MARCUS VINICIUS
DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com
Guará II,
Distrito Federal
(Brasil)
Além do horizonte
A obra de J.K.
Rowling, Harry
Potter (1997),
apresenta uma
escola de magia
denominada
Hogwarts, oculta
dos olhares
humanos, onde
jovens aprendem
a se tornar
bruxos, em um
mundo paralelo.
A cidade de
Shangri-lá,
encravada nas
montanhas do
Tibet, é um
lugar mítico, na
obra “Horizonte
perdido” (1925),
do inglês James
Hilton, onde as
pessoas nunca
envelhecem.
Atravessando um
armário, o
Escritor C.S.
Lewis nos conduz,
em “As crônicas
de Nárnia”
(1949), a um
mundo fantasioso,
com personagens
mitológicos e
grandes
aventuras do bem
contra o mal.
Um tufão
conduziu a bela
Dorothy ao
fantástico mundo
de Oz, com
estradas
pavimentadas de
dourado, na obra
de 1900, do
americano Lyman
Frank Baum, “O
Maravilhoso
Feiticeiro de
Oz”.
“-Cortem as
cabeças!”,
gritava a Rainha
de Copas, para o
espanto de
Alice, em um
mundo louco, no
livro “Alice no
país das
maravilhas”
(1865), de Lewis
Carroll.
Manoel Bandeira
cantava em
versos uma
Pasárgada, onde
ele era amigo do
Rei e teria a
mulher que
quisesse na cama
que escolhesse...
A literatura
mundial é farta
de narrações
épicas, de
mundos míticos e
fantasiosos, de
lutas do bem
contra o mal.
Muitas dessas
narrações são
misturas de
lendas de
diversas
civilizações,
mescladas pelos
valores cristãos,
de elementos
psicanalíticos
antiquíssimos.
Nessas
narrativas,
sempre desejando
um lugar mítico,
um céu de nuvens
algodoadas,
segue sonhando a
humanidade, com
um paraíso além
do horizonte.
Aproxima-se o
lançamento em
cadeia nacional
do filme “Nosso
Lar”, filmagem
do grande
romance
mediúnico de
André Luiz sob a
pena
psicográfica de
Francisco
Cândido Xavier,
o primeiro de
uma sequência de
livros que
reformulou os
conceitos
espíritas,
principalmente
da dinâmica da
vida após o
desencarne.
Estaríamos
fazendo do Nosso
Lar um mundo
mágico e
paradisíaco, um
céu para além do
túmulo?
Nosso lar é um
local de
trabalho e de
luta pelo
progresso
espiritual da
Terra. Nas
próprias
palavras do
livro: “Nosso
Lar é antiga
fundação de
portugueses
distintos,
desencarnados no
Brasil, no
século XVI. A
princípio,
enorme e
exaustiva foi a
luta, segundo
consta em nossos
arquivos, no
Ministério do
Esclarecimento”.
Longe de ser um
lugar idílico,
de aventuras
mágicas e de
realização de
sonhos, é uma
organização de
trabalhadores na
senda do bem, de
recepção dos
desencarnados,
de preparação de
encarnações.
Vê-lo como o céu
e o umbral como
o inferno é
importar um
modelo teológico
que não cabe no
Espiritismo.
A comunidade de
Nosso Lar foi
fruto de luta
dos nossos
abnegados irmãos
e, longe de ser
um mundo à
parte, é um
local em
constante
interação com o
nosso planeta,
como no momento
da eclosão da
segunda guerra,
narrada em um
trecho do livro.
Importantes
reflexões, para
não nos
esquecermos que,
como dito no
livro, as
finalidades
daquela colônia
“residem
no trabalho e no
aprendizado”,
longe de ser um
local de
realização de
sonhos ou de
repouso eterno.
É uma oficina
bendita, de
intercâmbio
próximo com a
Terra.