Por que o
aborto?
No momento em que a
sociedade brasileira
discute um tema tão
polêmico como o aborto,
torna-se absolutamente
necessário expor a visão
da Doutrina Espírita
sobre o tema, como
subsídio para a formação
da opinião pública.
Quando a mãe chega a
ponto de querer abortar
seu filho, ao se fazer
uma análise mais
profunda, ver-se-á um
sistema socioeconômico e
cultural com inúmeras
falhas não só na
formação, como no amparo
de seus membros: falhas
individuais (do casal
envolvido, irresponsável
e sem educação para a
vida), da família
(desestruturada,
desequilibrada), e da
sociedade (utilitarista,
individualista,
desorganizada). Com
alguns setores do Estado
e algumas lideranças
políticas propondo o
aborto como “solução
(?)” de um problema de
saúde pública,
encaminha-se para, em
vez de uma saída, um
agravamento de
responsabilidades: o
Estado como patrocinador
de um assassinato!
Apesar de algumas
divergências, para a
maioria dos cientistas a
vida começa no útero,
quando o gameta
masculino fecunda o
óvulo feminino.
Realmente, a vida
corporal, inicia-se
nesse instante, mas a
vida espiritual já é
atuante muito antes
disso. O Espírito que
habita o corpo é
imortal, pré-existe à
atual reencarnação e,
muitas vezes, participa
ou preside a este
processo de renascimento
para a vida material
depois de acurado
planejamento, sob a
orientação dos Espíritos
superiores, e com o
consentimento de todos
os envolvidos – pais,
familiares e dele
próprio que irá
reencarnar.
Ser contrário ao aborto
não é só uma questão
religiosa, ética ou
moral, mas é também uma
questão humanitária. Ao
impedir que esta Vida
retorne ao corpo físico,
impede-se um Ser de
experienciar novamente
na matéria as
oportunidades de amar,
resgatar débitos do
passado, aprender no
convívio familiar e
social a evolução
necessária para o
indivíduo. Por mais
difícil que a prova
possa se apresentar, é
necessária para o
Espírito que reencarna.
Sob nenhum aspecto o
aborto se justifica:
- direitos da mulher
sobre o seu corpo: é uma
justificativa inútil,
pois a gravidez envolve
a vida de outro ser, e a
mãe (e ninguém) não tem
o direito de matá-la;
- financeiro: a miséria
jamais irá justificar o
aborto, e ele em nenhuma
circunstância pode ser
usado como controle de
natalidade;
- saúde pública: como há
muitas mortes e
mutilações de mulheres
na prática do aborto
clandestino, segundo
alguns o aborto deveria
ser legalizado. Ora,
jamais um erro
justificará outro erro.
Cometer um crime
abominável de eliminar
um ser indefeso, que já
tem seus direitos
assegurados pela
Constituição, não irá
resolver os problemas da
gravidez indesejada.
São todos argumentos
sofistas e enganadores,
que procuram justificar
a “praticidade” do
aborto, com muitos
interesses secundários e
egoístas por trás. Mesmo
que uma lei humana
coloque como direito do
cidadão, sob a lei
Divina sempre um crime
será um crime, com
necessidade de dolorosa
reparação futura.
Poderíamos citar algumas
consequências nefastas
da legalização do
aborto:
- mesmo os que são
contra participarão
indiretamente do aborto,
através dos impostos que
recolhem, pois, sendo
legal, os hospitais
públicos, financiados
pelo poder público,
estarão liberados para a
prática;
- hospitais locais onde
se busca incessantemente
a vida e a saúde estarão
proporcionando a morte;
- médicos, que no
juramento prometem
defender a vida, estarão
comprometidos com o
assassinato.
No âmbito espiritual
percebe-se um índice
muito grande de
processos obsessivos nos
envolvidos com tal
prática. Em alguns
casos, o Espírito, ao
qual não foi permitida a
reencarnação pela ação
do aborto, revolta-se
com a situação e passa a
influenciar
perniciosamente a mãe, o
pai, o profissional, ou
quem quer que tenha
assumido
responsabilidade pela
prática do abortamento.
O aborto, legalizado ou
não, deve ser combatido
através de educação e
esclarecimentos a todos.
Há, sim, uma urgente e
necessária promoção do
Estado acerca dos
processos educativos de
jovens para a vida,
proporcionando uma
existência de
responsabilidades,
perspectivas otimistas e
esperanças de um futuro
melhor, com qualidade de
vida. Para que isso
aconteça, é importante
uma educação sexual
voltada para seus
aspectos físicos e
morais, para que todos
tenham condições de
versar um planejamento
familiar consciente e
maduro com os métodos de
contracepção
recomendados.
Querer suplantar esta
etapa legalizando o
assassinato através do
sistema público é
decretar a falência do
Estado como organizador
de uma sociedade
“civilizada”.
Necessitamos de uma
profunda “revolução
espiritualista” nas
pessoas, fazendo com que
todos percebam que a
vida é muito mais do que
somente a matéria e que
as responsabilidades de
cada um superam a
simples satisfação dos
prazeres físicos e
fugazes.
Mesmo para quem não tem
uma visão espírita da
vida – reencarnação, lei
de causa e efeito,
imortalidade da alma –,
mas possui um senso
ético de respeito à vida
e algum entendimento de
espiritualidade, deve
refletir conscientemente
sobre o seu papel frente
a este assunto e assumir
uma postura mais ativa,
sob a pena de se tornar
omisso e conivente com o
aborto.