Adeus
Auta de Souza
O sino plange em terna
suavidade,
No ambiente balsâmico da
igreja;
Entre as naves, no
altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos da
saudade.
Geme a viuvez,
lamenta-se a orfandade;
E a alma que regressou
do exílio beija
A luz que resplandece,
que viceja,
Na catedral azul da
imensidade.
“Adeus, Terra das minhas
desventuras...
Adeus, amados meus...” —
diz nas alturas
A alma liberta, o azul
do céu singrando...
— Adeus... — choram as
rosas desfolhadas,
— Adeus... — clamam as
vozes desoladas
De quem ficou no exílio
soluçando...
Nascida em 12 de
setembro de 1876, em
Macaíba, Rio Grande do
Norte, Auta de Souza
desencarnou em 7 de
fevereiro de 1901,
portanto, aos 24 anos,
em Natal. O soneto acima
integra o Parnaso de
Além-Túmulo, obra
psicografada pelo médium
Chico Xavier.