Damos continuidade nesta edição ao Estudo Sistematizado do Novo Testamento, que compreenderá o estudo dos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João e do livro Atos dos Apóstolos. O estudo é baseado na versão em português do Novo Testamento que o leitor pode consultar a partir deste link: http://www.bibliaonline.com.br/tb.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Como se deu o episódio da transfiguração de Jesus e que discípulos a presenciaram?
2. Os escribas diziam que, antes de vir o Messias, era necessário que Elias viesse. Que disse Jesus a respeito disso?
3. Ao curar o menino endemoninhado desde a infância, que não pôde ser curado por seus discípulos, que ensinamento nos deixou Jesus?
4. Tendo seus discípulos discutido entre si qual era o maior dentre eles, Jesus aproveitou o ensejo para lhes dar uma notável lição. Que lição é essa?
5. Em que circunstância Jesus declarou: Quem não é contra nós é por nós? E que significam tais palavras?
Texto para leitura
19. Jesus pede aos discípulos guardar-se do fermento dos fariseus - Após despedir a multidão, Jesus entrou no barco e foi, com os seus discípulos, para as partes de Dalmanuta. Os fariseus pediram-lhe então, para o tentarem, que lhes desse um sinal do céu. Jesus, suspirando profundamente em seu espírito, disse-lhes: “Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se dará sinal algum”. E, deixando-os, tornou a entrar no barco e foi para a outra banda. Os discípulos, por esquecimento, não levavam consigo um único pão. Jesus, aproveitando o ensejo, advertiu-os: “Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus, do fermento de Herodes”. Os discípulos, sem entender o que ele dizia, pensaram que Jesus assim falava, porque não haviam levado pão. Percebendo-o, o Senhor lhes disse: “Para que arrazoais, que não tendes pão? não considerastes, nem compreendestes ainda? tendes ainda o vosso coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? e, tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais, quando parti os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes?” Eles disseram: Doze. Jesus, então, perguntou: “E, quando parti os sete entre os quatro mil, quantas alcofas cheias de pedaços levantastes?” Eles responderam: Sete. Jesus então lhes perguntou: “Como não entendeis ainda?” (Marcos, 8:10 a 8:21.)
20. Pedro afirma-lhe, convicto: “Tu és o Cristo” - Os judeus de sua época, segundo foi dito pelos discípulos, achavam que Jesus era João Batista, Elias ou algum dos profetas que ressuscitara. Pedro, porém, inquirido pelo Mestre, declarou com convicção: Tu és o Cristo. Jesus, ao ouvir tal frase, admoestou-os para que a ninguém dissessem aquilo dele, e começou a ensinar-lhes que era preciso que o Filho do homem padecesse muito e fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, avisando contudo que depois de três dias ressuscitaria. Quando dizia essas cousas, Pedro o tomou à parte e se pôs a repreendê-lo, mas ele, virando-se e olhando para os seus discípulos, repreendeu o apóstolo, dizendo: “Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens”. (Marcos, 8:27 a 8:33.)
21. Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á - Chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes o Senhor: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou que daria o homem pelo resgate de sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos”. (Marcos, 8:34 a 8:38.)
22. Jesus prediz de novo sua morte e ressurreição ao terceiro dia - Após a transfiguração, Jesus ordenou aos três discípulos que o acompanhavam que a ninguém contassem o que haviam visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos. Eles, então, retiveram o caso entre si, mas perguntavam uns aos outros o que significavam estas palavras: ressuscitar dentre os mortos. A mesma dúvida surgiu quando, caminhando pela Galileia, Jesus voltou a dizer-lhes: “O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e, morto ele, ressuscitará ao terceiro dia”. Os discípulos não compreenderam o que o Mestre disse, mas receavam interrogá-lo. (Marcos, 9:9 e 9:10; 9:30 a 9:32.)
23. Jesus ensina a caridade e adverte quanto aos tropeços da vida - Jesus, ensinando a caridade, disse a seus discípulos: “Aquele que vos der de beber um copo d’água, porque sois do Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa. Mas quem puser uma pedra de tropeço no caminho de um destes pequeninos que creem, melhor seria que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e que fosse lançado no mar”. “Se a tua mão te servir de pedra de tropeço – advertiu o Senhor –, corta-a; melhor é entrares na vida manco, do que, tendo duas mãos, ires para a Geena, para o fogo inextinguível. Se o teu pé te servir de pedra de tropeço, corta-o; melhor é entrares na vida aleijado, do que, tendo dois pés, seres lançado na Geena. Se o teu olho te servir de pedra de tropeço, arranca-o; melhor é entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos, do que, tendo dois, seres lançado na Geena, onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga. Pois cada um será salgado com fogo. O sal é bom; mas se o sal se tiver tornado insípido, com que haveis de restaurar-lhe o sabor? Tende sal em vós mesmos, e estai em paz uns com os outros.” (Marcos, 9:41 a 9:50.)
Respostas às questões propostas
1. Como se deu o episódio da transfiguração de Jesus e que discípulos a presenciaram?
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sós, em particular, a um alto monte e transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais como nenhuma lavadeira sobre a terra as poderia branquear. Apareceram-lhes, então, Elias e Moisés, e eles falaram com Jesus. Pedro, que a tudo via, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Desceu, então, uma nuvem que os cobriu com sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi. (Marcos, 9:2 a 9:7.)
2. Os escribas diziam que, antes de vir o Messias, era necessário que Elias viesse. Que disse Jesus a respeito disso?
Jesus confirmou a profecia bíblica dizendo-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito, numa alusão direta a João Batista. (Marcos, 9:11 a 9:13.)
3. Ao curar o menino endemoninhado desde a infância, que não pôde ser curado por seus discípulos, que ensinamento nos deixou Jesus?
Logo que Jesus entrou em casa, seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que o não pudemos nós expulsar? O Mestre disse-lhes: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum. Segundo Amélia Rodrigues, em "Primícias do Reino", obra psicografada por Divaldo P. Franco, a frase de Jesus significa que diante da obsessão e dos obsessores "só a oração do amor infatigável e o jejum das paixões conseguem mitigar a sede em que se entredevoram", conduzindo-os à assistência magnânima dos trabalhadores espirituais que em toda parte cooperam com o Amor, incessantemente. As palavras de Jesus revelam também que existem Espíritos mais endurecidos do que outros, como aprendemos nas questões 97 e seguintes d´O Livro dos Espíritos, que nos falam sobre as diferentes ordens de Espíritos. (Marcos, 9:17 a 9:29.)
4. Tendo seus discípulos discutido entre si qual era o maior dentre eles, Jesus aproveitou o ensejo para lhes dar uma notável lição. Que lição é essa?
A propósito do assunto, Jesus, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, seja o derradeiro e o servo de todos. E lançando mão de um menino, pô-lo no meio deles e, tomando-o nos seus braços, disse-lhes: Qualquer que receber um destes meninos em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me recebe, recebe, não a mim, mas ao Pai que me enviou. Contudo, entre vós não seja assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, seja vosso serviçal, e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, seja servo de todos, porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos. (Marcos, 9:33 a 9:37. Veja também: 10:43 a 10:45.)
5. Em que circunstância Jesus declarou: Quem não é contra nós é por nós? E que significam tais palavras?
João dissera a Jesus terem visto uma pessoa que em seu nome expulsava demônios, mas ele não era um dos seguidores do Mestre e, por causa disso, o proibiram. Jesus, contudo, lhes disse: Não o proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós. O ensinamento significa que é por suas obras que um indivíduo se afirma cristão, não importando o rótulo de que se valha em suas ações beneméritas. Mais tarde, em outra ocasião, ele afirmaria que o cristão se reconhece por suas obras. (Marcos, 9:38 a 9:41.)