fator
absoluto e
imprescindível;
mas, quando
é possível e
útil,
valemo-nos do
concurso de
médiuns e
doutrinadores
humanos, não
só para
facilitar a
solução
desejada, senão
também para
proporcionar
ensinamentos
vivos aos
companheiros
envolvidos na
carne,
despertando-lhes
o coração para a
espiritualidade.
(...)
– Ajudando as
entidades em
desequilíbrio,
ajudarão a si
mesmos;
doutrinando,
acabarão
igualmente
doutrinados”.
– Destacamos.
É para
aprendermos!
Não
alimentemos a
ilusão de que
nossa contribuição é extraordinária!
Ou
que devamos adotar
técnicas alheias aos ensinos dos
Espíritos. A
Doutrina
é deles e
dispensa
enxertias
humanas.
São informações
óbvias. Caso
contrário, não
haveria socorro
a desencarnados
antes da
Codificação
Espírita! Estudo
e um pouco de
humildade nos
farão a todos um
grande bem,
evitando o
arrependimento
amargo no
amanhã, que
breve chega.
Páginas à frente3,
o mesmo
instrutor
pondera:
"(...) Diante do
obsidiado, fixam
apenas um
imperativo
imediato – o
afastamento do
obsessor. Mas,
como
rebentar,
de um instante para outro, algemas seculares,
forjadas nos
compromissos
recíprocos da
vida em comum?
(...)"
É livro a ser
lido, relido e
estudado por
quem se dedica
ao aprendizado
nas reuniões
mediúnicas. Aos
que se iludem
com ‘novidades
milagreiras’:
leiam, pelo
menos, o
capítulo 18
(Obsessão) dessa
obra
extraordinária.
Entre os
objetivos das
reuniões
mediúnicas está
o socorro a
desencarnados,
sim; mas a
finalidade
máxima é a nossa
própria
educação, no
aprendizado –
com ‘(...)
ensinamentos
vivos (...)’
– da realidade
espiritual que a
todos nos
aguarda!
Quem somos nós,
pois, para
decidir sobre a
melhoria dos
outros, ainda
mais no plano
espiritual, eis
que descuramos
nossa própria
evolução e
melhoria
interior?
Referências:
1. XAVIER,
Francisco C.
No Mundo Maior.
Pelo Espírito
André Luiz. 8.
ed. Rio de
Janeiro: FEB,
1979. 253p. Cap.
8 – No Santuário da Alma, p.108/109;
2. XAVIER,
Francisco C.
Os Mensageiros.
Pelo Espírito
André Luiz. 12.
ed. FEB: Rio de
Janeiro (RJ),
1980. 368p. Cap.
5, p. 32/3 e 35;
e Cap. 48, p.
248;
3. XAVIER,
Francisco C.
Missionários da
Luz. Pelo
Espírito André
Luiz. 21. ed.
FEB: Rio de
Janeiro (RJ),
1988. 347p. Cap.
17, p. 280; e
Cap. 18, p. 312.