Um amigo que
volta
Alberto
Enquanto nos
escravizamos ao
corpo de carne e
sangue em que o
homem mal se
define, não é
fácil apreender
as realidades do
espírito,
porque,
soterrados nos
títulos e nas
convenções
superficiais,
deambulamos no
mundo,
enfarpelados com
as ilações
provisórias da
ciência ou
encastelados em
teorias que só a
morte consegue
modificar.
Indiscutivelmente,
bastaria um
exame mais
acurado das
maravilhas da
mente para
descortinarmos
aí alguma coisa
do sublime reino
da alma,
preparando com
segurança o
futuro;
entretanto,
caminhamos na
Terra, em câmara
lenta,
cosendo-nos à
vaidade pessoal,
como a
tartaruga se
prende ao pesado
estojo que lhe é
próprio.
Com a técnica
científica,
interferimos no
cérebro, usando
hormônios e
estupefacientes
ou empregando
ablações
cirúrgicas;
todavia,
presumindo
descobrir nele o
órgão secretor
do pensamento,
apenas tateamos
a sombra carente
de luz, porque o
cérebro surge,
na essência, tão
longe do
Espírito que
através dele se
manifesta, como
o violino se
distancia do
artista que o
maneja, na
execução da
melodia em que
se lhe expressa
o gênio musical.
Nossos enganos,
porém, diante da
vida eterna,
guardam a
frágil
consistência da
neblina perante
o fulgor do sol.
Rege-se a
Natureza por
leis inelutáveis
e o túmulo nos
aguarda,
impassível,
restituindo-nos
ao entendimento
as verdades mais
simples do
coração.
E
daqui, dos
vastos
horizontes que
se nos
desdobram à
vista,
reconhecemos
agora o
imperativo de
libertação da
consciência
humana, vítima
dos fósseis da
ciência e da
religião a lhe
empecerem a
marcha.
A
morte não nos
regenera
tão-somente a
visão interior,
purificando-nos
o discernimento,
mas também nos
constrange a
contemplar a
glória nascente
do novo dia,
cujas
realizações
reclamam a
mobilização de
todos os nossos
recursos de
serviço, no
socorro e no
esclarecimento
das criaturas.
A
Universidade
possui a lógica.
O
santuário retém
a intuição.
É
imprescindível
trabalhar com
desassombro para
que a escola e o
templo se reúnam
no nível de mais
elevada
compreensão, a
benefício da
Humanidade.
Se hoje
avançadas
organizações
compelem a
inteligência à
domesticação do
átomo e da
energia cósmica,
concitemos o
coração à fé
racional sobre
os princípios
evolutivos,
moldando os
tempos novos nas
concepções do
progresso
infinito e do
amor universal.
Nesse sentido, o
Espiritismo,
redizendo o
ensinamento de
Jesus, é a força
de restauração e
equilíbrio que
nos compete
enobrecer e
dilatar.
Sou daqueles que
beberam em vossa
fonte,
reajustando o
próprio coração.
E,
agradecendo-vos
o ingresso ao
novo campo de
conhecimento que
comecei a
lavrar,
digo-vos,
confiante:
— Fazei o bem
a tudo e a
todos.
Tolerai e
perdoai!...
Acendei a
esperança!
Não extingais a
luz.
Ajudai, hoje e
sempre!...
A
floresta
dominadora não
procede do
trovão que brame
ou da ventania
que arrasa, mas,
sim, da semente
humilde que
aprendeu a
esquecer-se, a
calar, a ajudar,
a produzir e a
esperar.
Mensagem
recebida
psicofonicamente
por Francisco
Cândido Xavier
na noite de 5 de
agosto de 1954.
Seu autor foi
médico distinto
em Belo
Horizonte (MG),
cuja identidade
foi
propositadamente
omitida pelo
responsável pelo
livro
Instruções
Psicofônicas,
publicado pela
FEB, no qual a
mensagem foi
inserida.