CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Por que sempre
uma
conta
corrente?
Recebo um e-mail
de um leitor, do
qual transcrevo
excerto sob sua
autorização.
(...) "Queria
saber apenas por
que existe
sempre uma conta
corrente por
detrás. Já
percorri
inúmeras dessas
escolas de
autoconhecimento, autoajuda,
esotéricas ou
espiritualistas
(...) Outras
tantas de
caráter iniciático
seguem o mesmo
molde, tornam a
sua suposta
verdade em
"produto de
consumo" e mais
cedo ou mais
tarde temos que
nos submeter:
mensalidades,
palestras,
apostilas (...)
E nem poderiam
alegar que não
segui o caminho
das pedras, mas
o que se observa
com clareza
passado um tempo
é que o mais que
atingimos, e
mesmo nas que ao
menos são
dotadas de algum
conteúdo útil
nos seus
ensinamentos, é
um saldo leve de
entendimento
intelectual a
mais a respeito
dos mistérios da
vida. Muito
pouco para o que
prometem e
cobram(...) Quer
saber de uma
coisa? Acho
melhor ir direto
a Deus e não
mais aos santos.
Faço diretamente
as minhas
perguntas e, se
toda esta
história foi
real, mais cedo
ou mais tarde as
respostas vêm de
qualquer modo;
quando não,
receberei
silêncio em
troca, que é
mais
reconfortante do
que esta
infinidade de
falatório que
mais confunde do
que esclarece a
mente de quem
quer de fato
saber!"(...)
Trata-se, caros,
de e-mail de
conteúdo curioso
que não se me
depara pela
primeira vez;
houve época no
passado em que
guardava estes
mesmos
questionamentos
para os quais,
aos poucos que
expunha,
retornavam
respostas tais
como as
necessidades de
um orbe
material, que
afinal é onde
estagiamos no
momento e que
exige suporte
financeiro para
a divulgação
dessas mesmas
"verdades"...
Mas quais
"verdades"? É
preciso que se
penetre no
espírito desta
questão! No
mundo
globalizado e
seu maior
representante
virtual, a
internet,
podemos
encontrar
verdades
praticamente na
proporção de uma
por pessoa, sem
medo de incorrer
em exageros!
Todos sabem a
suposta
"verdade", ou
pelo menos uma
parcela valiosa
dela e, a
pretexto de
compartilhar sua
preciosidade, em
incontáveis
vezes cobram um
preço monetário
alto, algo que
elitiza o que -
e isto é sério!
- não pode nem
deve ser
monopolizado!
Então,
admitamos, tem
razão quem acaba
se revoltando e
explodindo dessa
forma: "Que
história é esta
de se cobrar
pelo que reputam
a Verdade
verdadeira da
vida?"
No meu
entendimento, a
grande Verdade
da vida, com
todo o somatório
das verdades
individuais que
jamais
extrapolam a
capacidade
momentânea de um
mero ponto de
vista, está e
sempre esteve
acessível a
todos, à hora
que queiram
voltar para ela,
com seriedade de
propósitos, os
olhos! Isso
porque é óbvia
demais. E a
obviedade, a
qualquer tempo,
e de dentro de
uma estranha
fenomenologia da
psicologia
humana, costuma
ser solenemente
ignorada em
detrimento de
malabarismos e
complicações de
raciocínios que,
de preferência,
mereçam prêmios
Nobel e estejam
respaldadas por
títulos de PHD!
Olhamos para o
infinito
estrelado à
noite, bem acima
das nossas
cabeças! De
graça! E logo
nos ocorre:
como, diante
desta infinitude, e
estando aqui -
uma humanidade
habitante de um
reles pontinho
perdido na
incomensurável
farinha prateada
espalhada
universo afora
-, pode-se
conceber que a
vida é restrita
a este pequeno
mundo? Como o
raciocínio mais
despretensioso
pode pretender
abarcar tudo,
todo o
conhecimento,
toda a
finalidade
possível da
existência no
fugaz piscar de
olhos de apenas
uma vida perdida
no enredo da
grande
totalidade?
Uma breve olhada
para cima nos
suscita estas
primeiras
interrogações, e
daí para diante,
e sob a
necessária dose
de humildade e
vontade de
saber, é certo
que este
Universo do qual
fazemos parte
move-se e opera
de modo a que
achemos, sim, as
respostas dentro
e fora de nós,
com tudo o que
já temos
disponível...,
sem precisar de
nenhum depósito
em contas
bancárias!
É oportunidade
adequada de
reflexão aos que
instrumentalizam
a propalada Nova
Era sob essas
diretrizes,
alegando os
requisitos
materiais do
mundo, mas
ignorando
convenientemente
que talvez
esteja se
tomando tais
requisitos não
somente como
ferramenta útil
em proveito do
próximo, mas
principalmente
como objetivo
final próprio, subrepticiamente
almejando-se,
mais do que
tudo, o bom e
velho vil metal
que, no passado,
tantas Ordens,
tantas mentes,
tantas
instituições de
início até
bem-intencionadas
já subverteu!
O vil metal,
sejamos
sensatos, numa
realidade
material pouco
favorecida qual
a de nosso país,
não é lícito
seja exigido das
pessoas em troca
do oferecimento
do lúmen
interior que
porventura já
tenhamos obtido
e que intentemos
compartilhar!
É a grande
razão, aliás,
pela qual todo
médium realmente
consciencioso
não retém um
centavo sequer
do eventual
fruto do seu
trabalho nas
searas
mediúnicas das
rodas espíritas,
a exemplo do
incontestável e
saudoso Chico
Xavier!
E existe, sem
nenhuma dúvida,
caríssimos, na
alma humana mais
tosca em termos
de compreensão
das grandes
coisas, um
"faro" - uma
"bússola" –
infalível, que
lhe assopra,
presta, em
momentos de
maior
sensibilidade:
Fraude!
Esperteza! Mercantilização
da fé, sob
qual rótulo for
que esta fé
esteja sendo
manipulada com
finalidades e
por meios
egoístas em
detrimento do
próximo!
Fica a sugestão
para reflexão.