MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
15)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que significa duplo
etérico?
O perispírito ou "corpo
astral" de um encarnado
encontra-se revestido
com os eflúvios vitais
que asseguram o
equilíbrio entre a alma
e o corpo carnal. A
esses eflúvios, em seu
conjunto, é que se dá o
nome de "duplo etérico",
que é formado por
emanações
neuropsíquicas que
pertencem ao campo
fisiológico e que, por
isso mesmo, não
conseguem maior
afastamento da
organização terrestre,
destinando-se à
desintegração, tal como
se dá com o corpo
físico, por ocasião da
morte.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 11,
pp. 97 a 99.)
B. Pode o corpo
perispiritual, em
virtude de sua
maleabilidade, assumir
diferentes aspectos?
Sim. Foi o que ocorreu
com o médium Antônio
Castro que, uma vez
desprendido do corpo,
não envergava o
vestuário azul e cinza
que, como homem, trazia,
mas sim um roupão
esbranquiçado e
inteiriço que descia dos
ombros até o solo,
ocultando-lhe os pés.
Aulus informou que
Castro usava as forças
ectoplásmicas que lhe
eram próprias,
acrescidas com os
recursos do ambiente.
"Semelhantes energias –
esclareceu – transudam
de nossa alma, conforme
a densidade específica
de nossa própria
organização, variando
desde a sublime fluidez
da irradiação
luminescente até a
substância pastosa com
que se operam nas
crisálidas os variados
fenômenos de
metamorfose." Quando
tiver mais experiência,
Castro manejará
possibilidades mentais
avançadas, podendo
assumir os aspectos que
deseje, visto que o
perispírito
constitui-se de
elementos maleáveis, que
obedecem ao comando do
pensamento, seja nascido
de nossa imaginação ou
da imaginação de
inteligências mais
vigorosas que a nossa,
mormente quando nossa
vontade se rende à
dominação de outros
Espíritos, encastelados
na sombra. espiritual.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 11,
pp. 99 e 100.)
C. Numa sessão
mediúnica, de que forma
podemos elevar o padrão
vibratório do conjunto?
O meio é a prece
fervorosa, tal como
ocorreu na sessão
descrita por André Luiz.
Sobre o assunto, Aulus
disse que a oração do
grupo constitui
abençoado tônico
espiritual, como
mencionado pelo médium
beneficiado pela prece,
o qual disse: "Ah! sim,
meus amigos, a prece de
vocês atua sobre mim
como se fosse um
chuveiro de luz...
Agradeço-lhes o
benefício!... Estou
reconfortado...
Avançarei!..." (Obra
citada, cap. 11, pp. 101
a 103.)
Texto para leitura
43. Um caso de
desdobramento - O
médium Antônio Castro
estava profundamente
concentrado, quando se
aproximou o irmão
Clementino, que lhe
impôs as mãos
aplicando-lhe passes de
longo circuito. Castro
como que adormeceu
devagarinho,
inteiriçando-se-lhe os
membros. Do tórax
emanava com abundância
um vapor esbranquiçado
que, em se acumulando à
feição de uma nuvem,
depressa se transformou,
à esquerda do corpo
denso, numa duplicata do
médium, em tamanho
ligeiramente maior. O
médium como que se
revelava mais
desenvolvido,
apresentando todas as
particularidades de sua
forma física,
apreciavelmente
dilatadas. O diretor
espiritual da Casa
submeteu o medianeiro a
delicada intervenção
magnética e ele, assim
desligado do veículo
carnal, afastou-se dois
passos, deixando ver o
cordão vaporoso que o
prendia ao campo
somático. Antônio
Castro, tateante e
assombrado, surgia aos
olhos de André Luiz numa
cópia estranha de si
mesmo, porque, além de
maior em sua
configuração exterior,
apresentava-se azulada à
direita e alaranjada à
esquerda. Parecia também
pesado e inquieto. O
mentor Clementino
renovou as operações
magnéticas e o médium,
desdobrado, recuou, como
que se justapondo
novamente ao corpo
físico. Desse contacto
resultou singular
diferença: o corpo
carnal engulira,
instintivamente, certas
faixas de força que
imprimiam manifesta
irregularidade ao
perispírito,
absorvendo-as de maneira
incompreensível para
André. A partir desse
momento, o médium,
afastado do corpo de
matéria densa, guardou o
porte que lhe era
característico. Era
agora ele mesmo, sem
nenhuma deformidade,
leve e ágil, embora
continuasse encadeado ao
envoltório físico pelo
laço aeriforme, que
parecia mais adelgaçado
e mais luminoso, à
medida que Castro (alma)
se movimentava. Enquanto
Clementino o encorajava
com palavras amigas,
Aulus esclareceu que,
com auxílio do
supervisor, o médium
fora convenientemente
exteriorizado. A
princípio, seu
perispírito ou "corpo
astral" estava revestido
com os eflúvios vitais
que asseguram o
equilíbrio entre a alma
e o corpo carnal,
conhecidos aqueles, em
seu conjunto, como sendo
o "duplo etérico",
formado por emanações
neuropsíquicas que
pertencem ao campo
fisiológico e que, por
isso mesmo, não
conseguem maior
afastamento da
organização terrestre,
destinando-se à
desintegração, tanto
quanto ocorre ao
instrumento carnal, por
ocasião da morte. (Cap.
11, págs. 97 a 99)
44. A
vestimenta espiritual
- O Assistente informou
então que, para melhor
ajustar-se ao ambiente
espiritual, o médium
devolvera aquelas
energias ao corpo
inerme, garantindo assim
o calor indispensável à
colmeia celular e
desembaraçando-se, tanto
quanto possível, para
entrar no serviço que o
aguardava. Ele disse
ainda que, se algum
pesquisador ferisse o
espaço em que se situava
a organização
perispirítica do médium
desdobrado, este
registraria, de
imediato, a dor do golpe
que lhe fosse
desfechado, porque,
embora liberto do corpo
somático, prosseguia em
comunhão com ele, por
intermédio do laço
fluídico de ligação.
Antônio Castro não
envergava o vestuário
azul e cinza que, como
homem, trazia, mas sim
um roupão esbranquiçado
e inteiriço que descia
dos ombros até o solo,
ocultando-lhe os pés.
Aulus informou que
Castro usava as forças
ectoplásmicas que lhe
eram próprias,
acrescidas com os
recursos do ambiente.
"Semelhantes energias –
esclareceu – transudam
de nossa alma, conforme
a densidade específica
de nossa própria
organização, variando
desde a sublime fluidez
da irradiação
luminescente até a
substância pastosa com
que se operam nas
crisálidas os variados
fenômenos de
metamorfose." Castro
era um iniciante no
serviço. Quando tiver
mais experiência,
manejará possibilidades
mentais avançadas,
podendo assumir os
aspectos que deseje,
visto que o perispírito
constitui-se de
elementos maleáveis, que
obedecem ao comando do
pensamento, seja nascido
de nossa imaginação ou
da imaginação de
inteligências mais
vigorosas que a nossa,
mormente quando nossa
vontade se rende à
dominação de outros
Espíritos, encastelados
na sombra. De qualquer
forma, essas imagens,
esses desenhos, embora
vivos, não se comparam à
vestimenta própria do
plano espiritual...
(Cap. 11, págs. 99 e
100)
45. A
prece é um chuveiro de
luz
- O Assistente Aulus
aproveitou o ensejo
para informar que, nos
círculos espirituais, a
Arte e a Ciência são
muito mais ricas que no
círculo dos encarnados e
a educação se processa
mais eficiente, no que
tange à beleza e à
cultura. Por isso, os
Espíritos não menoscabam
ali as excelências do
vestuário, por
intermédio das quais
selecionam emoções e
maneiras distintas. "Não
podemos esquecer que
progresso é trabalho
educativo. A ascensão do
Espírito não seria
regresso ao empirismo da
taba", ajuntou o
Assistente. Antônio
Castro, mais à vontade
fora do corpo denso,
recebia as instruções
que Clementino lhe
administrava, enquanto
dois guardas
aproximaram-se dele e
lhe aplicaram à cabeça
um capacete em forma de
antolhos. Era preciso
que o médium não
dispersasse a atenção,
daí o instrumento
utilizado. Em seguida,
ele alçou-se ao espaço,
de mãos dadas com ambos
os vigilantes, volitando
em sentido oblíquo.
Demonstrando manter
segura comunhão com o
veículo carnal, o médium
começou a dizer,
valendo-se da boca
física: "Seguimos por um
trilho estreito e
escuro!... Oh! tenho
medo, muito medo...
Rodrigo e Sérgio
amparam-me na excursão,
mas sinto receio!...
Tenho a ideia de que nos
achamos em pleno
nevoeiro..." Na
sequência, continuou:
"Que noite é esta?... A
escuridão parece pesar
sobre nós!... Ai de mim!
Vejo formas
desconhecidas
agitando-se em baixo,
sob nossos pés!...Quero
voltar! voltar!... Não
posso prosseguir!... não
suporto, não
suporto!..." Raul, o
dirigente encarnado, sob
a inspiração do mentor
da Casa, elevou o
padrão vibratório do
conjunto, numa prece
fervorosa em que rogou
do Alto forças
multiplicadas para o
irmão em serviço. Aulus
elucidou: "A oração do
grupo, acompanhando-o na
excursão e transmitida a
ele, de imediato,
constitui-lhe abençoado
tônico espiritual". O
médium registrou
instantaneamente o
efeito: "Ah! sim, meus
amigos, a prece de
vocês atua sobre mim
como se fosse um
chuveiro de luz...
Agradeço-lhes o
benefício!... Estou
reconfortado...
Avançarei!..." Aulus
esclareceu que são raros
os Espíritos encarnados
que conseguem absoluto
domínio de si mesmos, em
romagens de serviço
edificante fora do
corpo. Habituados à
orientação pelo corpo
físico, ante qualquer
surpresa menos
agradável, procuram
voltar ao corpo
carnal... (Cap. 11,
págs. 101 a 103)
(Continua no próximo
número.)