Um leitor pergunta-nos se os
animais também experimentam
uma evolução do seu
princípio espiritual e
podem, em determinado
momento, transformar-se em
seres humanos.
Todo ser vivo, de qualquer
reino da Natureza, é dotado
de um princípio espiritual.
Nos animais vertebrados, ou
seja, provido de espinha
dorsal ou coluna vertebral,
esse princípio espiritual é
individualizado e podemos
chamá-lo de "alma". Assim, o
chimpanzé é dotado de "alma"
– claro que é alma de
animal, diferente da alma
humana. Segundo os
estudiosos do Espiritismo, a
diferença está em que a alma
dos animais não é capaz de
gerar pensamento contínuo; a
alma humana, sim, é capaz
disso.
Em seu livro Evolução em
dois Mundos, 2a
Parte, cap. XVIII, pp. 211 e
212, André Luiz
refere-se ao assunto e diz
que o cão, o macaco, o gato,
o elefante, o muar e o
cavalo seriam os animais
superiores mais amplamente
dotados de riqueza mental,
como introdução ao
pensamento contínuo. Ele
ressalva, porém, que existem
ideias-fragmentos de
determinado sentido mais
avançadas em certos animais
que em outros, o que torna
difícil afirmar qual, dentre
eles, é o detentor de mais
dilatadas ideias-fragmentos.
As almas dos animais evoluem
por meio de encarnações
inúmeras e experiências
múltiplas e vão sendo
utilizadas, gradativamente,
nas espécies animais mais
evoluídas. Quando chega o
momento em que essa alma
atingiu o ápice possível no
reino animal, ela estará
pronta para seu ingresso no
chamado reino hominal, cuja
característica, além da
possibilidade de gerar
pensamento contínuo, é ser
dotada de livre-arbítrio, um
atributo exclusivo do
Espírito humano.
Podemos apresentar um
exemplo bem singelo disso: o
joão-de-barro constrói sua
casinha da mesma forma que o
fazia 80 anos atrás e tudo
indica que continuará a
fazê-la assim. A alma que
anima determinado
joão-de-barro poderá,
contudo, no decurso desse
tempo, passar a animar
outras espécies mais
evoluídas do reino animal e,
assim, sucessivamente, até
atingir um dia – milhões ou
bilhões de anos depois – a
condição de alma humana,
fato que não se dá em
planetas como o nosso, mas,
sim, nos chamados mundos
primitivos. A escala dos
mundos é tratada por Kardec
no cap. III do livro O
Evangelho segundo o
Espiritismo.
Referimo-nos aqui à evolução
do princípio espiritual,
que, não sendo diferenciado
no início, torna-se
individualizado nos animais
vertebrados e, em
determinado momento, chegará
à condição de alma ou
Espírito humano.
No tocante à forma material,
Darwin mostrou que existe
igualmente uma evolução.
Espécies extintas deram
lugar a outras espécies,
como vemos demonstrado nas
obras científicas, em
decorrência de um processo
evolutivo muito lento que
corre paralelamente à
evolução do princípio
espiritual. É por isso que
se diz – embora Darwin
jamais o tenha dito – que o
homem descende do macaco.
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