ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
|
O Tesouro
dos Espíritas
Miguel Vives y Vives
(Parte
13)
Continuamos a apresentar
o
estudo do clássico O
Tesouro dos Espíritas,
de Miguel Vives y Vives, que
será aqui estudado
em 16 partes, com base
na tradução de J.
Herculano Pires,
conforme a 6a
edição publicada pela
Edicel.
Questões preliminares
A. Qual a principal
obrigação do espírita?
A obrigação principal do
espírita, diz Irmão
Saulo
(1),
é zelar pelo seu
tesouro: a Doutrina
Espírita. Para isso,
temos de estudá-la e
conhecê-la bem, pois, do
contrário, como
poderemos zelar por ela?
“O Espiritismo – lembra
ele – não é apenas uma
eclosão mediúnica, não é
somente manifestações de
espíritos. É a Doutrina
do Consolador, do
Espírito da Verdade, do
Paráclito, prometida e
enviada pelo Cristo para
nos orientar.”
(O Tesouro dos
Espíritas, 2ª Parte,
Marcha para o Futuro,
pp. 165 e 166.)
B. Que pensar dos que
dizem que as obras de
Kardec não trazem
novidades e que há obras
mais interessantes?
A respeito deles, diz
Irmão Saulo: “Ah, pobres
irmãos que não fazem
conta da promessa do
Senhor, que menosprezam
a sua dádiva! Então o
Senhor e Mestre nos
promete o Consolador e
no-lo envia, para agora
o deixarmos de lado e
corrermos como loucos
atrás dos falsos
profetas, dos falsos
Cristos, dos falsos
Kardecs, que enxameiam
na vaidade humana?” Não
temos o direito de
pensar assim. O
Espiritismo é a Verdade
Maior que podemos
conhecer, nesta fase
evolutiva da Terra. O
seu aparecimento foi
preparado pelo Alto.
Antes de Kardec
encarnar-se, para
cumprir a sua missão, já
numerosos fatos
espíritas ocorreram no
mundo, predispondo-nos à
compreensão do trabalho
do Codificador.
(Obra citada, pp. 168 e
169.)
C. É o Espiritismo
religião?
Sim. O Espiritismo é a
Religião em espírito e
verdade, de que Jesus
falou à mulher
samaritana. Mas há
espíritas que não
compreendem isso e negam
a religião espírita. “É
possível tirarmos do
Espiritismo a fé em Deus
e a lei da caridade?”
Todo o problema, que
tanta celeuma tem
levantado entre alguns
irmãos intelectuais, se
resume na falta de
compreensão do que seja
religião. Os confrades
antirreligiosos gastam
tinta e papel por
quererem provar um
absurdo. “Alegam que
Kardec se recusou a
chamar o Espiritismo de
religião. Mas o próprio
Kardec explicou por que
o evitou -- não se
recusou, mas apenas
evitou -- chamar o
Espiritismo de religião:
não queria confundir uma
doutrina de luz e
liberdade com as
organizações dogmáticas
e fanáticas do mundo
religioso.”
(Obra citada, pp. 174 a
176.)
Texto para leitura
150. A
obrigação principal do
espírita, diz Irmão
Saulo
(1),
é zelar pelo seu
tesouro: a Doutrina
Espírita. Para isso,
temos de estudá-la e
conhecê-la bem, pois, do
contrário, como
poderemos zelar por ela?
“O Espiritismo -- lembra
ele -- não é apenas uma
eclosão mediúnica, não é
somente manifestações de
espíritos. É a Doutrina
do Consolador, do
Espírito da Verdade, do
Paráclito, prometida e
enviada pelo Cristo para
nos orientar.” (P. 165)
151. Se Jesus nos trouxe
a mensagem redentora do
Evangelho e prometeu que
nos enviaria o
Consolador é que temos
de conhecer o Evangelho
e conhecer o
Espiritismo. “Os
cristãos estudam a Lei
Nova, que está no Novo
Testamento. Os
espíritas, que são os
cristãos renascidos da
água e do espírito,
devem estudar as obras
de Kardec, que são a
Codificação do
Espiritismo, a Nova
Revelação.” (P. 166)
152. Há espíritas que se
deixam levar pelos
falsos profetas,
encarnados e
desencarnados, que
enchem o nosso mundo de
novidades absurdas e
perturbam o movimento
doutrinário, impedindo a
boa divulgação da luz.
Acreditam eles que
Kardec está superado e
que portanto a obra de
Kardec não tem mais nada
a nos ensinar. “Ah, como
se enganam esses pobres
irmãos, levados por
ilusões momentâneas!”
(P. 167)
153. Alguns confrades
dizem: as obras de
Kardec não trazem
novidades; há outros
livros que nos falam de
coisas mais
interessantes,
contando-nos fatos
desconhecidos, dando-nos
ensinamentos novos. “Ah,
pobres irmãos que não
fazem conta da promessa
do Senhor, que
menosprezam a sua
dádiva! Então o Senhor e
Mestre nos promete o
Consolador e no-lo
envia, para agora o
deixarmos de lado e
corrermos como loucos
atrás dos falsos
profetas, dos falsos
Cristos, dos falsos
Kardecs, que enxameiam
na vaidade humana?” (PP.
168 e 169)
154. Não temos o direito
de pensar assim. O
Espiritismo é a Verdade
Maior que podemos
conhecer, nesta fase
evolutiva da Terra. O
seu aparecimento foi
preparado pelo Alto.
Antes de Kardec
encarnar-se, para
cumprir a sua missão, já
numerosos fatos
espíritas ocorreram no
mundo, predispondo-nos à
compreensão do trabalho
do Codificador. (P. 169)
155. O próprio
Codificador viveu
cinquenta anos
preparando-se,
adquirindo cultura e
experiência,
conquistando toda a
ciência do seu tempo,
antes de receber do Alto
a incumbência de
investigar os fenômenos
e organizar a Doutrina,
embora fosse um dos mais
lúcidos discípulos de
Jesus, que este enviou à
Terra para cumprir a
promessa do Consolador.
E queremos, por acaso,
ser mais do que ele e do
que o Espírito da
Verdade, que o assistia
e guiava? (P. 169)
156. Outros irmãos
alegam: o Espiritismo é
muito simples, é o ABC
da Espiritualidade;
temos maiores instruções
na Teosofia ou com os
Rosa-Cruzes. “Deviam
antes pensar, diz Irmão
Saulo, que necessitamos
justamente do ABC, pois
somos ainda analfabetos
espirituais. O
Espiritismo não tem a
pretensão de tudo saber
e tudo ensinar. Porque
as doutrinas que tudo
ensinam, na verdade nada
sabem.” (P. 170)
157. Não pensemos,
porém, que o Espiritismo
é doutrina estática, que
não quer ir além. Pelo
contrário, ele é
doutrina dinâmica e
avança sempre. Mas
avança na medida do
possível e do
conveniente, com os pés
na terra, para evitar a
vertigem das alturas.
“Na proporção em que
crescermos moralmente --
prestemos bem atenção a
esta palavra:
moralmente -- o
próprio Espiritismo,
dentro das próprias
obras de Kardec,
desvelará novos mundos e
novos ensinos aos nossos
olhos. Mas, então,
estaremos em condições
de compreendê-los.” (P.
172)
158. Em conclusão: O
espírita deve estudar
constantemente as obras
de Kardec, que são o
fundamento do
Espiritismo, e não
deixar-se levar por
fascinações da vaidade
ou da ambição de saber o
que não pode. (PP. 172 e
173)
159. O Espiritismo é a
Religião em espírito e
verdade, de que Jesus
falou à mulher
samaritana. Mas há
espíritas que não
compreendem isso e negam
a religião espírita. “É
possível tirarmos do
Espiritismo a fé em Deus
e a lei da caridade?”
(P. 174)
160. Todo o problema,
que tanta celeuma tem
levantado entre alguns
irmãos intelectuais, se
resume na falta de
compreensão do que seja
religião. Os confrades
anti-religiosos gastam
tinta e papel em
quantidade por quererem
provar um absurdo.
“Alegam que Kardec se
recusou a chamar o
Espiritismo de religião.
Mas o próprio Kardec
explicou por que o
evitou -- não se
recusou, mas apenas
evitou -- chamar o
Espiritismo de religião:
não queria confundir uma
doutrina de luz e
liberdade com as
organizações dogmáticas
e fanáticas do mundo
religioso.” (PP. 174 e
175)
161. Todo homem de
cultura hoje compreende
que religião não é
igreja, mas sentimento.
Henri Bergson ensinou
que há dois tipos de
religião: a social, que
é dogmática e estática,
e a individual, que é
livre e dinâmica. Assim
pensava também Henrique
Pestalozzi, para quem a
religião verdadeira é a
Moralidade. Vemos aí um
dos motivos por que
Kardec dizia que o
Espiritismo tem
consequências morais, em
vez de referir-se a
consequências
religiosas. “Hoje em
dia, o Codificador não
teria dúvida em falar de
religião, porque o
conceito atual de
religião é muito mais
amplo.” (PP. 175 e 176)
162. O Espiritismo tem
três aspectos, como
sabemos: o científico,
no qual ele se apresenta
como ciência de
observação e
investigação, tratando
dos fenômenos espíritas;
o filosófico, no qual
procura interpretar os
resultados da
investigação científica
e dar-nos uma visão nova
do mundo; e o religioso,
no qual nos ensina como
aplicar, na vida
prática, os princípios
da filosofia espírita.
“Queremos, acaso, ficar
apenas nos princípios,
sem aplicá-los?” (P.
176)(Continua na próxima
edição.)
(1) Irmão Saulo é
o pseudônimo usado nesta
obra pelo conhecido
escritor José Herculano
Pires, tradutor do texto
de Miguel Vives y Vives
e autor da 2a
Parte da obra em estudo.