MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO
BRAGA
acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito
Federal (Brasil)
A bênção de uma família
estruturada
Sejamos sinceros... Isso
é fato. Quando somos
adolescentes, a
tendência é querermos
dar um “chega pra lá” na
nossa família. É o pai
que achamos antiquado, a
mãe que pensamos chata,
o irmão mais velho que
pega no nosso pé. Isso
se acentua no contexto
atual, onde o jovem sabe
manusear melhor as
parafernálias
tecnológicas que
permitem ao ser humano
transitar pelo mundo, se
sentindo mais “dono do
mundo”.
Essa visão de autossuficiência, típica
dessa fase da nossa vida
como encarnados, faz-nos
esquecer de valorizar a
família que temos. Pois
é, muitas vezes não
percebemos a bênção que
é a família estruturada
na qual convivemos.
Lembramos apenas dos
problemas! Problemas...
Ah, a família, como
qualquer agremiação
humana, os tem à
vontade. Mas existem
problemas maiores e
menores, e existem
alguns cruciais, desestruturantes, que
convertem a família em
um verdadeiro inferno
sob a terra.
Quem convive com
problemas de drogas na
família, com os males
financeiros e
comportamentais da
dependência química,
sabe do que eu estou
falando. Essas pessoas
que vivem nessas
famílias sonham
diariamente com uma
família estruturada, com
um lar tranquilo.
Aqueles que passam pela
provação do alcoolismo
na família, com a rotina
de violência familiar,
escândalos e conflitos
advindos desse quadro
também anseiam por uma
família que tenha o seu
pai em uma mesa de
jantar e não plantado em
uma mesa de bar toda a
noite.
Os que têm o pai
ausente, violento,
e com mulheres na rua, o
que não dariam por uma
família estruturada,
abençoada pela rotina
diária?
Por rebeldia juvenil,
não valorizamos os pais
dedicados e amorosos,
ciosos de nossa formação
e do nosso
amadurecimento. É fato
também que esse orgulho,
esse "caminhar por si
só" faz parte da
formação de nossa
personalidade, do
processo de
autoafirmação típico da
juventude. Mas não será
possível se autoafirmar,
sermos o que queremos
ser, sem o bom exemplo
de nossos familiares.
Eis o nosso grande
desafio! Mediar
liberdade e presença!
Crescer, tomar nosso
caminho, construir a
nossa jornada e não
abandonar a nossa
família e seus valores.
Esse desafio,
certamente, é bem menos
áspero do que enfrentar
a juventude em famílias
desestruturadas,
açodadas pelo vício, com
problemas viscerais, que
somente Espíritos
amadurecidos conseguem
sublimar e converter
essa luta em espaço de
crescimento.
Se fomos nesta
encarnação agraciados
com a bênção de uma
família estruturada, com
pais amorosos, saibamos
pesar na balança da vida
a grande dádiva que isso
representa.
Permitamo-nos esse
amadurecimento, e
veremos que nossos
problemas são ínfimos e
que não se equiparam aos
quadros infelizes
daqueles que anseiam,
mais do que tudo, viver
em um lar como o nosso.