PEDRO DE ALMEIDA
LOBO
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Campo Grande,
Mato Grosso do
Sul (Brasil)
Nem tudo que é legal é justo
Naquele dia,
Jesus encontrava-se
meditando,
sentado nas
areias brancas
do Lago de
Genesaré, quando,
de repente,
surgem, em Sua
direção, uma
mulher apavorada
pedindo
clemência e,
atrás dela, um
grupo de homens
gritando:
“adúltera,
adúltera,
adúltera....,
tem que morrer
apedrejada.
Ofegante e
desesperada, ela
aproximou-se
daquele homem,
aparentemente
solitário,
rogando-lhe: -
“Senhor, tem
piedade de mim”.
Ele lhe disse:
– Aproxime-se
de mim.
Ela o fez.
Nesse ínterim,
os homens
pararam. Um
deles, doutor da
Lei, aproveitou-se
da oportunidade
para testá-Lo,
fazendo-Lhe a
seguinte
indagação, em
tom irônico: “O
Senhor diz que
não veio para
destruir a Lei
nem os profetas”,
e agora, a Lei
Judaica impõe
que toda mulher
adúltera tenha
que morrer
apedrejada. Essa
que está ao Seu
lado foi
flagrada em
adultério,
portanto, está
condenada à
morte na forma
da Lei. O que
devemos fazer
agora, Senhor?
Jesus, com a
paciência,
misericórdia e
compaixão, como
sempre olha os
seres humanos,
disse-lhe: -
“Dentre vós,
aquele que se
julgar sem
pecado, atire a
primeira pedra”.
Sem mais
argumentos,
continuou
rabiscando a
areia.
Diz a história
que, ao ouvirem
essas sábias
palavras, as
pedras caíram
das mãos dos
algozes, e os
“justiceiros”
saíram um a um,
a partir dos
mais velhos.
Será porque
talvez tivessem
pecado mais?
Observa-se que
Jesus não julgou
a ninguém. Porém,
houve vários
sumários e
implacáveis
julgamentos, no
“tribunal”
imaculado
chamado
consciência de
cada um daqueles
que desejava
fazer justiça
com as próprias
mãos. Na
consciência,
mais cedo ou
mais tarde a
justiça impera.
Frente a um
crime praticado,
o acusado poderá
ser absolvido
por sentenças
prolatadas pelos
magistrados
encarnados em
todas as
instâncias
jurisdicionais.
Eles estão
sujeitos ao
império das leis
humanas que têm
como princípios
gerais do
direito o uso,
costumes e
tradição de um
povo ou são
criadas, por
vezes, pelas
mentes
tendenciosas, e
escritas pelas
mãos maculadas
dos seres
humanos que
estão sujeitos
ao erro. Daí vem
a injustiça.
A justiça divina
é pura e
cristalina.
Possui luz
própria. Por
isso é justa. O
justo é divino.
O legal é humano.
Por essa razão:
“nem tudo que é
legal é justo”.