MARCELO
DAMASCENO DO
VALE
marcellus.vale@gmail.com
Londrina, Paraná
(Brasil)
Considerações
sobre o infinito
Que se deve
entender por
infinito?
“O que não tem
começo nem fim:
o desconhecido;
tudo que é
desconhecido é
infinito.”
Poder-se-ia
dizer que Deus é
o infinito?
“Definição
incompleta.
Pobreza da
linguagem
humana,
insuficiente
para definir o
que está acima
da linguagem dos
homens.”
(Questões 2 e 3
de O Livro dos
Espíritos.)
Na Idade Média
do pensamento,
acreditávamos em
um Deus
limitado,
circunscrito,
sujeito às
mesmas paixões e
fraquezas
humanas. Ao
mesmo tempo
abrigávamos uma
ilusão de um
Deus mágico que
se manifestaria
em nossas vidas,
que estaria
presente em
pequeninas
batalhas contra
os moinhos de
vento da nossa
própria ilusão.
Contudo, a
libertação do
pensamento
ocidental pelo
Renascimento e
pelas
descobertas
científicas
libertou Deus de
nossas
concepções
equivocadas e
limitadas.
Deus Infinito.
Deus Sem
limites.
Mesmo
aprisionados em
um corpo
limitado, em uma
percepção
limitada da
existência,
podemos viajar
junto com o
Espírito Galileu
em sua afirmação
com relação ao
espaço:
Ora, digo que o
espaço é
infinito, pela
razão de ser
impossível
imaginar-se-lhe
um limite
qualquer, e
porque, apesar
da dificuldade
com que topamos
para conceber o
infinito, mais
fácil nos é
avançar
eternamente pelo
espaço, em
pensamento, do
que parar num
ponto qualquer,
depois do qual
não mais
encontrássemos
extensão a
percorrer.
Item 1, Cap.VII
de A Gênese.
Se o Espaço é
infinito e Deus
está em toda
parte,
compreendemos
que nosso
Criador não é o
próprio
Infinito, pois a
palavra
“Infinito”
revela apenas
uma das
qualidades do
nosso Criador. À
medida que vamos
evoluindo
moralmente,
podemos melhor
compreender a
Deus; por
enquanto, o
Espiritismo nos
leva a entender
O
Deus
Infinito,
ou seja, sem
quaisquer
limites, um Deus
que está em toda
parte, presente
e atuante em
todo o Universo.
Há muito tempo
já cantava o
salmista Davi:
Para onde me
irei do teu
espírito, ou
para onde
fugirei da tua
face? Se subir
ao céu, lá tu
estás; se fizer
no inferno a
minha cama, eis
que tu ali estás
também. Se tomar
as asas da alva,
se habitar nas
extremidades do
mar, até ali a
tua mão me
guiará e a tua
destra me
susterá.
Salmos 139:7-10.
E de maneira
insuperável,
Allan Kardec
afirmou:
Nada obsta a que
se admita, para
o principio da
soberana
inteligência, um
centro de ação,
um foco
principal a
irradiar
incessantemente,
inundando o
Universo com
seus eflúvios,
como o Sol com a
sua luz. Mas
onde esse foco?
É o que ninguém
pode dizer.
Provavelmente,
não se acha
fixado em
determinado
ponto, como não
o está a sua
ação, sendo
também provável
que percorra
constantemente
as regiões do
espaço sem-fim.
Se simples
Espíritos têm o
dom da
ubiquidade, em
Deus há de ser
sem limites essa
faculdade.
Enchendo Deus o
Universo,
poder-se-ia
ainda admitir, a
título de
hipótese, que
esse foco não
precisa
transportar-se,
por se formar em
todas as partes
onde a soberana
vontade julga
conveniente que
ele se produza,
donde o poder
dizer-se que
está em toda
parte e em parte
nenhuma.
Item 29, Cap. II
de A Gênese.