FERNANDA LEITE BIÃO
fernandabiao9@hotmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais
(Brasil)
Gestações
conscienciais
O despertar da
consciência é
algo realmente
mágico e
instigante!
Aquele que
ainda não
despertou pode
achar
completamente
sem coerência o
sentimento de
espiritualidade,
mas basta
romper um
“pequeno lacre”
dentro de seu eu
e tudo se
transforma, como
um passe de
mágica.
(grifo nosso.)
Quem sou?
É a frequente
pergunta que
fazemos a nós
mesmos ou que
nos fazem, ainda
que no silêncio
dos olhares
reflexivos,
Espíritos,
encarnados ou
desencarnados,
que acompanham a
nossa caminhada.
A resposta pode
ter vários
sentidos. O
que sou pode ser
confundido com o
que faço,
que, por sua
vez, pode
refletir os
papéis sociais
desempenhados no
cotidiano e no
contexto
vivencial.
Entretanto,
somos convidados
a refletir o que
somos sem a
roupagem
atribuída por
títulos e
rótulos, a
encobrir as
possibilidades
de descoberta do
nosso
potencial divino,
cujo
florescimento
depende do
interesse e da
força de vontade
de nos
movimentarmos.
Somos seres
misteriosos. Em
nós paira sempre
um movimento
desconhecido. A
energia
pulsante,
sutil e leve,
gerada em nosso
íntimo diante
das vivências,
ganha proporções
grandiosas ou
não, a depender
da disposição e
da abertura à
compreensão de
tal fenômeno
interior.
Gerar tamanha
energia não é
uma tarefa
fácil. Os
sintomas
(angústia, medo,
insegurança)
caminham junto
com uma vontade
enorme de
entender os
acontecimentos.
Conhecer tais
mecanismos
presentes no
fenômeno da
reciclagem
íntima é uma
das tarefas
necessárias para
se conhecer a
matéria que
compõe a
organização
psíquica e os
comportamentos
que utilizamos
em nosso
cotidiano –
análise a partir
da qual podemos
colher, em
partes, como
peças de um
quebra-cabeça,
as respostas
para o
questionamento
sobre quem
somos.
A cada passo
evolutivo
alcançado, um
sentimento de
libertação
acresce à nossa
caminhada. Mais
fortalecidos,
contemplamos a
matéria-prima em
nós (nossa
essência divina)
se desenvolver.
As
experiências,
somadas à
vontade de
aprender e de se
melhorar,
possibilitam a
percepção das
primeiras
manifestações e
respostas à
nossa tarefa de
gestação
consciencial,
ao mudarmos a
maneira não
apenas como
lidamos com
nossos mistérios
d’alma, mas
também como
enxergamos o
universo íntimo
dos demais,
nossos irmãos e
irmãs de jornada
evolutiva. É o
eterno trabalho
do
despertamento
a que alude
Joanna de
Ângelis:
Despertar
significa
identificar
novos recursos
ao alcance,
descobrir
valores
expressivos que
estão
desperdiçados,
propor
significados
novos para a
vida e antes não
percebidos. O
despertamento
retira o véu da
ilusão e faculta
a percepção da
realidade não
fugidia,
aquela que
precede à forma
e permanece
depois da sua
disjunção.
Estar desperto é
encontrar-se
partícipe da
vida, tudo
realizando com
integral lucidez.
(grifo nosso.)
Em termos
práticos, a
observação de si
mesmo e dos
demais, das
nossas escolhas
cotidianas e da
percepção dos
nossos
pensamentos,
sentimentos e
emoções oferece
contribuição
significativa
para
compreendermos a
realidade íntima
e exterior (conscientização)
e semearmos
novos olhares
sobre as
paisagens do
mundo que reside
em nós e nos
circunda (despertamento).
Apesar da
correria da vida
humana,
aprendamos,
pois, a reservar
um tempo para a
análise do nosso
dia. Comecemos
observando as
nossas respostas
às demandas dos
que nos
acompanham
(amigos,
familiares,
companheiros de
ideal, colegas
de trabalho) os
comportamentos
diante dos
desafios
(problemas e
dores do
caminho) e a
temperatura das
energias (grau
de amor, raiva,
mágoa, alegria)
sinalizadores de
nosso estado
de espírito.
Em nós existe
sempre um
aparelhinho
(coração) que
apresenta, de
forma autêntica,
o quanto estamos
sintonizados com
o Criador, as
leis que regem o
universo e o
nosso projeto
reencarnatório.
Toda
tarefa exige de
nós um mínimo de
esforço e
coragem.
Conhecer o que
somos é a
necessária
aquisição para a
nossa evolução.
Mãos à obra!
[1]
PARANHOS,
Roger
Bottini.
Universalismo
crístico:
o futuro das
religiões:
obra
orientada
pelo
Espírito
Hermes.
Limeira:
Editora do
Conhecimento,
2007, p.
132.
[2]
FRANCO,
Divaldo
Pereira.
O ser
consciente:
ditado pelo
Espírito de
Joanna de
Ângelis. 14.
ed.Salvador:
LEAL, 2002,
p. 163.