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Estudando a série André Luiz
Ano 4 - N° 178 – 3 de Outubro de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

 

Nos Domínios da Mediunidade

André Luiz

(Parte 17)

Damos continuidade ao estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Uma ideia elaborada com atenção pode gerar formas perceptíveis por outras pessoas?

Sim. Foi o que ocorreu com as médiuns Celina e Eugênia, que descreveram cenas que, em verdade, derivavam do pensamento de Clementino (Espírito). Aulus assim explicou o fato: "Importa não esquecer que ambas se encontram reunidas na faixa magné­tica de Clementino, fixando as imagens que a mente dele lhes sugere. Viram-lhe os pensamentos, relacionados com a obra de amparo aos doen­tes e com a formação de uma escola, que a instituição pretende, em breve, mobilizar no socorro ao próximo". E aduziu: "Ideias, elaboradas com atenção, geram formas, tocadas de movimento, som e cor, perfeita­mente perceptíveis por todos aqueles que se encontrem sintonizados na onda em que se expressam”. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 12, pp. 113 a 115.)

B. Pode um médium transmitir a palavra de um Espírito ausente na reunião?

Pode. Na reunião descrita por André Luiz, registrou-se um fato assim com a médium Celina que transmitiu a palavra de um benfeitor que, apesar de ausente, sob o ponto de vista es­pacial, entrou em comunhão com a médium através dos fluidos teledinâmicos que o ligavam à mente dela. Segundo André, o fenômeno lembrou o mecanismo da ra­diofonia e da televisão, pelo qual uma pessoa pode ouvir a mensagem de um companheiro e vê-lo ao mesmo tempo, desde que ambos es­tejam em perfeita sintonia, através do mesmo comprimento de onda. (Obra citada, cap. 13, pp. 117 e 118.) 

C. No tocante à mediunidade, o pensamento é realmente importante?

Evidentemente, e isso foi lembrado nestas palavras que compuseram parte da mensagem transmitida pela médium Celina: "Meus amigos, guardemos a paz que Jesus nos legou, a fim de que possamos servi-lo em paz. Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento. Nossa alma vive onde se lhe situa o coração. Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for”. (Obra citada, cap. 13, pp. 117 e 118.) 

Texto para leitura 

49. O problema da concentração - Depois de afirmar que as per­cepções durante a "vida de sonho", quando os órgãos carnais se encon­tram ina­tivos, são a maior prova de que os sentidos na esfera fisioló­gica per­tencem à alma, não ao corpo, Aulus acrescentou: "Somos receptores de reduzida capacidade, à frente  das inumeráveis formas de energia que nos são desfechadas por todos os domínios do Universo, captando apenas humilde fração delas. Em suma, nossa mente é um ponto espiritual limi­tado, a desenvolver-se em conhecimento e amor, na espiritualidade in­finita e gloriosa de Deus". Nesse ponto, Clementino (o dirigente espi­ritual da Casa) conclamou a todos que centralizassem mais atenção na prece, adestrando-se para o serviço do bem. Os médiuns receberam esse pedido de modos diferentes. Celina registrou as palavras com precisão. Eugênia as assimilou, em forma de ordem intuitiva. Castro, contudo, não as recolheu nem de leve. Sutilmente ligados à faixa fluídica do mentor, os três médiuns, cada qual a seu modo, lhe acusavam a pre­sença. Celina anotava-lhe os mínimos movimentos, como um discípulo diante do professor. Eugênia lhe assinalava a vizinhança com menos fa­cilidade, como se o distinguisse através dum lençol de nebulosidade. Castro, embora o visse com perfeição, parecia alheio à influência do instrutor. Via-se que as possibilidades de Celina e Castro, na clari­vidência e na clariaudiência, eram mais vastas que em Eugênia. Por que Castro se mantinha, então, impermeável ao instrutor? O Assistente ex­plicou que o mentor não exercia ali uma pressão mais forte; sua in­fluência era apenas branda, evitando com isso provocar viciosa imana­ção, em desfavor dos médiuns. Havia, porém, outro motivo. A mente de Castro passou, de súbito, a alimentar propósitos diferentes. Incapaz de concentrar sua atenção no trabalho que seria levado a efeito, es­tava interessado em provocar um reencontro com sua mãe desencarnada. Enxergava o mentor, como quem vê as pessoas que passam, mas sem qual­quer preocupação de escutá-lo ou servi-lo. "Basta a indiferença mental para que nada ouça do que mais interessa agora ao esforço coletivo da reunião", explicou Aulus. "É uma antena que se insensibilizou, de im­proviso, recusando sintonizar-se com a onda que a procura." (Cap. 12, págs. 111 e 112) 

50. Clarividência - Em dado momento, um Espírito aproximou-se de Celina e disse-lhe algo. A médium, sem mudar a postura, respondeu-lhe em pen­samento, numa frase perfeitamente audível para André e seus companhei­ros: "Encontrar-nos-emos mais tarde". Era o esposo desencarnado de Ce­lina que a viera visitar. Mas, a médium, bem disciplinada e responsá­vel, soube renunciar ao conforto de ouvi-lo, para colaborar no êxito da reunião com maior segurança. Cena diferente passou-se ao lado. Cas­tro desdobrou-se de novo e caminhou, hesitante, ao encontro de uma en­tidade amiga que o aguardava a pequena distância. Era sua genitora de­sencarnada. Menos habituado à disciplina edificante, Castro julgava ter feito o possível em favor dos trabalhos programados e punha-se na busca da mãezinha, que já vinha sendo beneficiada pelos benfeitores espirituais da Casa. Clementino estendeu os braços e colocou-se em prece. Cintilações de safirino esplendor revestiram-lhe o busto, dando a impressão de que o benfeitor se convertera num anjo sem asas. Em mo­mentos ligeiros, verdadeiro jorro solar desceu do Alto, coroando-lhe a fronte e, de suas mãos, passou a irradiar-se prodigiosa fonte de luz, que alcançava a todos, encarnados e desencarnados, prodigalizando-lhes a sensação de indescritível bem-estar. O êxtase do mentor impelia-os a respeitosa mudez. Aqueles minutos de vibração sem palavras representa­vam precioso manancial de energias restauradoras para quantos lhe abrissem as portas do espírito. É o que André conseguia depreender pelo revigoramento de suas próprias forças. Em seguida, Celina pediu licença para notificar que vira surgir no recinto um ribeiro crista­lino, em cuja corrente muitos enfermos se banhavam. Eugênia, na se­quência, explicou que contemplara um edifício repleto de crianças, en­toando hinos de louvor a Deus. André estava surpreso, pois nada vira ali que pudesse recordar o que fora descrito. A sala era muito es­treita para comportar tais cenários. Aulus acudiu, esclarecendo: "Importa não esquecer que ambas se encontram reunidas na faixa magné­tica de Clementino, fixando as imagens que a mente dele lhes sugere. Viram-lhe os pensamentos, relacionados com a obra de amparo aos doen­tes e com a formação de uma escola, que a instituição pretende, em breve, mobilizar no socorro ao próximo". E aduziu: "Ideias, elaboradas com atenção, geram formas, tocadas de movimento, som e cor, perfeita­mente perceptíveis por todos aqueles que se encontrem sintonizados na onda em que se expressam. Não podemos olvidar que há fenômenos de cla­rividência e clariaudiência que partem da observação ativa dos instru­mentos mediúnicos, identificando a existência de pessoas, paisagens e coisas exteriores a eles próprios, qual acontece na percepção terres­tre vulgar, e existem aqueles que decorrem da sugestão que lhes é tra­zida pelo pensamento criador dos amigos desencarnados ou encarnados, estímulos esses que a mente de cada médium traduz, segundo as possibi­lidades de que dispõe, favorecendo, por isso mesmo, as mais díspares interpretações". (Cap. 12, págs. 113 a 115) 

51. Telemensagem - No final da reunião, o silêncio se fez mais pro­fundo e respeitoso, pois era aguardada a mensagem terminal. O ambiente se fizera mais leve, mais agradável, e sobre a cabeça de Dona Celina apa­receu brilhante feixe de luz. Desde esse instante, André viu-a ex­tática, completamente desligada do corpo físico, cercada de azulíneas irradiações. Aulus informou: "Nossa irmã Celina transmitirá a palavra de um benfeitor que, apesar de ausente daqui, sob o ponto de vista es­pacial, entrará em comunhão conosco, através dos fluidos teledinâmicos que o ligam à mente da médium". O fenômeno lembrou o mecanismo da ra­diofonia e da televisão. Um homem, de cidade a cidade, pode ouvir a mensagem de um companheiro e vê-lo ao mesmo tempo, desde que ambos es­tejam em perfeita sintonia, através do mesmo comprimento de onda. Ce­lina conhecia a sublimidade das forças que a envolviam e entregava-se, confiante, assimilando a corrente mental que a solicitava. Irradiaria a mensagem, automaticamente, informou Aulus, "qual acontece na psico­fonia sonambúlica, porque o amigo espiritual lhe encontra as células cerebrais e as energias nervosas quais teclas bem ajustadas de um piano harmonioso e dócil". O jacto de luz safirina fez-se mais abun­dante e preencheu todo o recinto. O rosto de Celina refletia uma ven­tura misteriosa e ignorada na Terra e seu júbilo contagiara todos os presentes. Foi então que a voz diferenciada de Celina ressoou, clara e comovente, mais ou menos nestes termos: "Meus amigos, guardemos a paz que Jesus nos legou, a fim de que possamos servi-lo em paz. Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento. Nossa alma vive onde se lhe situa o coração. Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for. A gravitação no campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física". (Cap. 13, págs. 117 e 118) (Continua no próximo número.)




 


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