FERNANDA LEITE
BIÃO
fernandabiao9@hotmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais (Brasil)
As asas do
conhecimento
e do amor
Embora o vazio
existencial não
possa ser
preenchido,
podemos alcançar
a
autorrealização,
ao
compreendermos
nossas
dimensões
interiores e
crescermos
diante da
história escrita
por nossas
próprias mãos.
Precisamos,
entretanto, de
coragem.
A coragem de
aproveitar as
oportunidades
evolutivas para
aperfeiçoar a
nossa
percepção
dos fenômenos
apresentados no
cotidiano, já
que tudo passa
pelo crivo
pessoal.
A coragem de
compreender o
valor educativo
das provas e das
adversidades, da
dor e do
sofrimento.
A coragem de
sobrepujar a
autopiedade e a
crença de que o
sofrimento é
castigo da
divindade,
injustiça ou má
sorte.
A coragem de
abandonar a
trilha da
revolta e da
resistência e,
ao mesmo tempo,
tornar-se
humilde e
receptivo ao
aprendizado que
surge com a
compreensão do
que determinada
vivência
cotidiana vem a
acrescentar ao
nosso
melhoramento
íntimo.
A coragem de
amar a si mesmo,
apesar das
limitações e
decepções
consigo próprio,
quedas e
recomeços. A
coragem de amar
ao próximo,
apesar das
diferenças e
desilusões,
incompreensões e
injustiças. A
coragem de
respeitar o
momento
evolutivo
alheio, ainda
que se discorde
das escolhas e
opiniões. A
coragem de
inaugurar novo
ciclo de
aprendizados,
com bom ânimo e
fé na
humanidade, sem
se perder nas
teias da mágoa,
da vingança e do
pessimismo.
Que possamos nos
dedicar ao
autoconhecimento
e ao trabalho de
alquimia de
nosso mundo
interior, em
benefício da
alquimia do
mundo coletivo,
semeando as
sementes de
nosso futuro na
humanidade,
nesta e em novas
jornadas
evolutivas no
plano físico.
Que possamos
visualizar as
realizações que
almejamos
florescer e
sedimentar no
íntimo e no
exterior,
considerando a
nossa realidade
atual, em
diálogo, tanto
com nossas
vocações e
aptidões, quanto
com as
oportunidades
franqueadas pelo
meio familiar,
profissional e
social de que
fazemos parte.
Que tenhamos
olhos para ver e
ouvidos para
ouvir. Mais do
que isso,
coração para
sentir e não
deixar a nossa
alma se
empobrecer pelas
verdades
parciais.
Pensar,
refletir, fazer
escolhas,
acertar, errar
procurando
acertar,
caminhar e,
principalmente,
amar,
cujo passo
inicial implica
aprender a
amar a si mesmo
e respeitar a
centelha divina
que molda e dita
nossa
consciência
moral, nem
sempre ouvida.
Quando
desvelamos
nossos
potenciais, os
desafios se
tornam fontes
de estímulos
para a caminhada
evolutiva e a
autossuperação e
o vazio
existencial,
válvula
propulsora
para saudáveis
modificações nas
relações
internas e
externas.
Cada ser humano
é um livro que
pertence à
biblioteca
universal. Cada
página é a
expressão dos
movimentos
articulados por
cada
singularidade.
Somos
responsáveis
pelo conteúdo e
manutenção da
nossa história,
suas
modificações e
transformações
ao longo do
tempo.
A tarefa de
avaliar
comportamentos
presentes e
passados, em
prol de novas
condutas e
escolhas,
apresenta-se
como atividade
necessária para
a descoberta das
potencialidades
que contribuirão
para as novas
escolhas e a
aquisição de
aprendizagem de
novas formas de
ser-no-mundo,
de acordo com
cada fase do
ciclo evolutivo
do espírito.
Que possamos
perceber os
convites da vida
para promover
mudanças
benéficas ao
nosso
crescimento
íntimo.
Compreender os
motivos de nossa
participação nas
tarefas
desempenhadas no
dia a dia, no
ambiente do lar,
do trabalho e da
sociedade em
geral. Indagar a
importância de
estabelecer
relações
interpessoais e
de conviver —
ante as
circunstâncias
da vida — com
quem temos
afinidade ou
falta de
sintonia,
antagonismo ou
amizade. Em
relação à
vivência e
convivência
cotidianas,
perguntar a nós
mesmos: “O que
tenho a
aprender? O que
tenho a
ensinar?” A vida
é uma via de mão
dupla em que, de
modo consciente
ou não,
recebemos e
realizamos
doações,
aprendemos e
ensinamos.
Hoje, na
transição
planetária de
mundo de provas
e expiações para
mundo de
regeneração,
nós,
trabalhadores da
última hora,
somos convidados
a ser iniciados
pelos portais
do coração.
Nestes dias
conturbados, não
permitamos que
as energias
exteriores
possam encontrar
sintonia com
nossas energias
internas. Quando
nos sentirmos
cansados do
peso da
existência,
elevemos o
pensamento ao
Criador da Vida
e mentalizemos a
energia
dourada a
descer dos
planos mais
sutis e inundar
a nossa alma-amor.
Os desafios de
uma existência
são inúmeros,
cheios de
atalhos e
pedras, bem como
de flores que
iluminam e
perfumam a nossa
jornada
evolutiva. A
esperança
caminha junto
com o coração
disposto a
buscar os
segredos
guardados nos
porões
interiores, que
precisam ser
revelados e
conhecidos,
para que, então,
a alma possa
fluir e crescer
rumo à evolução.
Que façamos das
adversidades
diárias
oportunidades
aproveitadas
para edificar a
verdadeira
felicidade: a
sintonia com as
energias de paz,
tranquilidade e
amor, assim como
a realização de
escolhas em
harmonia com as
leis que regem o
universo e
possibilitam a
nossos pés
começarem a
caminhar não tão
pesados e
vacilantes, mas
confiantes e
seguros, de
forma que, não
mais reféns de
modismos e
sofrimentos,
sejamos
cocriadores da
nossa própria
vida.
Tenhamos, pois,
fé.
Fidelidade à luz
que habita em
nosso íntimo.
Consciência de
que, a fim de
sermos anjos,
necessitamos de
duas asas de
proporções
similares. A
asa do
conhecimento
(sem o
conhecimento
somos cegos na
imensidão da
nossa existência)
e a asa do
amor (fonte
irradiadora de
sensibilidade e
aproximação de
nós mesmos e do
outro que nos
visita).
A autora é
psicóloga e
orientadora
profissional em
Belo
Horizonte-MG.