ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Um por
todos, todos por um
É impossível falar da
Copa do Mundo de Futebol
no continente africano
sem nos lembrarmos do
principal responsável
por vermos, na África do
Sul, a união de negros e
brancos, quando, não faz
muito tempo, uns
entravam por uma porta e
outros pela outra,
simplesmente
porque alguns tinham a
pele clara e outros a
pele escura.
Nelson Rolihlalia
Mandela (Manzo, 18 de
julho de 1918), Prêmio
Nobel da Paz de 1990
(recebido em 2002),
presidente da África do
Sul de 27 de abril de
1994 a 16 de junho de
1999, preso em agosto de
1962 e libertado em 11
de fevereiro de 1990,
principal líder do
antiapartheid (apartheid,
antigo regime de
segregação racial da
África do Sul), cumpriu
bem a sua missão.
Albert Einstein disse:
“Época triste a nossa,
em que é mais difícil
quebrar um preconceito
do que um átomo. E Allan
Kardec, na Revista Espírita de
1862, registrou:
“Escravidão! Quando se
pronuncia este nome, o
coração sente frio,
porque vê à sua frente o
egoísmo e o orgulho”.
Hoje, após tantas lutas,
vemos finalmente o homem
começando a
conscientizar-se de que
a cor da pele (e as
demais diferenças)
não tem nada a ver com o
sentimentalismo, nem com
a capacidade de cada um.
Concretiza-se, aos
poucos, entre as pessoas
e os povos, o
ensinamento de Jesus: Amarás
o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de
toda a tua alma e de
todo o teu espírito:
este é o maior
e o primeiro mandamento.
E aqui tendes o segundo, semelhante
a esse: Amarás o teu próximo,
como a ti mesmo. – Toda
a lei e os profetas se
acham contidos nesses
dois mandamentos.
Após contar a Parábola do
Bom Samaritano, Jesus
perguntou ao doutor da
lei, qual dos
três homens que passaram
pelo samaritano ferido,
parecia ter sido o seu
próximo. Aquele
que usou de misericórdia
para com ele -
respondeu o doutor da lei – Então,
vai, e faze o mesmo –
respondeu Jesus.
Que nós, também, façamos
o mesmo,
confraternizando-nos uns
aos outros, colocando-nos
um por todos, todos por
um, como indica-nos a
mensagem de Irmã Rosália
(Espírito), registrada
no item 9, do capítulo
XIII de O
Evangelho segundo o
Espiritismo: A
caridade moral consiste
em vos suportardes uns
aos outros, o que menos
fazeis nesse mundo
inferior, em que estais
momentaneamente
encarnados.
A dificuldade que existe
neste ponto é devido ao
fato de sermos Espíritos
diferenciados, isto é,
todos trazemos, ao
reencarnar, vivências e
evoluções diferentes.
Por isso, as reações e o
comportamento de
cada um, diante dos
acontecimentos da vida,
serem totalmente
diferentes.
Um fato notório dessa
diferença é o que
acontece nas famílias.
Os pais dão a mesma
educação para todos os
filhos, no entanto, cada
um é
diferente do outro, nos
gostos, nas atitudes, na
maneira de ser. Nem
mesmo os irmãos gêmeos
têm gostos, atitudes e
maneiras de ser
totalmente idênticas.
Entenderemos esses
detalhes e
compreenderemos melhor
as pessoas, se tivermos
conhecimento da
reencarnação, a qual nos
conscientiza de que os
laços de família e,
consequentemente, os
laços de amizade são
fortalecidos por ela, o
que não aconteceria, no
caso da unicidade do
Espírito. Se os
Espíritos deixassem a
Terra para não mais
voltar, a Humanidade se
renovaria com as
entidades primitivas,
que teriam tudo a fazer
e tudo a aprender, não
havendo razão, portanto,
para que o homem de hoje fosse
mais adiantado que o dos
primeiros tempos, uma
vez que a cada
nascimento o trabalho
intelectual teria que
recomeçar, ao passo que,
voltando com o seu
progresso já realizado,
e adquirindo, a cada
encarnação, mais
experiência, o Espírito
vai passando,
progressivamente, da
barbárie ao progresso
material e moral.
Como explica o item 6, do
capítulo IV de O
Evangelho segundo o
Espiritismo, se
essa crença fosse um
erro (a
reencarnação fazia parte
dos dogmas dos judeus,
sob o nome de
ressurreição, sendo que
somente os Saduceus não
acreditavam nela), Jesus
não deixaria de
combatê-la, como fez com
tantas outras. Longe
disso, porém, ele a
sancionou com toda a sua
autoridade, e a
transformou num
princípio, fazendo-a
condição necessária,
quando disse: ninguém
pode ver o Reino dos
Céus, se não nascer de
novo. E
insistiu, acrescentando:
Não te maravilhes de eu
ter dito que é
necessário nasceres de
novo.