MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
6)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Um Espírito em
sofrimento pode refletir
no médium as impressões
que o atormentam?
Sim. Referindo-se a um
Espírito que trazia a
mente subjugada pelo
remorso com que
ambientou nele mesmo a
maldição recebida de seu
pai, Aulus explicou que,
se aquele enfermo se
utilizasse de um médium,
para o intercâmbio
espiritual, refletiria
no instrumento passivo
as impressões que o
possuíam, "nos processos
de imanização em que se
baseiam os serviços de
intercâmbio".
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 4, pp.
42 e 43.)
B. Quando o benfeitor
espiritual pousou a
destra na fronte do
dirigente encarnado,
mostrou-se mais
humanizado e quase
obscuro. Por quê?
Aulus, referindo-se ao
irmão Clementino,
esclareceu: "O benfeitor
espiritual que ora nos
dirige afigura-se-nos
mais pesado porque
amorteceu o elevado
tom vibratório em que
respira habitualmente,
descendo à posição de
Raul, tanto quanto lhe é
possível, para benefício
do trabalho começante.
Influencia agora a vida
cerebral do condutor da
casa, à maneira dum
musicista emérito
manobrando, respeitoso,
um violino de alto
valor, do qual conhece
a firmeza e a harmonia".
Apesar da redução
vibratória, André notou
que a cabeça venerável
de Clementino emitia
raios fulgurantes, ao
mesmo tempo que o
cérebro de Raul, o
dirigente encarnado, sob
a ação do benfeitor, se
nimbava de luminosidade
intensa, embora diversa.
(Obra citada, cap. 5,
pp. 45 e 46.)
C. Nossos pensamentos
podem apresentar
natureza diferenciada e
peso próprio?
Sim. Da mesma forma que
a lâmpada arroja de si
mesma os fotônios, que
são elementos vivos da
Natureza a vibrarem no "espaço
físico", nossa alma
lança fora de si os
princípios espirituais,
condensados na força
ponderável e múltipla do
pensamento, princípios
esses com que influímos
no "espaço mental".
O pensamento não escapa
às realidades do mundo
corpuscular. Pensamentos
de crueldade, revolta,
tristeza, amor,
esperança ou alegria têm
natureza diferenciada,
com característicos e
pesos próprios,
adensando a alma ou
sutilizando-a, além de
lhe definirem as
qualidades magnéticas. A
onda mental possui
determinados
coeficientes de força na
concentração silenciosa,
no verbo exteriorizado
ou na palavra escrita. (Obra
citada, cap. 5, pp. 47 a
49.)
Texto para leitura
16. Possuímos o que
buscamos - Hilário
surpreendeu-se com a
informação, esquecido
de que a morte é
continuação da vida, e
na vida, que é eterna,
possuímos o que
buscamos. Se aquele
amigo desmemoriado se
comunicasse através de
um médium, continuaria
ignorando a própria
identidade e
precisaria, por isso, de
tratamento carinhoso,
como qualquer alienado
mental comum. André
observou depois um homem
esguio e triste,
exibindo o braço direito
paralítico e ressecado.
Tocando-lhe a fronte, de
leve, registrou-lhe a
angústia. Fora ele
musculoso estivador no
cais, alcoólatra
inveterado que, certa
feita, de volta a casa,
esbofeteou o próprio
pai, porque este lhe
censurara o
procedimento. Incapaz de
revidar, o ancião,
cuspinhando sangue,
praguejou, sem piedade:
"Infame! o teu braço
cruel será transformado
em galho seco... Maldito
sejas!" Ouvindo essas
palavras que se fizeram
seguidas por terrível
jacto de força
hipnotizante, o mísero
tornou à via pública,
sugestionado pela
maldição recebida, e
voltou a beber para
esquecer. Mais tarde,
foi vitimado num
desastre de bonde, no
qual veio a perder o
braço. Sobreviveu ainda
por alguns anos,
coagulando no próprio
pensamento a ideia de
que a expressão paternal
tivera a força de uma
ordem vingativa a se lhe
implantar no fundo
d'alma, e, por isso, ao
desencarnar, recuperara
o membro antes mutilado
a pender-lhe, porém,
ressecado e inerte, no
corpo perispiritual. O
Assistente Aulus,
aproximando-se,
comentou: "É um caso de
reajuste difícil,
reclamando tempo e
tolerância. Nosso amigo
traz a mente subjugada
pelo remorso com que
ambientou nele mesmo a
maldição recebida. Exige
muito carinho para
refazer-se". E explicou
que, se aquele enfermo
se utilizasse de um
médium, para o
intercâmbio espiritual,
refletiria no
instrumento passivo as
impressões que o
possuíam, "nos
processos de imanização
em que se baseiam os
serviços de
intercâmbio". (Cap. 4,
pp. 42 e 43)
17. A
reunião mediúnica
- Quando faltavam dois
minutos para as vinte
horas, o dirigente
espiritual mais
responsável deu entrada
no pequeno recinto. Era
o irmão Clementino, que
abraçou os visitantes,
acolhedor, e em seguida
avançou em direção de
Raul Silva, postando-se
ao lado, em muda
reflexão. André, a
convite de Aulus,
examinou o grupo
mediúnico com o auxílio
do psicoscópio. Os
veículos físicos dos
companheiros
encarnados apareciam
quais se fossem
correntes
eletromagnéticas em
elevada tensão. O
sistema nervoso, os
núcleos glandulares e os
plexos emitiam
luminescência
particular. E,
justapondo-se ao
cérebro, a mente surgia
como esfera de luz
característica,
oferecendo em cada
companheiro determinado
potencial de radiação. O
Assistente explicou:
"Em qualquer estudo
mediúnico, não podemos
esquecer que a
individualidade
espiritual, na carne,
mora na cidadela atômica
do corpo, formado por
recursos tomados de
empréstimo ao ambiente
do mundo. Sangue,
encéfalo, nervos, ossos,
pele e músculos
representam materiais
que se aglutinam entre
si para a manifestação
transitória da alma, na
Terra, constituindo-lhe
vestimenta temporária,
segundo as condições em
que a mente se acha".
Naquele instante, o
irmão Clementino pousou
a destra na fronte do
amigo que comandava a
assembleia, mostrando-se
então mais humanizado,
quase obscuro. Aulus
esclareceu: "O benfeitor
espiritual que ora nos
dirige afigura-se-nos
mais pesado porque
amorteceu o elevado
tom vibratório em que
respira habitualmente,
descendo à posição de
Raul, tanto quanto lhe é
possível, para benefício
do trabalho começante.
Influencia agora a vida
cerebral do condutor da
casa, à maneira dum
musicista emérito
manobrando, respeitoso,
um violino de alto
valor, do qual conhece
a firmeza e a harmonia".
André notou que a cabeça
venerável de Clementino
passou a emitir raios
fulgurantes, ao mesmo
tempo que o cérebro de
Silva, sob os dedos do
benfeitor, se nimbava
de luminosidade intensa,
embora diversa. (Cap. 5,
pp. 45 e 46)
18. Transmissão do
pensamento - O
mentor desencarnado
levantou a voz
comovente, suplicando a
Bênção Divina, com
expressões conhecidas,
que Raul transmitiu
igualmente em alta voz,
imprimindo-lhes
diminutas variações.
Fios de luz ligavam os
componentes da mesa,
dando a perceber que a
prece os reunia mais
fortemente entre si.
Raul Silva apresentava o
busto, inclusive braços
e mãos, sob vigorosa
onda de força que lhe
eriçava a pele, num
fenômeno de doce
excitação, como que
"agradável calafrio".
A onda de força
descansava sobre o plexo
solar, onde se
transformava em luminoso
estímulo, que se
estendia pelos nervos
até o cérebro, do qual
se derramava pela boca,
em forma de palavras.
Aulus explicou: "O jacto
de forças mentais do
irmão Clementino atuou
sobre a organização
psíquica de Silva, como
a corrente dirigida para
a lâmpada elétrica.
Apoiando-se no plexo
solar, elevou-se ao
sistema neuro-cerebrino,
como a energia elétrica
da usina emissora que,
atingindo a lâmpada, se
espalha no filamento
incandescente,
produzindo o fenômeno da
luz". E a voltagem? O
Assistente informou que
isso não foi esquecido,
porquanto Clementino
graduou o pensamento e a
expressão, de acordo com
a capacidade de Raul e
do ambiente. "Cada vaso
– acrescentou ele –
recebe de conformidade
com a estrutura que lhe
é própria." O instrutor
esclareceu, em seguida,
que, da mesma forma que
a lâmpada arroja de si
mesma os fotônios, que
são elementos vivos da
Natureza a vibrarem no "espaço
físico", nossa alma
– em cuja intimidade se
processa a ideia
irradiante – lança fora
de si os princípios
espirituais, condensados
na força ponderável e
múltipla do pensamento,
princípios esses com que
influímos no "espaço
mental". "Os mundos
atuam uns sobre os
outros pelas
irradiações que despedem
e as almas
influenciam-se
mutuamente, por
intermédio dos agentes
mentais que produzem",
ajuntou o Assistente.
André extraiu desse
ensino preciosas
ilações. O pensamento
não escapa às realidades
do mundo corpuscular...
Pensamentos de
crueldade, revolta,
tristeza, amor,
esperança ou alegria têm
natureza diferenciada,
com característicos e
pesos próprios,
adensando a alma ou
sutilizando-a, além de
lhe definirem as
qualidades magnéticas...
A onda mental possui
determinados
coeficientes de força na
concentração silenciosa,
no verbo exteriorizado
ou na palavra escrita...
(Cap. 5, pp. 47 a 49)
(Continua no próximo
número.)