FELINTO ELÍZIO
DUARTE CAMPELO
felintoelizio@gmail.com
Maceió, Alagoas
(Brasil)
Devedores e credores
“Então o seu
senhor, chamando-o
à sua presença,
disse-lhe: Servo
malvado,
perdoei-te toda
aquela dívida,
porque me
suplicastes. Não
devias tu,
igualmente, ter
compaixão do teu
companheiro,
como eu também
tive
misericórdia de
ti? E, indignado,
o seu senhor o
entregou aos
atormentadores,
até que pagasse
tudo o que devia.
Assim vos fará,
também, meu Pai
celestial, se do
coração não
perdoardes, cada
um a seu irmão,
as suas ofensas.”
- Mateus, 18:32
a 35.
Recalcitrantes
no erro, somos
devedores
inadimplentes
que, amiúde,
recorremos ao
Senhor para
comutação das
nossas penas.
O Pai, bom e
misericordioso,
perdoa-nos
dando-nos
oportunidades
novas para
remissão de
pecados, por
maiores que eles
sejam.
Ocorre,
entretanto, que
nem sempre
agimos com a
mesma tolerância
e brandura, tal
como fomos
beneficiados,
quando irmãos
desventurosos
não correspondem
às nossas
expectativas.
Qual o mau servo
da parábola “O
Credor
Incompassivo”,
de devedores
penitentes que
humildemente
pedem clemência,
transformamo-nos
em credores
intransigentes,
desapiedados.
São de clareza
meridiana as
palavras de
Jesus quando
afirmou: ”Porque
em verdade vos
digo que, até
que a terra e o
céu passem, nem
um jota ou um
til se omitirá
da lei, sem que
tudo seja
cumprido” . A
Lei, por
conseguinte, é
irrefutável,
cumprir-se-á
integralmente.
Seremos,
indubitavelmente,
aferidos com a
mesma medida que
aplicarmos aos
outros, teremos
um julgamento
idêntico ao
juízo com que
apreciarmos as
falhas dos
nossos
semelhantes. Em
consequência,
receberemos
conforme nossos
atos e
pensamentos.
Não nos é fácil,
dada a
imperfeição de
caráter,
exercermos de
imediato o
perdão amplo e
irrestrito como
convém ao
cristão, no
entanto, é
imprescindível
aprendermos a
desculpar já e
exercitarmos a
vigilância e a
oração como
escudo para não
nos deixarmos
enredar nas
malhas do
ressentimento,
do rancor, da
insensibilidade.
Vale atentarmos
para os dois
últimos
parágrafos do
item 16 do
capítulo X de O
Evangelho
segundo o
Espiritismo:
“Sede, pois,
severos para
convosco,
indulgentes para
com os outros.
Lembrai-vos
daquele que
julga em última
instância, que
vê os
pensamentos
íntimos de cada
coração e que,
por conseguinte,
desculpa muitas
vezes as faltas
que censurais,
ou condena o que
relevais, porque
conhece o móvel
de todos os atos.
Lembrai-vos de
que vós, que
clamais em altas
vozes: anátema!,
tereis, quiçá,
faltas mais
graves. Sede
indulgentes,
meus amigos,
porquanto a
indulgência
atrai, acalma,
ergue, ao passo
que o rigor
desanima, afasta
e irrita”.