ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil)
|
Fenômenos de Transporte
Ernesto Bozzano
(Parte
8)
Continuamos a apresentar
o
estudo do clássico
Fenômenos de Transporte,
de Ernesto Bozzano, com base
na tradução de
Francisco Klörs Werneck,
publicada pelas
Edições FEESP, 4a
edição, março de 1995.
Questões preliminares
A. Que devemos entender
por trama astral?
Trama astral, “duplo
etéreo”, “corpo etéreo”,
“corpo fluídico” ou
“perispírito” são,
segundo Bozzano,
denominações de uma
mesma coisa. As
investigações
metapsíquicas mostraram,
segundo ele, que a
intuição de Claude
Bernard, quando falou de
uma “ideia diretriz”
posta a serviço da
organização dos seres
vivos, tem fundamento,
pois tudo concorre para
demonstrar a existência
de uma “ideia diretriz”
na organização da vida,
a qual se apresenta com
a formação de um “duplo
etéreo” que precede o
“corpo carnal”,
evoluciona
gradativamente com ele e
está sempre em
precedência a ele,
porquanto lhe constitui
a “trama” sobre a qual
deverão convergir e
concretizar-se todos os
elementos da matéria
organizada.
(Fenômenos de
Transporte, pp. 96 e
97.)
B. Pode o pensamento
criar uma forma
psíquica?
De acordo com o
professor Frederick
Bligh Bond, sim. Em
artigo publicado na
revista “Psychic
Research”, órgão da
Sociedade Americana de
Pesquisas Psíquicas,
disse ele que parece
estar demonstrado que o
pensamento, em certas
contingências, pode
criar uma forma
psíquica, visto que
determinada substância
plástica, não material,
pode assumir a forma que
se desejar. O mistério
do nascimento se nos
apresenta, desse modo,
como devido a um
aglomerado de átomos
físicos em torno de um
núcleo etérico
preexistente, que seria
o centro dinâmico do
ser. Na criação das
formas, a imagem
mental precederia a
imagem psíquica ou
etérica, e esta última
precederia a
consolidação física da
mesma imagem.
(Obra citada, pp. 101 e
102.)
C. Que se deve entender
por ectoplasmia?
Segundo o Dr. Gustave
Geley, a ectoplasmia
nada mais é do que a
reprodução,
prodigiosamente
acelerada, da gênese dos
órgãos e organismos. “A
evolução metapsíquica
das formas vivas
comporta assim os mesmos
ensinos que a evolução
normal do embrião”,
aduziu o conhecido
cientista.
(Obra citada, p. 102.)
Texto para leitura
81. O Caso XXIX
foi tirado do livro do
Sr. Clive Chapman,
intitulado “The Blue
Room”, em que ele
narra suas próprias
experiências de voz
direta, sendo médium sua
sobrinha Srta. Pearl
Judd. Depois de várias
manifestações físicas de
todas as espécies, entre
as quais se incluem
fenômenos de apport
e asport, o
Sr. Chapman citou um
curioso fenômeno em que
uma nota de dez xelins,
dobrada várias vezes até
formar um quadradinho,
havia desaparecido, para
mais tarde reaparecer,
tendo sido acompanhado
por ele e pelos
presentes o fenômeno da
condensação e
solidificação da cédula.
(PP. 91 e 92)
82. O Caso XXX
foi colhido por Bozzano
num relato enviado, no
ano de 1921, à revista
francesa “Psychica”
pelo Sr. A. Collas, que
ali descreve fenômenos
ocorridos com Maria
Louise, uma jovem
médium, filha de
operários. Das mãos da
médium viu-se que saía
uma nebulosidade
opalescente, depois um
delicado véu de
fumosidade esbranquiçada
e trêmula, seguido de
filamentos tênues como
de teias de aranha. Logo
depois, havia em sua mão
um pedaço de pano, de
cerca de meio metro
quadrado, de cor
amarela, semelhante à
seda. Em seguida, a
médium caiu ao chão,
como se houvesse
falecido, e seu corpo
ficou mergulhado em
flores que caíam em
abundância, exalando
delicioso perfume. (PP.
93 e 94)
83. Dir-se-ia que a
matéria gerada
condensou-se através de
“linhas de força”, que
um ocultista definiria
como a trama astral do
tecido produzido. A esta
explicação do relator do
fenômeno, Bozzano
acrescenta seu parecer
de que forças plásticas
e organizadoras estão
presentes no
desenvolvimento e na
organização dos seres
vivos, animais e
vegetais, que parecem
dar-se por efeito de uma
trama fluídica
preexistente sobre a
qual viriam fixar-se as
moléculas orgânicas
fornecidas pelo sangue,
nos seres vivos, e pela
linfa, nos vegetais.
Segundo Bozzano, tudo
indica que nos fenômenos
de “transporte” se
assiste à exteriorização
do mesmo princípio,
visto que, neste caso
especial, a precipitação
molecular se verificava
tanto de forma rápida
como de forma lenta e
contínua. (PP. 94 e 95)
84. Em reforço ulterior
da tese propugnada,
Bozzano lembra uma frase
do Dr. Schwab no relato
da experiência realizada
por ele com a Sra. Marie
Volhart: “Algumas vezes
a médium declarava ter
sentido sobre a sua
cabeça uma pedra ou uma
ferradura. Se se
colocava, naquele
momento, a mão sobre a
cabeça dela, nada se
sentia, mas a
fotografia revelava,
entretanto, a presença
do objeto designado...”
(PP. 95 e 96)
85. Bozzano conclui,
então, que a imagem que
ficou impressa na chapa
fotográfica era a da
trama astral do objeto
transportado, ou seja,
da forma arquétipo do
mesmo objeto. Quanto ao
nome desta
“substância-forma”,
fundamento de tudo o que
existe e de todo ser
vivo, não é o caso para
sutilezas: chama-se
“trama astral”, “duplo
etéreo”, “corpo etéreo”,
“corpo fluídico” ou
“perispírito”. As
investigações
metapsíquicas mostram,
assim, que a intuição de
Claude Bernard, quando
falou de uma “Ideia
diretriz” posta a
serviço da organização
dos seres vivos, tem
fundamento, pois tudo
concorre para demonstrar
a existência de uma
“Ideia diretriz” na
organização da Vida, a
qual se apresenta com a
formação de um “duplo
etéreo” que precede o
“corpo carnal”,
evoluciona
gradativamente com ele e
está sempre em
precedência a ele,
porquanto lhe constitui
a “trama” sobre a qual
deverão convergir e
concretizar-se todos os
elementos da matéria
organizada. (PP. 96 e
97)
86. O Dr. Gustave Geley,
lembra-nos Bozzano,
também se referia à
existência de um
dinamismo superior ao
organismo e que o
condiciona. (P. 97)
87. Em sua monografia
“Pensamento e Vontade”,
Bozzano apresentara a
mesma questão, afirmando
que a “Ideia diretriz”
exterioriza-se em uma
forma fluídica que
precede à criação
somática. O cel. Albert
de Rochas menciona em
sua obra “As Vidas
Sucessivas” uma
observação feita pelo
Dr. Maxwell, que diz ter
conhecido uma sensitiva
dotada de vidência que
via em torno de um bebê
uma “sombra luminosa”,
com traços mais
desenvolvidos e um tanto
maiores do que a
criança. A sombra, na
ocasião do nascimento do
menino, era menos
aderente e parecia
integrar-se ao seu
corpinho gradativamente.
Estando a criança com 14
meses, a “forma
fluídica” a ele aderia,
então, em cerca de dois
terços. (PP. 98 e 99)
88. Reportando-se aos
fenômenos mediúnicos de
ordem física, o Dr.
Carmelo Samona, em seu
livro “Psiche
Misteriosa”, afirma
que esses fenômenos
demonstram a existência
em nosso organismo de
uma energia até então
completamente ignorada e
que, quando projetada
fora do organismo,
pode-se considerar como
um arquétipo
potencial invisível de
nosso organismo visível.
(P. 101)
89. O professor
Frederick Bligh Bond,
arqueólogo que se tornou
célebre por haver
exumado, auxiliado por
revelações mediúnicas,
as ruínas de duas
grandiosas capelas que
haviam desaparecido,
também se refere ao
ectoplasma, afirmando,
em artigo publicado na
revista “Psychic
Research”, órgão da
Sociedade Americana de
Pesquisas Psíquicas, que
parece estar demonstrado
que o Pensamento, em
certas contingências,
pode criar uma forma
psíquica, visto que
determinada substância
plástica, não material,
pode assumir a forma que
se desejar. O mistério
do nascimento se nos
apresenta, desse modo,
como devido a um
aglomerado de átomos
físicos em torno de um
núcleo etérico
preexistente, que seria
o centro dinâmico do
ser. Na criação das
formas, a imagem
mental precederia a
imagem psíquica ou
etérica, e esta última
precederia a
consolidação física da
mesma imagem. (PP.
101 e 102)
90. Comparando a gênese
dos órgãos e organismos,
tal como se dá nos
fenômenos de
“ectoplasmia”, com a
gênese dos órgãos e
organismos, tal como se
dá na ontogênese do
embrião, o Dr. Gustave
Geley argumenta nestes
termos: “Do ponto de
vista da filosofia
biológica, que é, no
fundo, a ectoplasmia?
Nada mais é do que a
reprodução,
prodigiosamente
acelerada, da gênese dos
órgãos e organismos. A
evolução metapsíquica
das formas vivas
comporta assim os mesmos
ensinos que a evolução
normal do embrião”. (P.
102)
91. Com fundamento na
tese de que em todo o
ser vivo existe uma
forma arquétipo fluídica,
reguladora de todas as
condensações atômicas,
condicionadas por uma
Vontade primordial
infinita, Bozzano
conclui então que, em
última análise, os
fenômenos de “fotografia
do pensamento”,
“ectoplasmia”,
“materializações de
fantasmas viventes” e
“transportes” em
ambientes hermeticamente
fechados também são
condicionados por um ato
de vontade,
subconsciente, que tanto
pode ser obra de um vivo
como de um morto. (PP.
102 e 103)
(Continua
no próximo número.)