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Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 166 - 11 de Julho de 2010

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)
 

Atendamos aos
‘Filhos do Calvário’


Agora, percebia que a vida exige mais compreensão que conhecimento.”1

Emmanuel1, Espírito, diz que Pedro, o Apóstolo, “com efusivas demonstrações de carinho”, recebe, em Jerusalém, Efraim – humilde homem de coração pleno de amor e compaixão –, que trouxera à ‘Casa do Caminhodois enfermos carentes de auxílio. 

“– Mas é quase impossível — atalhou Tiago. — Estamos com quarenta e nove doentes acamados.” 

Preocupavam-lhe as ‘dificuldades’ de a Casa suportar novos encargos.

Sem render-se a elas e sem impor-se ou agredir o companheiro – sequer alegando sua condição de ‘chefe’ –, mas atento à carência dos que chegavam, à míngua de tudo, comoconvidados’ de Jesus, o Cristo de Deus, e a revelar sublimado amor aos desvalidos, além de profunda confiança no Mestre,          “Pedro esboçou um sorriso generoso e obtemperou:

Ora, Tiago (...,) presentemente, nosso tempo se destina a isso; vejamos, pois, o que é possível fazer”. (Grifamos.) 

E acolheu os sofredores. A íntegra dessa extraordinária obra mostra-nos o acerto da serena decisão do Apóstolo.

Jeziel, um dos acolhidos – mais tarde chamado Estêvão –, revelar-se-ia valoroso defensor da Causa do Evangelho, na pregação, no trabalho, na exemplificação, e, pela morte, no testemunho supremo.

Do plano espiritual, por decisão de Jesus, torna-se mentor do Apóstolo dos gentios – após a conversão deste à sua Doutrina –, nas lutas do Evangelho e da própria redenção; e, ainda, na redação de suas extraordinárias epístolas.

Aquele que a Tiago pareceu obstáculo a mais, na visão de curto prazo, tornara-se importante colaborador da nova Instituição, criada para aplicar a Doutrina do Mestre e ser modelo para as casas cristãs do futuro.

Tal como Tiago, enganam-se os trabalhadores das atuaisCasas do Caminho’, dirigentes, ou não, que priorizam o equilíbrio financeiro.

E os ‘Filhos do Calvário’? São acolhidos como enviados de Jesus e nessa condição tratados? São bem-vindos e amados? Ou apenas medicados e alimentados?

E os colaboradores da Instituição – assalariados, ou não – recebem vibrações amorosas? São tratadoscom efusivas demonstrações de carinho”? Abrimos-lhes as portas para ouvi-los e auxiliá-los em suas dificuldades? Sentem a presença do Cristo em nossas palavras; coerência em nossos exemplos e atitudes; em nossas decisões de variada natureza? Ou resmungam pelos cantos, suportando condições humilhantes pela necessidade do ‘ganha-pão’? Não nos basta o discurso: indispensável a coerência e a vivência do que apregoamos.

Se os maltratamos, cumprimos nossa missão como discípulos de Jesus? Qual é a essência dos resultados que obtemos, além do frágil equilíbrio financeiro?

Dialogamos afetuosamente com todos, estimulando-os ao crescimento, à participação, ou nos impomos a ferro e fogo, afastando uns e outros? Somos temidos ou amados? Ou somos respeitados apenas por exercícios temporários de cargos?

Agindo assim, não suscitamos boas vibrações nos outros – e bem sabemos a importância delas! E mais, ignoramos a participação do mundo espiritual na Casa, que deixa de ser de Deus, masnossa’, particular.

Líder real é o que conduz todos ao crescimento, não o que se impõe. É o que a todos motiva pela empatia; que os leva ao compromisso com as decisões que adota.

Não basta às Instituições Espíritas saúde financeira. Certamente que a ‘sobrevivência física’ de todas elas exige esse equilíbrio, mas também o de seus dirigentes, em todos os aspectos, máxime na exemplificação do Evangelho, finalidade maior dos postulados espíritas! Cultivemos Amor e Simplicidade sempre, na vida ou na temporária administração de qualquer Casa Espírita.

Valorizemos o momento, à maneira do Bom Samaritano, com os que os céus nos enviam, necessitados ou feridos, à margem do caminho evolutivo; ou com aqueles de diversas condições, carentes de oportunidades, para que também cresçam e deem sua cota de amor à obra do Cristo. Senão, que trabalho realizamos? Vejamos em O Evangelho segundo o Espiritismo o item 9 do cap. XVII: Os superiores e os inferiores.2 Ou o cap. X, item 16:

“Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma,

ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. — José, Espírito protetor”.2

Aplicando as lições ali contidas, jamais fracassaremos. Energia, zelo e retidão não

dispensam indulgência e sensibilidade para com o bem-estar e a vida daqueles que nos cercam.

Emmanuel, Espírito, também nos oferece sugestões para conciliar:

“ENERGIA E BRANDURA

Na marcha do dia-a-dia, urge harmonizar as manifestações de nossas qualidades com o espírito de proporção e proveito, a fim de que o extremismo não nos imponha acidentes, no trânsito de nossas tarefas e relações.

(...) Em tudo, equilíbrio, porque, se tivermos equilíbrio, asseguraremos, em toda parte e em qualquer tempo, a presença da caridade e da paciência, em nós mesmos, (...)”.

Ainda em Paulo e Estêvão1 obra que merece ser lida e meditada, eis que plena de lições sublimes – lemos que Pedro, em momentos difíceis, pensou em se afastar de Jerusalém, vencido, derrotado. Numa noite, enquanto orava, sentiu que alguém se aproximava suavemente:

“Era o Mestre! (...) Fitou-me grave e terno e falou:

— Pedro, atende aos ‘filhos do Calvário’, antes de pensar nos teus caprichos!”

Mais à frente1, Paulo de Tarso, após diálogos com Tiago – com quem sempre divergira –, reconhece a importância do companheiro na manutenção da Casa do Caminho e para a sobrevivência do Cristianismo nascente. Tiago, não por acaso escolhido pelo próprio Jesus como um de seus discípulos!

Medita na sabedoria do Cristo, que reuniu homens simples para aprenderem e exercitarem a Boa Nova. É de suas maduras reflexões a frase que encima este artigo.

Todos podemos doar, embora ignoremos, ainda, o valor deste ou daquele trabalhador ao nosso lado. Urge, pois, valorizá-los, na altura em que se encontram.

Divergir é natural, é benéfico, quandodiálogo, quando entendimento, quando se pensa mais na Causa do Evangelho do que em impor nossas ‘verdades’. Se servimos a Jesus e, cada vez menos, ao nosso ego – há que, reiteradamente, submetê-lo a punções, para desinflá-lo do orgulho e da vaidade –, ao nosso desejo de mando. Aprendamos com João Batista, no ensino da mais pura humildade: 

“É necessário que Ele cresça e que eu diminua”. João Batista (Jo, 3:30).

Vejamos ainda em O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. XX, item 4:

“(...) Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção! Entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram: reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.

(...) quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?

(...) Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, (...) mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e ambição”. – Erasto, Espírito.

Quanto ao mais, não nos inquietemos, eis que o “tesoureiro mora nos Céus!” Com trabalho e harmonia, recursos humanos e materiais fluirão, porque a presença do Mestre os atrairá ao ambiente fraternal, por acréscimo de misericórdia! Há que administrá-los com rigor, eis que daremos conta de nossa administração! 

 

Bibliografia:

1. XAVIER, Francisco C. Paulo e Estêvão. Pelo Espírito Emmanuel. 16ed. FEB, Rio de Janeiro, 1980, p. 458; p. 60; 389/391; e 458, respectivamente;

2. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 124ed. FEB, Rio de Janeiro, 2004, cap. XVII, item 9, p. 332 a 334; cap. X, item 16, p. 204;

3. XAVIER, F. Cândido. Alma e Coração. Pelo Espírito Emmanuel. PENSAMENTO, São Paulo,  cap. 19, p. 47.




 


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