MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
17)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Uma ideia elaborada
com atenção pode gerar
formas perceptíveis por
outras pessoas?
Sim. Foi o que ocorreu
com as médiuns Celina e
Eugênia, que descreveram
cenas que, em verdade,
derivavam do pensamento
de Clementino
(Espírito). Aulus assim
explicou o fato:
"Importa não esquecer
que ambas se encontram
reunidas na faixa
magnética de
Clementino, fixando as
imagens que a mente dele
lhes sugere. Viram-lhe
os pensamentos,
relacionados com a obra
de amparo aos doentes e
com a formação de uma
escola, que a
instituição pretende, em
breve, mobilizar no
socorro ao próximo". E
aduziu: "Ideias,
elaboradas com atenção,
geram formas, tocadas de
movimento, som e cor,
perfeitamente
perceptíveis por todos
aqueles que se encontrem
sintonizados na onda em
que se expressam”.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 12,
pp. 113 a 115.)
B. Pode um médium
transmitir a palavra de
um Espírito ausente na
reunião?
Pode. Na reunião
descrita por André Luiz,
registrou-se um fato
assim com a médium
Celina que transmitiu a
palavra de um benfeitor
que, apesar de ausente,
sob o ponto de vista
espacial, entrou em
comunhão com a médium
através dos fluidos
teledinâmicos que o
ligavam à mente dela.
Segundo André, o
fenômeno lembrou o
mecanismo da radiofonia
e da televisão, pelo
qual uma pessoa pode
ouvir a mensagem de um
companheiro e vê-lo ao
mesmo tempo, desde que
ambos estejam em
perfeita sintonia,
através do mesmo
comprimento de onda.
(Obra citada, cap. 13,
pp. 117 e 118.)
C. No tocante à
mediunidade, o
pensamento é realmente
importante?
Evidentemente, e isso
foi lembrado nestas
palavras que compuseram
parte da mensagem
transmitida pela médium
Celina: "Meus amigos,
guardemos a paz que
Jesus nos legou, a fim
de que possamos servi-lo
em paz. Em matéria de
mediunidade, não nos
esqueçamos do
pensamento. Nossa alma
vive onde se lhe situa o
coração. Caminharemos,
ao influxo de nossas
próprias criações, seja
onde for”.
(Obra citada, cap. 13,
pp. 117 e 118.)
Texto para leitura
49. O problema da
concentração -
Depois de afirmar que as
percepções durante a
"vida de sonho", quando
os órgãos carnais se
encontram inativos,
são a maior prova de que
os sentidos na esfera
fisiológica pertencem
à alma, não ao corpo,
Aulus acrescentou:
"Somos receptores de
reduzida capacidade, à
frente das inumeráveis
formas de energia que
nos são desfechadas por
todos os domínios do
Universo, captando
apenas humilde fração
delas. Em suma, nossa
mente é um ponto
espiritual limitado, a
desenvolver-se em
conhecimento e amor, na
espiritualidade
infinita e gloriosa de
Deus". Nesse ponto,
Clementino (o
dirigente espiritual da
Casa) conclamou a
todos que centralizassem
mais atenção na prece,
adestrando-se para o
serviço do bem. Os
médiuns receberam esse
pedido de modos
diferentes. Celina
registrou as palavras
com precisão. Eugênia as
assimilou, em forma de
ordem intuitiva. Castro,
contudo, não as recolheu
nem de leve. Sutilmente
ligados à faixa fluídica
do mentor, os três
médiuns, cada qual a seu
modo, lhe acusavam a
presença. Celina
anotava-lhe os mínimos
movimentos, como um
discípulo diante do
professor. Eugênia lhe
assinalava a vizinhança
com menos facilidade,
como se o distinguisse
através dum lençol de
nebulosidade. Castro,
embora o visse com
perfeição, parecia
alheio à influência do
instrutor. Via-se que as
possibilidades de Celina
e Castro, na
clarividência e na
clariaudiência, eram
mais vastas que em
Eugênia. Por que Castro
se mantinha, então,
impermeável ao
instrutor? O Assistente
explicou que o mentor
não exercia ali uma
pressão mais forte; sua
influência era apenas
branda, evitando com
isso provocar viciosa
imanação, em desfavor
dos médiuns. Havia,
porém, outro motivo. A
mente de Castro passou,
de súbito, a alimentar
propósitos diferentes.
Incapaz de concentrar
sua atenção no trabalho
que seria levado a
efeito, estava
interessado em provocar
um reencontro com sua
mãe desencarnada.
Enxergava o mentor, como
quem vê as pessoas que
passam, mas sem
qualquer preocupação de
escutá-lo ou servi-lo.
"Basta a indiferença
mental para que nada
ouça do que mais
interessa agora ao
esforço coletivo da
reunião", explicou
Aulus. "É uma antena que
se insensibilizou, de
improviso, recusando
sintonizar-se com a onda
que a procura." (Cap.
12, págs. 111 e 112)
50. Clarividência
- Em dado momento, um
Espírito aproximou-se de
Celina e disse-lhe algo.
A médium, sem mudar a
postura, respondeu-lhe
em pensamento, numa
frase perfeitamente
audível para André e
seus companheiros:
"Encontrar-nos-emos mais
tarde". Era o esposo
desencarnado de Celina
que a viera visitar.
Mas, a médium, bem
disciplinada e
responsável, soube
renunciar ao conforto de
ouvi-lo, para colaborar
no êxito da reunião com
maior segurança. Cena
diferente passou-se ao
lado. Castro
desdobrou-se de novo e
caminhou, hesitante, ao
encontro de uma
entidade amiga que o
aguardava a pequena
distância. Era sua
genitora desencarnada.
Menos habituado à
disciplina edificante,
Castro julgava ter feito
o possível em favor dos
trabalhos programados e
punha-se na busca da
mãezinha, que já vinha
sendo beneficiada pelos
benfeitores espirituais
da Casa. Clementino
estendeu os braços e
colocou-se em prece.
Cintilações de safirino
esplendor revestiram-lhe
o busto, dando a
impressão de que o
benfeitor se convertera
num anjo sem asas. Em
momentos ligeiros,
verdadeiro jorro solar
desceu do Alto,
coroando-lhe a fronte e,
de suas mãos, passou a
irradiar-se prodigiosa
fonte de luz, que
alcançava a todos,
encarnados e
desencarnados,
prodigalizando-lhes a
sensação de
indescritível bem-estar.
O êxtase do mentor
impelia-os a respeitosa
mudez. Aqueles minutos
de vibração sem palavras
representavam precioso
manancial de energias
restauradoras para
quantos lhe abrissem as
portas do espírito. É o
que André conseguia
depreender pelo
revigoramento de suas
próprias forças. Em
seguida, Celina pediu
licença para notificar
que vira surgir no
recinto um ribeiro
cristalino, em cuja
corrente muitos enfermos
se banhavam. Eugênia, na
sequência, explicou que
contemplara um edifício
repleto de crianças,
entoando hinos de
louvor a Deus. André
estava surpreso, pois
nada vira ali que
pudesse recordar o que
fora descrito. A sala
era muito estreita para
comportar tais cenários.
Aulus acudiu,
esclarecendo: "Importa
não esquecer que ambas
se encontram reunidas na
faixa magnética de
Clementino, fixando as
imagens que a mente dele
lhes sugere. Viram-lhe
os pensamentos,
relacionados com a obra
de amparo aos doentes e
com a formação de uma
escola, que a
instituição pretende, em
breve, mobilizar no
socorro ao próximo". E
aduziu: "Ideias,
elaboradas com atenção,
geram formas, tocadas de
movimento, som e cor,
perfeitamente
perceptíveis por todos
aqueles que se encontrem
sintonizados na onda em
que se expressam. Não
podemos olvidar que há
fenômenos de
clarividência e
clariaudiência que
partem da observação
ativa dos instrumentos
mediúnicos,
identificando a
existência de pessoas,
paisagens e coisas
exteriores a eles
próprios, qual acontece
na percepção terrestre
vulgar, e existem
aqueles que decorrem da
sugestão que lhes é
trazida pelo pensamento
criador dos amigos
desencarnados ou
encarnados, estímulos
esses que a mente de
cada médium traduz,
segundo as
possibilidades de que
dispõe, favorecendo, por
isso mesmo, as mais
díspares
interpretações". (Cap.
12, págs. 113 a 115)
51. Telemensagem
- No final da reunião, o
silêncio se fez mais
profundo e respeitoso,
pois era aguardada a
mensagem terminal. O
ambiente se fizera mais
leve, mais agradável, e
sobre a cabeça de Dona
Celina apareceu
brilhante feixe de luz.
Desde esse instante,
André viu-a extática,
completamente desligada
do corpo físico, cercada
de azulíneas
irradiações. Aulus
informou: "Nossa irmã
Celina transmitirá a
palavra de um benfeitor
que, apesar de ausente
daqui, sob o ponto de
vista espacial, entrará
em comunhão conosco,
através dos fluidos
teledinâmicos que o
ligam à mente da
médium". O fenômeno
lembrou o mecanismo da
radiofonia e da
televisão. Um homem, de
cidade a cidade, pode
ouvir a mensagem de um
companheiro e vê-lo ao
mesmo tempo, desde que
ambos estejam em
perfeita sintonia,
através do mesmo
comprimento de onda.
Celina conhecia a
sublimidade das forças
que a envolviam e
entregava-se, confiante,
assimilando a corrente
mental que a solicitava.
Irradiaria a mensagem,
automaticamente,
informou Aulus, "qual
acontece na psicofonia
sonambúlica, porque o
amigo espiritual lhe
encontra as células
cerebrais e as energias
nervosas quais teclas
bem ajustadas de um
piano harmonioso e
dócil". O jacto de luz
safirina fez-se mais
abundante e preencheu
todo o recinto. O rosto
de Celina refletia uma
ventura misteriosa e
ignorada na Terra e seu
júbilo contagiara todos
os presentes. Foi então
que a voz diferenciada
de Celina ressoou, clara
e comovente, mais ou
menos nestes termos:
"Meus amigos, guardemos
a paz que Jesus nos
legou, a fim de que
possamos servi-lo em
paz. Em matéria de
mediunidade, não nos
esqueçamos do
pensamento. Nossa alma
vive onde se lhe situa o
coração. Caminharemos,
ao influxo de nossas
próprias criações, seja
onde for. A gravitação
no campo mental é tão
incisiva, quanto na
esfera da experiência
física". (Cap. 13, págs.
117 e 118) (Continua no próximo
número.)