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Estudando a série André Luiz
Ano 4 - N° 176 - 19 de Setembro de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

 

Nos Domínios da Mediunidade

André Luiz

(Parte 15)

Damos continuidade ao estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que significa duplo etérico?

O perispírito ou "corpo astral" de um encarnado encontra-se revestido com os eflúvios vitais que as­seguram o equilíbrio entre a alma e o corpo carnal. A esses eflúvios, em seu conjunto, é que se dá o nome de "duplo etérico", que é formado por ema­nações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tal como se dá com o corpo físico, por ocasião da morte. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 11, pp. 97 a 99.) 

B. Pode o corpo perispiritual, em virtude de sua maleabilidade, assumir diferentes aspectos?

Sim. Foi o que ocorreu com o médium Antônio Castro que, uma vez desprendido do corpo, não envergava o vestuário azul e cinza que, como homem, trazia, mas sim um roupão esbranquiçado e inteiriço que descia dos ombros até o solo, ocultando-lhe os pés. Aulus informou que Castro usava as forças ectoplásmicas que lhe eram próprias, acrescidas com os recursos do  ambiente. "Semelhantes energias – esclareceu – transudam de nossa alma, conforme a densidade específica de nossa pró­pria organização, variando desde a sublime fluidez da irradiação lumi­nescente até a substância pastosa com que se operam nas crisálidas os variados fenômenos de metamorfose." Quando tiver mais experiência, Castro manejará possibilidades men­tais avançadas, podendo assumir os aspectos que deseje, visto que o peris­pírito constitui-se de elementos maleáveis, que obedecem ao co­mando do pensamento, seja nascido de nossa imaginação ou da imaginação de inte­ligências mais vigorosas que a nossa, mormente quando nossa vontade se rende à dominação de outros Espíritos, encastelados na som­bra. espiritual. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 11, pp. 99 e 100.) 

C. Numa sessão mediúnica, de que forma podemos elevar o padrão vibratório do conjunto?

O meio é a prece fervorosa, tal como ocorreu na sessão descrita por André Luiz. Sobre o assunto, Aulus disse que a ora­ção do grupo constitui abençoado tônico espiritual, como mencionado pelo médium beneficiado pela prece, o qual disse: "Ah! sim, meus amigos, a prece de vo­cês atua sobre mim como se fosse um chuveiro de luz... Agradeço-lhes o be­nefício!... Estou reconfortado... Avançarei!..." (Obra citada, cap. 11, pp. 101 a 103.) 

Texto para leitura 

43. Um caso de desdobramento - O médium Antônio Castro estava profundamente concentrado, quando se aproximou o irmão Clementino, que lhe impôs as mãos aplicando-lhe passes de longo circuito. Castro como que adormeceu devagarinho, inteiriçando-se-lhe os membros. Do tórax ema­nava com abundância um vapor esbranquiçado que, em se acumulando à feição de uma nuvem, depressa se transformou, à esquerda do corpo denso, numa duplicata do médium, em tamanho ligeiramente maior. O mé­dium como que se revelava mais desenvolvido, apresentando todas as particularidades de sua forma física, apreciavelmente dilatadas. O di­retor espiritual da Casa submeteu o medianeiro a delicada intervenção magnética e ele, assim desligado do veículo carnal, afastou-se dois passos, deixando ver o cordão vaporoso que o prendia ao campo somá­tico. Antônio Castro, tateante e assombrado, surgia aos olhos de André Luiz numa cópia estranha de si mesmo, porque, além de maior em sua configuração exterior, apresentava-se azulada à direita e alaranjada à esquerda. Parecia também pesado e inquieto. O mentor Clementino reno­vou as operações magnéticas e o médium, desdobrado, recuou, como que se justapondo novamente ao corpo físico. Desse contacto resultou sin­gular diferença: o corpo carnal engulira, instintivamente, certas fai­xas de força que imprimiam manifesta irregularidade ao perispírito, absorvendo-as de maneira incompreensível para André. A partir desse momento, o médium, afastado do corpo de matéria densa, guardou o porte que lhe era característico. Era agora ele mesmo, sem nenhuma deformi­dade, leve e ágil, embora continuasse encadeado ao envoltório físico pelo laço aeriforme, que parecia mais adelgaçado e mais luminoso, à medida que Castro (alma) se movimentava. Enquanto Clementino o encora­java com palavras amigas, Aulus esclareceu que, com auxílio do super­visor, o médium fora convenientemente exteriorizado. A princípio, seu perispí­rito ou "corpo astral" estava revestido com os eflúvios vitais que as­seguram o equilíbrio entre a alma e o corpo carnal, conhecidos aque­les, em seu conjunto, como sendo o "duplo etérico", formado por ema­nações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento car­nal, por ocasião da morte. (Cap. 11, págs. 97 a 99)

44. A vestimenta espiritual - O Assistente informou então que, para melhor ajustar-se ao ambiente espiritual, o médium devolvera aquelas energias ao corpo inerme, garantindo assim o calor indispensável à colmeia celular e desembaraçando-se, tanto quanto possível, para en­trar no serviço que o aguardava. Ele disse ainda que, se algum pes­quisador ferisse o espaço em que se situava a organização perispirí­tica do médium desdobrado, este registraria, de imediato, a dor do golpe que lhe fosse desfechado, porque, embora liberto do corpo somá­tico, prosseguia em comunhão com ele, por intermédio do laço fluídico de ligação. Antônio Castro não envergava o vestuário azul e cinza que, como homem, trazia, mas sim um roupão esbranquiçado e inteiriço que descia dos ombros até o solo, ocultando-lhe os pés. Aulus informou que Castro usava as forças ectoplásmicas que lhe eram próprias, acrescidas com os recursos do  ambiente. "Semelhantes energias – esclareceu – transudam de nossa alma, conforme a densidade específica de nossa pró­pria organização, variando desde a sublime fluidez da irradiação lumi­nescente até a substância pastosa com que se operam nas crisálidas os variados fenômenos de metamorfose."  Castro era um iniciante no ser­viço. Quando tiver mais experiência, manejará possibilidades men­tais avançadas, podendo assumir os aspectos que deseje, visto que o peris­pírito constitui-se de elementos maleáveis, que obedecem ao co­mando do pensamento, seja nascido de nossa imaginação ou da imaginação de inte­ligências mais vigorosas que a nossa, mormente quando nossa vontade se rende à dominação de outros Espíritos, encastelados na som­bra. De qualquer forma, essas imagens, esses desenhos, embora vivos, não se comparam à vestimenta própria do plano espiritual... (Cap. 11, págs. 99 e 100)

45. A prece é um chuveiro de luz - O Assistente Aulus aproveitou o en­sejo para informar que, nos círculos espirituais, a Arte e a Ciência são muito mais ricas que no círculo dos encarnados e a educação se processa mais eficiente, no que tange à beleza e à cultura. Por isso, os Espíritos não menoscabam ali as excelências do vestuário, por in­termédio das quais selecionam emoções e maneiras distintas. "Não pode­mos esquecer que progresso é trabalho educativo. A ascensão do Espí­rito não seria regresso ao empirismo da taba", ajuntou o Assistente. Antônio Castro, mais à vontade fora do corpo denso, recebia as ins­truções que Clementino lhe administrava, enquanto dois guardas aproxi­maram-se dele e lhe aplicaram à cabeça um capacete em forma de anto­lhos. Era preciso que o médium não dispersasse a atenção, daí o ins­trumento utilizado. Em seguida, ele alçou-se ao espaço, de mãos dadas com ambos os vigilantes, volitando em sentido oblíquo. Demonstrando manter segura comunhão com o veículo carnal, o médium começou a dizer, valendo-se da boca física: "Seguimos por um trilho estreito e es­curo!... Oh! tenho medo, muito medo... Rodrigo e Sérgio amparam-me na excursão, mas sinto receio!... Tenho a ideia de que nos achamos em pleno nevoeiro..." Na sequência, continuou: "Que noite é esta?... A escuridão parece pesar sobre nós!... Ai de mim! Vejo formas desco­nhecidas agitando-se em baixo, sob nossos pés!...Quero voltar! vol­tar!... Não posso prosseguir!... não suporto, não suporto!..." Raul, o dirigente encarnado, sob a inspiração do mentor da Casa, elevou o pa­drão vibratório do conjunto, numa prece fervorosa em que rogou do Alto forças multiplicadas para o irmão em serviço. Aulus elucidou: "A ora­ção do grupo, acompanhando-o na excursão e transmitida a ele, de ime­diato, constitui-lhe abençoado tônico espiritual". O médium regis­trou instantaneamente o efeito: "Ah! sim, meus amigos, a prece de vo­cês atua sobre mim como se fosse um chuveiro de luz... Agradeço-lhes o be­nefício!... Estou reconfortado... Avançarei!..." Aulus esclareceu que são raros os Espíritos encarnados que conseguem absoluto domínio de si mesmos, em romagens de serviço edificante fora do corpo. Habi­tuados à orientação pelo corpo físico, ante qualquer surpresa menos agradável, procuram voltar ao corpo carnal... (Cap. 11, págs. 101 a 103)  (Continua no próximo número.)




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita