MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
5)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que pode ocorrer a um
médium que abandone a
disciplina moral
recomendável?
Referindo-se à médium
Celina, Aulus disse que
ela, tanto quanto nós,
não possuía ainda plena
quitação com o passado.
Se ela, pois,
abandonasse a disciplina
a que somos
constrangidos para
manter a boa forma na
recepção da luz,
rendendo-se às sugestões
da vaidade ou do
desânimo, decerto
sofreria o assédio de
elementos destrutivos
que lhe perturbariam a
nobre experiência atual
de subida. E advertiu:
"Muitos médiuns se
arrojam a prejuízos
dessa ordem. Depois de
ensaios promissores e
começo brilhante,
acreditam-se donos de
recursos espirituais que
lhes não pertencem ou
temem as aflições
prolongadas da marcha e
recolhem-se à
inutilidade, descendo de
nível moral ou
conchegando-se a
improdutivo repouso,
porquanto retomam
inevitavelmente a
cultura dos impulsos
primitivos que o
trabalho incessante no
bem os induziria a
olvidar".
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 3,
págs. 34 a 36.)
B. A que podemos
comparar as pessoas que
não prestam atenção aos
ensinamentos recebidos?
Tais pessoas – diz Aulus
– assemelham-se a urnas
cerradas. Impermeáveis
ao bom aviso, elas
continuam inacessíveis à
mudança necessária. Ele
explicou que o mesmo
fenômeno se repete em
outros templos de
diferentes denominações
religiosas. "A palavra
desempenha significativo
papel nas construções do
espírito. Sermões e
conferências de
sacerdotes e
doutrinadores, em
variados setores da fé,
sempre que inspirados no
Infinito Bem, guardam o
objetivo da elevação
moral."
(Obra citada, cap. 4,
págs. 37 a 39.)
C. Os desencarnados
costumam frequentar os
santuários em geral?
Sim. Todos eles, em seus
atos públicos, estão
repletos de almas
necessitadas que a eles
comparecem, sem o
veículo denso, sequiosas
de reconforto.
(Obra citada, cap. 4,
págs. 39 e 40.)
Texto para leitura
13. Somos vasta
legião de combatentes
- Ante essa observação,
Hilário indagou se seria
possível a invasão de um
campo cerebral tão
iluminado quanto o de
Celina, por parte de
inteligências menos
evolvidas. O Assistente
lembrou que Celina se
encontrava encarnada
numa prova de longo
curso e que, como
aprendiz, estava longe
de concluir a lição.
"Numa viagem de cem
léguas -- observou Aulus
-- podem ocorrer muitas
surpresas no derradeiro
quilômetro do caminho."
Em seguida, colocando a
destra sobre a fronte da
médium, prosseguiu:
"Nossa irmã vem
atravessando os seus
testemunhos de
boa-vontade, fé viva,
caridade e paciência.
Tanto quanto nós, ainda
não possui plena
quitação com o passado.
Somos vasta legião de
combatentes em via de
vencer os inimigos que
nos povoam a fortaleza
íntima ou o mundo de nós
mesmos, inimigos
simbolizados em nossos
velhos hábitos de
convívio com a natureza
inferior, a nos
colocarem em sintonia
com os habitantes das
sombras, evidentemente
perigosos ao nosso
equilíbrio". "Se nossa
amiga Celina, quanto
qualquer de nós --
elucidou Aulus --,
abandonar a disciplina a
que somos constrangidos
para manter a boa forma
na recepção da luz,
rendendo-se às sugestões
da vaidade ou do
desânimo, que costumamos
fantasiar como sendo
direitos adquiridos ou
injustificável
desencanto, decerto
sofrerá o assédio de
elementos destrutivos
que lhe perturbarão a
nobre experiência atual
de subida." E advertiu:
"Muitos médiuns se
arrojam a prejuízos
dessa ordem. Depois de
ensaios promissores e
começo brilhante,
acreditam-se donos de
recursos espirituais que
lhes não pertencem ou
temem as aflições
prolongadas da marcha e
recolhem-se à
inutilidade, descendo de
nível moral ou
conchegando-se a
improdutivo repouso,
porquanto retomam
inevitavelmente a
cultura dos impulsos
primitivos que o
trabalho incessante no
bem os induziria a
olvidar". A razão disso
é simples: não chegamos
ainda à vitória suprema
sobre nós mesmos. Como
um solo, que precisa ser
arado e cultivado,
estamos permanentemente
ameaçados pela erva
daninha, que mais se
alastra e se afirma
quanto melhor é a terra
em abandono. Nossas
realizações de agora são
pequenas réstias de luz
sobre as sombras do
nosso passado. É
preciso, pois, muita
cautela com as
sementeiras do bem para
que a ventania do mal
não as arrase. (Cap. 3,
págs. 34 a 36)
14. O valor da
palavra - No recinto
da sessão, um
colaborador
desencarnado franqueou
acesso a numerosas
entidades sofredoras,
que se postaram, diante
da assembleia, formando
legião. Nenhuma delas
aparecia ali,
constrangidamente.
Vinham bulhentas,
proferindo frases
desconexas ou
exclamações menos
edificantes, mas, logo
que atingidas pelas
emanações espirituais
do grupo, emudeciam,
qual se fossem contidas
por forças que elas
próprias não conseguiam
perceber. O Assistente
explicou tratar-se de
almas em turvação
mental, que acompanhavam
parentes, amigos ou
desafetos às reuniões
públicas da Casa, e que
deles se desligavam
quando os encarnados se
deixavam renovar pelas
ideias salvadoras,
expressas na palavra dos
que veiculam o
ensinamento doutrinário.
Modificado o centro
mental daqueles que
habitualmente
vampirizam, tais
entidades veem-se como
que despejadas de casa.
Algumas, rebeladas,
fogem dos templos de
oração, detestando-lhes
temporariamente os
serviços e armando novas
perseguições às suas
vítimas; contudo,
outras, tocadas de algum
modo pelas lições
ouvidas, demoram-se no
local das predicações,
em ansiosa expectativa,
famintas de maior
esclarecimento.
Surpreso, Hilário
perguntou o que ocorre
quando os encarnados não
prestam atenção aos
ensinamentos ouvidos.
Aulus esclareceu que
tais criaturas,
impermeáveis ao bom
aviso, continuam
inacessíveis à mudança
necessária.
Assemelham-se a urnas
cerradas. Ele explicou
ainda que o mesmo
fenômeno se repete em
outros templos de
diferentes denominações
religiosas: "A palavra
desempenha significativo
papel nas construções do
espírito. Sermões e
conferências de
sacerdotes e
doutrinadores, em
variados setores da fé,
sempre que inspirados no
Infinito Bem, guardam o
objetivo da elevação
moral". (Cap. 4, págs.
37 a 39)
15. Perispíritos
enfermos - O
Assistente observou, em
seguida, que, se não é
fácil o homem cultivar a
vida digna, é muito
difícil habilitar-se à
morte libertadora, pois,
comumente, a alma
desencarna sem que se
lhe desgarrem os
pensamentos enovelados
em situações, pessoas e
problemas. Daí o valor
do culto religioso
respeitável, formando
ambiente propício à
ascensão espiritual, com
indiscutíveis vantagens,
não só para os
encarnados, mas também
para os desencarnados
que buscam a própria
transformação. "Todos os
santuários -- asseverou
Aulus --, em seus atos
públicos, estão repletos
de almas necessitadas
que a eles comparecem,
sem o veículo denso,
sequiosas de reconforto.
Os expositores da boa
palavra podem ser
comparados a técnicos
eletricistas,
desligando tomadas
mentais, através dos
princípios libertadores
que distribuem na
esfera do pensamento." É
por isso que as
entidades vampirizantes
envolvem-lhes os
ouvintes em fluidos
entorpecentes,
conduzindo-os ao sono
provocado, para que se
lhes adie a renovação.
Observando os irmãos
retardados que se
abeiravam da mesa num
quase semicírculo,
André notou que eles
pareciam envolvidos em
grande nuvem ovalada,
qual nevoeiro
cinza-escuro, espesso e
móvel, agitado por
estranhas formações.
Alguns enfermos pareciam
estar na carne, tais os
membros lesados, as
mutilações, paralisias e
úlceras diversas,
perceptíveis a rápido
olhar. Eles traziam
consigo o estigma dos
erros deliberados a que
se entregaram. A doença,
como resultante do
desequilíbrio moral,
sobrevivia no
perispírito, alimentada
pelos pensamentos que a
geraram, quando tais
pensamentos ainda
persistem depois da
morte física. Nas
reuniões de intercâmbio
mediúnico, assimilando
ideias novas, melhoram a
visão interior e
estruturam, assim, novos
destinos, porque a
renovação mental é a
renovação da vida. Uma
dessas entidades,
interpelada por
Hilário, dizia haver
esquecido o próprio
nome. Era um caso de
amnésia a estudar --
informou um cooperador
do grupo --, fruto de
algum desequilíbrio
trazido da Terra ou de
sugestão pós-hipnótica,
partida de algum
perseguidor de grande
poder sobre seus
recursos mnemônicos.
(Cap. 4, págs. 39 a 41)
(Continua no próximo
número.)