GERSON SIMÕES
MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
O sofrimento do
filho
cujo pai
era alcoólico
Na minha
juventude, tive
um amigo que
sempre andava
triste e
deprimido. Aos
quinze anos de
idade, ele
batalhava no
armazém para
ajudar o
sustento da
família e
estudava à
noite.
Certo dia,
chorando,
contou-me que
seu pai bebia
muito,
principalmente
ouvindo futebol,
e que, quando
estava
embriagado,
quebrava tudo
dentro de casa e
ainda batia em
sua mãe. Por
causa da bebida,
faltava ao
trabalho e
acabou também
perdendo o
emprego.
Contou-me que,
quando seu
genitor começou
a tomar uns
goles e sua mãe
passou a
chamar-lhe a
atenção,
respondia: “Eu
só bebo
socialmente”, ou
então: “Isto faz
muito bem à
saúde”.
Quando esse meu
amigo não
aceitava a
bebida oferecida
pelo pai, na
hora do almoço,
sua mãe chamava
a atenção de que
era um crime ele
beber na frente
do filho e
tentar viciá-lo.
Diante disso,
ele debochava e,
para humilhar o
próprio filho,
dizia-lhe que
não era homem.
Tempos depois,
seu pai veio a
morrer de
cirrose
hepática, todo
inchado de tanto
beber, deixando
a família na
pobreza. Mas o
nosso amigo
sobreviveu a
toda essa
desgraça causada
pela droga do
álcool em sua
família, com
muita fé em
Deus.
Concluiu o curso
de contador e
venceu
profissionalmente,
vindo a
constituir uma
família sólida e
bastante
estruturada.
Como se sabe, o
alcoolismo
inicia-se pelo
hábito inocente
de um gole, de
uma latinha,
chegando à
dependência
orgânica e
psíquica.
O alcoólico é,
de fato, um
escravo da
garrafa.
Agora, para o
sucesso do
tratamento, é
fundamental o
próprio viciado
reconhecer que é
um doente e que,
como tal, deve
ter humildade
para aceitar
ajuda.
O papel da
família também é
importante para
a sua cura, pois
é fundamental a
conscientização
de que o
dependente do
álcool é um
doente e que
precisa de amor,
afeto,
compreensão e,
sobretudo,
apoio.
Os grupos dos AA
(Alcoólicos
Anônimos)
realizam
gratuitamente um
excelente
trabalho de
psicoterapia de
grupo em favor
dos alcoólicos.
Se você precisar
da ajuda dos
Alcoólicos
Anônimos, ligue
para a Central
de Serviços –
tel.: 2253-3377;
ou, se você tem
um familiar
precisando desse
auxílio, entre
em contato com o
AL-ANON – tel.:
2220-5065.