MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
20)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que lição pode-se extrair do caso Libório?
Primeiro é preciso
lembrar que o Espírito
de Libório e sua esposa,
ainda encarnada,
continuavam sintonizados
na mesma onda mental.
Ele a vampirizava e ela,
por seu pensamento, o
atormentava. Segundo
Aulus, era um caso de
perseguição recíproca e
há, na Terra, muitos
médiuns assim. Aliviados
dos vexames que recebem
por parte de entidades
inferiores, depressa
reclamam-lhes a
presença, religando-se a
elas automaticamente,
embora o propósito dos
amigos espirituais de
libertá-los. Enquanto
não se modificam suas
disposições espirituais,
favorecendo a criação de
novos pensamentos, jazem
no regime da escravidão
mútua, em que obsessores
e obsidiados se nutrem
das emanações uns dos
outros.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 14,
pp. 132 e 133.)
B. Se a esposa de Libório procurou, momentos antes, ajuda no
Centro Espírita, como
explicar a presença dela
junto ao esposo
atormentado?
Aulus explicou que a
mulher julgava querer
socorro espiritual, mas
no íntimo alimentava-se
com os fluidos
enfermiços do
companheiro desencarnado
e a ele se apegava,
instintivamente.
Milhares de pessoas são
assim. Registram doenças
de variados matizes e
com elas se adaptam para
mais segura acomodação
com o menor esforço.
Dizem-se prejudicadas e
inquietas, todavia,
quando se lhes subtrai a
moléstia de que se fazem
portadoras, sentem-se
vazias e padecentes,
provocando sintomas e
impressões com que
evocam as enfermidades
a se exprimirem, de
novo, em diferentes
manifestações. Segundo
Aulus, tal fato acontece
na maioria dos casos de
obsessão, e é por esse
motivo que, em muitas
ocasiões, as dores
maiores são chamadas a
funcionar sobre as
dores menores, com o
objetivo de acordar as
almas viciadas nesse
gênero de trocas
inferiores.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 14,
pp. 133 a 135.)
C. Por que há Espíritos que, embora desencarnados, ainda
buscam o álcool e o
cigarro?
Aulus diz que muitos irmãos já desvencilhados do
vaso carnal se apegam
com tamanho desvario às
sensações da experiência
física que se cosem aos
amigos encarnados
temporariamente
desequilibrados nos
costumes desagradáveis
por que se deixam
influenciar. O que a
vida começou – diz Aulus
– a morte continua. Tais
Espíritos situaram a
mente nos apetites mais
baixos do mundo,
alimentando-se com um
tipo de emoções que os
localiza na vizinhança
da animalidade. Não
obstante haverem
frequentado santuários
religiosos, não se
preocuparam em atender
aos princípios da fé que
abraçaram, acreditando
que a existência devia
ser para eles o culto de
satisfações menos
dignas, com a exaltação
dos mais astuciosos e
dos mais fortes. O
chamamento da morte
encontrou-os na esfera
de impressões delituosas
e escuras e, como é da
Lei que cada alma receba
da vida de conformidade
com aquilo que dá, não
encontram interesse
senão nos lugares onde
podem nutrir as ilusões
que lhes são peculiares,
porquanto, na posição em
que se veem, temem a
verdade e abominam-na,
procedendo como a coruja
que foge à luz.
(Obra citada, cap.
15, pp. 137 a 139.)
Texto para leitura
58. Obsessão recíproca - O irmão Justino,
diretor da instituição,
recebeu o grupo,
pedindo escusas por não
lhe ser possível
acompanhar os amigos no
serviço. A razão era
simples: a casa jazia
repleta de psicopatas
desencarnados e não
poderia, dessa forma,
deter-se naquele
momento. A desarmonia
era efetivamente tão
grande no hospital, que
André ficou espantado.
Como promover reajuste
num meio atormentado
como aquele? Aulus
explicou: "Importa
reconhecer que este
pouso é um refúgio para
desesperados. Segundo a
reação que apresentam,
são conduzidos, de
pronto, a
estabelecimentos de
recuperação positiva ou
regressam às linhas de
aflição de que procedem.
Aqui apenas atravessam
pequeno estágio de
recuperação". Num leito
simples, Libório, de
olhar esgazeado,
mostrou-se indiferente à
presença do grupo.
Exibia o semblante dos
loucos, quando
transfigurados por
ocultas flagelações.
Examinando-o, Aulus
informou: "O pensamento
da irmã encarnada que o
nosso amigo vampiriza
está presente nele,
atormentando-o. Acham-se
ambos sintonizados na
mesma onda. É um caso de
perseguição recíproca.
Os benefícios recolhidos
no grupo estão agora
eclipsados pelas
sugestões arremessadas
de longe". André
observou que há muitos
médiuns assim na Terra.
Aliviados dos vexames
que recebem por parte de
entidades inferiores,
depressa reclamam-lhes a
presença, religando-se a
elas automaticamente,
embora o propósito dos
amigos espirituais de
libertá-los. Enquanto
não se modificam suas
disposições espirituais,
favorecendo a criação de
novos pensamentos, jazem
no regime da escravidão
mútua, em que obsessores
e obsidiados se nutrem
das emanações uns dos
outros. Libório estava
mais angustiado e mais
pálido; parecia que uma
tempestade interior,
pavorosa e incoercível,
o empolgava. De fato. Em
instantes, sua esposa,
desligada do corpo denso
em momento do sono,
apareceu no recinto,
reclamando, feroz:
"Libório! Libório! por
que te ausentaste? Não
me abandones!
Regressemos para nossa
casa! Atende,
atende!..." (Cap. 14,
págs. 132 e 133)
59. O ciúme acaba ajudando Libório -
Hilário, deveras
surpreso, reconheceu
naquela mulher a mesma
pessoa que, momentos
antes, rogara socorro à
instituição que
frequentava... "Isso é o
que ela julga querer –
explicou Aulus –,
entretanto, no íntimo,
alimenta-se com os
fluidos enfermiços do
companheiro desencarnado
e apega-se a ele,
instintivamente."
"Milhares de pessoas são
assim. Registram doenças
de variados matizes e
com elas se adaptam para
mais segura acomodação
com o menor esforço.
Dizem-se prejudicadas e
inquietas, todavia,
quando se lhes subtrai a
moléstia de que se fazem
portadoras, sentem-se
vazias e padecentes,
provocando sintomas e
impressões com que
evocam as enfermidades
a se exprimirem, de
novo, em diferentes
manifestações,
auxiliando-as a
cultivar a posição de
vítimas, na qual se
comprazem." O Assistente
disse que tal fato
acontece na maioria dos
casos de obsessão, e é
por esse motivo que, em
muitas ocasiões, as
dores maiores são
chamadas a funcionar
sobre as dores menores,
com o objetivo de
acordar as almas
viciadas nesse gênero
de trocas inferiores.
Nesse ponto, a esposa
conseguira abeirar-se
mais intimamente de
Libório, que passou a
demonstrar visível
satisfação, sorrindo à
maneira de uma criança
contente. Vendo, porém,
Celina, a infeliz
bradou, colérica: "Quem
é esta mulher? dize!
dize!..." Celina avançou
para ela com
simplicidade e
implorou: "Minha irmã,
acalme-se! Libório está
fatigado, enfermo!
Ajudemo-lo a
repousar!..." A
interlocutora não
suportou o olhar doce e
benigno da notável
médium e, longe de
reconhecer Celina,
tomada por forte ciúme,
gritou para o enfermo
palavras amargas,
abandonando o recinto,
em desabalada carreira.
Libório ficou
contrariado com o fato,
mas Aulus aplicou-lhe
passes, restituindo-lhe
a calma. Em seguida, o
Assistente enalteceu a
grandeza da Bondade
Divina, que aproveita
até os nossos
sentimentos menos
dignos em nossa própria
defesa. O ciúme e o
despeito da esposa
encarnada, ao ver Celina
junto do esposo,
dar-lhe-iam tréguas
valiosas, de vez que o
grupo teria algum tempo
para auxiliá-lo nas
reflexões necessárias.
Hilário se disse
surpreso com ver o
serviço incessante por
toda a parte, seja na
vigília e no sono, na
vida e na morte... Aulus
respondeu-lhe, sorrindo:
"Sim, a inércia é
simplesmente ilusão e a
preguiça é fuga que a
Lei pune com as aflições
da retaguarda". (Cap.
14, págs. 133 a 135)
60. Viciações
- Numa determinada
noite, Hilário, André e
Aulus, no momento em
que se dirigiam a outro
templo espírita, ouviram
enorme gritaria. Dois
guardas arrastavam, de
um restaurante, um homem
maduro em deploráveis
condições de embriaguez.
O mísero, que
esperneava e proferia
palavras rudes,
achava-se abraçado por
uma entidade da sombra,
qual se um polvo
estranho o absorvesse.
Num átimo, a bebedeira
alcançou os dois,
porquanto eles se
justapunham
completamente um ao
outro, exibindo as
mesmas perturbações. O
Assistente convidou seus
pupilos a entrar no
restaurante, onde havia
muita gente. Lá dentro,
o objetivo do grupo era
recolher material
adequado a expressivas
lições. As emanações do
ambiente produziram
indefinível mal-estar em
André e seus amigos.
Junto de fumantes e
bebedores inveterados
criaturas desencarnadas
de triste feição se
demoravam expectantes.
Algumas sorviam as
baforadas de fumo
arremessadas ao ar,
ainda aquecidas pelo
calor dos pulmões que as
expulsavam, encontrando
nisso alegria e
alimento. Outras
aspiravam o hálito de
alcoólatras
impenitentes. Indicando
essas entidades, Aulus
informou que muitos
irmãos já desvencilhados
do vaso carnal se apegam
com tamanho desvario às
sensações da experiência
física, que se cosem
aos amigos encarnados
temporariamente
desequilibrados nos
costumes desagradáveis
por que se deixam
influenciar. Hilário
estranhou por que
Espíritos mergulham em
prazeres dessa espécie.
"Hilário – asseverou o
Assistente –, o que a
vida começou, a morte
continua... Esses nossos
companheiros situaram a
mente nos apetites mais
baixos do mundo,
alimentando-se com um
tipo de emoções que os
localiza na vizinhança
da animalidade. Não
obstante haverem
frequentado santuários
religiosos, não se
preocuparam em atender
aos princípios da fé que
abraçaram, acreditando
que a existência devia
ser para eles o culto de
satisfações menos
dignas, com a exaltação
dos mais astuciosos e
dos mais fortes. O
chamamento da morte
encontrou-os na esfera
de impressões
delituosas e escuras e,
como é da Lei que cada
alma receba da vida de
conformidade com aquilo
que dá, não encontram
interesse senão nos
lugares onde podem
nutrir as ilusões que
lhes são peculiares,
porquanto, na posição
em que se veem, temem a
verdade e abominam-na,
procedendo como a
coruja que foge à luz".
(Cap. 15, págs. 137 a
139)
(Continua no próximo
número.)