Uma leitora enviou-nos três
perguntas relacionadas com o
tema aborto, as quais serão
aqui tratadas nesta e nas
duas próximas edições desta
revista.
A Doutrina Espírita, assim
como a Igreja de Roma, é
radicalmente contra a
prática do aborto, que só
deve ser admitida numa
hipótese extrema, em que a
vida da gestante corra
perigo com a continuidade da
gravidez. Fora desse caso, o
aborto não tem sentido e
constitui um crime que
muitos aborrecimentos e
muitas dores trará aos que
dele participarem.
Quem realiza o aborto, a não
ser no caso mencionado, em
que existe um motivo de
ordem médica realmente
relevante, está em verdade
tirando a um ser humano a
possibilidade de progredir,
porque esse é o objetivo
principal do processo
reencarnatório.
A vida de um ser humano,
ensina o Espiritismo,
inicia-se com a concepção,
ideia também defendida pela
Igreja.
Desde o momento em que
espermatozoide e o óvulo se
fundem, um Espírito se liga
à célula inicial que, em se
desenvolvendo, constituirá o
veículo de manifestação e de
progresso do reencarnante.
Como a reencarnação é um dos
instrumentos de progresso
dos seres humanos, o
Espírito que se prepara para
uma nova etapa no mundo é,
com toda a certeza, alguém
ligado aos futuros pais,
quem sabe um grande amigo a
quem os genitores devem
favores imensos. O
abortamento pode ser,
portanto, uma porta que
fechamos a nossos melhores
amigos.
É por isso que o Espiritismo
nos assegura que a prática
abortiva constitui um
equívoco lamentável que não
tem a capacidade de resolver
problema algum, mas, ao
contrário, só produz
sofrimento, remorso e
lamentações onde ela se
realize, porque, além de
tudo de negativo que
representa, é um atestado de
falta de fé naquele que nos
deu a vida.
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