Lembretes
O amor é luz benfazeja
na vida do médium atento
no
exercício das tarefas
Nosso objetivo é lembrar
algumas questões de O
Livro dos Médiuns,
talvez já lidas ou
estudadas, que no afã do
dia-a-dia, na correrias
dos afazeres, nós,
médiuns, vamos deixando
de lado, relegando a um
plano de menor
importância, o que acaba
por nos levar a estados
de desequilíbrio com consequências para nosso
físico. Estes textos
são, tão-somente,
pequenos lembretes, e o
primeiro deles refere-se
à questão número 94, do
capítulo V, item 7:
“Uma vez que as
manifestações
espontâneas são
frequentemente
permitidas e mesmo
provocadas com o
objetivo de convencerem,
parece-nos que se certos
incrédulos delas fossem
pessoalmente o objeto,
seriam mais forçados a
se renderem à evidência.
Os ateus e os
materialistas não são, a
cada instante,
testemunhas dos efeitos
do poder de Deus e do
pensamento? Isto não os
impede de negar a Deus e
a alma? Os milagres de
Jesus converteram todos
os seus contemporâneos?
Bem-aventurados os que
creem sem terem visto,
disse Jesus, porque
estes não duvidam do
poder de Deus.
Crê-se, geralmente, que
para convencer basta
mostrar os fatos e esse
parece o caminho mais
lógico. Mas a
experiência mostra que
não é sempre o melhor,
porque se veem,
frequentemente, pessoas
que não se convencem –
de modo algum - com os
fatos mais patentes.
Quem não consegue ver as
maravilhas da Criação,
que acontecem em si
mesmos, dificilmente
aceitariam as que
acontecem fora de si.
Os fenômenos espíritas
são contestados pelas
pessoas, porque parecem
fugir da lei comum, e
porque deles não se dão
conta. Dê-lhes uma base
racional que a dúvida
desaparece. A explicação
é um poderoso motivo de
comunicação e isso fica
claro quando vemos,
todos os dias, pessoas
que não testemunharam
nenhum fato, nem viram
um médium psicografando
e, no entanto, estão
convencidas, porque
leram e compreenderam.
Se só devêssemos crer
naquilo que os nossos
olhos veem, nossa
comunicação se reduziria
a bem poucas coisas.
O melhor método de
ensino espírita é o de
se dirigir à razão antes
de se dirigir aos olhos.
E para aquele que não
está convencido nem pela
razão nem pelo fato,
devemos entender que é
preciso deixar à
Providência o cuidado de
lhe proporcionar
circunstâncias mais
favoráveis. Quanto a
nós, devemos mostrar o
exemplo, trabalhando no
bem, cultivando
virtudes, tendo um papel
moralizador em nossas
tarefas, perseverando na
prática da moral cristã
como guia diário de
nossa conduta. Porque
não é espírita aquele
que se convence pelo
fenômeno sem
converter-se ao
Evangelho pelo
coração”.
O segundo lembrete
refere-se à questão 180,
capítulo XV, segunda
parte: O que é
intuição? Diz o
dicionário que é a
percepção clara, íntima,
instantânea de uma ideia
ou de uma realidade, tal
como se estivesse em
nossa frente. A
intuição é a base de
todas as mediunidades.
O orientador espiritual
Emmanuel comenta, na
lição indicada, sobre
diferentes sentimentos
como a compaixão, a
compreensão, a caridade,
a tolerância, o não
julgar, sentimentos
esses que podem ser
resumidos em um só:
Amor. Neste caso,
refere-se ao amor
aplicado em nosso
trabalho como médiuns,
ou seja, a necessidade
de nos esforçarmos ao
máximo para sermos
médiuns de paz, de amor,
pois os mensageiros de
Jesus encontram enorme
dificuldade para se
exprimirem, com
segurança, através de um
coração fechado aos
sentimentos nobres, que
devem nortear o
trabalhador da Seara.
O que fazer, então?!
Lembrar-se de não
julgar, não ver as
falhas alheias; cultivar
o auxílio constante e
desinteressado aos
outros, porque, através
do esquecimento do EU,
conseguiremos concentrar
nossas energias mentais
em pensamentos
positivos.
Não há outra forma de
nos identificarmos com o
ideal de Jesus, senão
amando e servindo, numa
afirmação perene de que
somos todos filhos de
Deus – amoroso e Bom.
Oremos e trabalhemos,
purificando-nos e
servindo sempre, porque
“onde estiver um
seguidor do Evangelho,
aí se encontra um
mensageiro do Amigo
Celestial para a obra
incessante do bem”.
²
Como o desenvolvimento
mediúnico não é
credencial de
superioridade, mas só um
meio de servir, surge a
necessidade do
aprimoramento moral
contínuo do médium, como
condição primária para o
êxito de qualquer tarefa
de intercâmbio.
O último lembrete diz
respeito à questão 232,
do capítulo XXI, segunda
parte:
No dizer de Kardec,
seria um erro crer que é
preciso ser médium para
atrair para si os seres
do Mundo Invisível. O
espaço deles está
povoado. “Temo-los sem
cessar ao nosso redor,
ao nosso lado, nos veem
e nos observam, se
misturam às nossas
reuniões, nos seguem ou
nos evitam segundo nosso
magnetismo de atração ou
repulsão. Assim, todas
as vezes que os homens
se reúnem, têm consigo
uma assembleia oculta
que simpatiza com suas
qualidades ou com os
seus caprichos e, isso,
abstração feita de todo
pensamento de evocação”.
Na escala ascensional em
que nos encontramos,
convivemos com seres em
vários graus evolutivos,
mas nos afinizamos,
sempre, com aqueles que
se encontram em
condições próximas das
nossas. No plano
espiritual, os seres
dotados do mesmo estado
vibratório e de iguais
meios de percepção podem
reconhecer-se mutuamente
e trocar impressões.
Somente o nosso
aprimoramento mediúnico
poderá oferecer campo à
atuação dos Espíritos
elevados. E para
podermos sintonizar com
eles é necessário, de
nossa parte, que
mantenhamos vontade
firme, fé elevada, um
veemente desejo de nos
tornarmos úteis e um
reconhecido valor moral.
Na lição “Ímã”, do livro
Seara dos Médiuns,
ditado ao
inesquecível médium
Francisco Cândido
Xavier, o Espírito
Emmanuel lembra Kardec
ao dizer:
“Quando colocamos o
Evangelho como nosso
guia, ele ajudará na
nossa renovação
interior, fazendo com
que nos transformemos
interna e integralmente,
aproximando-nos do
Criador”.
E continua: “O amor é
luz benfazeja na vida do
médium responsável e
atento no exercício das
tarefas que lhe cabem e
de assistência
espiritual que exerça”.
E conclui seu pensamento
dizendo que “o médium
tem obrigação de estudar
muito, observar
intensamente e trabalhar
em todos os instantes
pela sua própria
iluminação. Somente
desse modo poderá
habilitar-se para o
desempenho da tarefa que
lhe foi confiada,
cooperando eficazmente
com os Espíritos
sinceros e devotados ao
bem e à
verdade”.
Bibliografia:
Emmanuel (Espírito).
Seara dos Médiuns –
[psicografado por] F. C.
Xavier, 19 ed., FEB, Rio
de Janeiro, RJ - 2009,
pp. 313, 317 e 307.