MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
21)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como os Espíritos
viciados no fumo e no
álcool se transformarão?
Aulus explicou: "Chegará
o dia em que a própria
Natureza lhes esvaziará
o cálice. Há mil
processos de reajuste,
no Universo Infinito em
que se cumprem os
Desígnios do Senhor,
chamem-se eles aflição,
desencanto, cansaço,
tédio, sofrimento,
cárcere..." André Luiz
ponderou, no entanto,
que tudo estava a
indicar que tais
Espíritos infortunados
não se enfastiariam tão
cedo da loucura em que
se compraziam. Aulus
aduziu: "Concordo
plenamente, todavia,
quando não se fatiguem,
a Lei poderá conduzi-los
a prisão regeneradora".
"Há dolorosas
reencarnações que
significam tremenda luta
expiatória para as almas
necrosadas no vício.
Temos, por exemplo, o
mongolismo, a
hidrocefalia, a
paralisia, a cegueira, a
epilepsia secundária, o
idiotismo, o aleijão de
nascença e muitos outros
recursos, angustiosos
embora, mas necessários,
e que podem funcionar,
em benefício da mente
desequilibrada, desde o
berço, em plena fase
infantil. Na maioria das
vezes, semelhantes
processos de cura
prodigalizam bons
resultados pelas
provações obrigatórias
que oferecem."
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 15,
pp. 139 a 141.)
B. Ser médium significa
que a pessoa esteja
agraciada por
privilégios ou
conquistas realizadas?
Não. A explicação veio
de Aulus, que asseverou
que, sem qualquer
dúvida, recursos
psíquicos, nesse ou
naquele grau de
desenvolvimento, são
peculiares a todos,
tanto quanto o poder de
locomoção ou a faculdade
de respirar. Constituem
forças que o Espírito
encarnado ou
desencarnado pode
empregar no bem ou no
mal de si mesmo. E
completou: "Ser médium
não quer dizer que a
alma esteja agraciada
por privilégios ou
conquistas feitas.
Muitas vezes, é possível
encontrar pessoas
altamente favorecidas
com o dom da
mediunidade, mas
dominadas, subjugadas
por entidades sombrias
ou delinquentes, com as
quais se afinam de modo
perfeito, servindo ao
escândalo e à
perturbação, em vez de
cooperarem na extensão
do bem".
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 15,
pp. 139 a 141.)
C. Pode alguém
envolver-se em fenômenos
de intercâmbio com os
Espíritos sem perceber?
Pode. Ao confirmar essa
possibilidade,
Aulus disse que
faculdades mediúnicas e
cooperação do mundo
espiritual surgem por
toda parte. "Onde há
pensamento, há correntes
mentais e onde há
correntes mentais existe
associação", asseverou o
instrutor. "Daí
concluímos quanto à
necessidade de vida
nobre, a fim de
atrairmos pensamentos
que nos enobreçam.
Trabalho digno, bondade,
compreensão fraterna,
serviço aos semelhantes,
respeito à Natureza e
oração constituem os
meios mais puros de
assimilar os princípios
superiores da vida,
porque damos e
recebemos, em espírito,
no plano das ideias,
segundo leis universais
que não conseguiremos
iludir."
(Obra citada, cap.
15, pp. 142 a 144.)
Texto para leitura
61. Processos de cura
- Como essas entidades
se transformarão? A essa
pergunta, Aulus
respondeu, convicto:
"Chegará o dia em que a
própria Natureza lhes
esvaziará o cálice. Há
mil processos de
reajuste, no Universo
Infinito em que se
cumprem os Desígnios do
Senhor, chamem-se eles
aflição, desencanto,
cansaço, tédio,
sofrimento, cárcere..."
André ponderou, no
entanto, que tudo estava
a indicar que tais
Espíritos infortunados
não se enfastiariam tão
cedo da loucura em que
se comprazem...
"Concordo plenamente –
redarguiu o instrutor –,
todavia, quando não se
fatiguem, a Lei poderá
conduzi-los a prisão
regeneradora." E, ante
a curiosidade de seus
amigos, ele explicou:
"Há dolorosas
reencarnações que
significam tremenda luta
expiatória para as
almas necrosadas no
vício. Temos, por
exemplo, o mongolismo, a
hidrocefalia, a
paralisia, a cegueira,
a epilepsia secundária,
o idiotismo, o aleijão
de nascença e muitos
outros recursos,
angustiosos embora, mas
necessários, e que
podem funcionar, em
benefício da mente
desequilibrada, desde o
berço, em plena fase
infantil. Na maioria das
vezes, semelhantes
processos de cura
prodigalizam bons
resultados pelas
provações obrigatórias
que oferecem..." E se
nossos irmãos encarnados
resolvessem
reconsiderar o próprio
caminho?
Aulus esclareceu que
isso seria ganhar tempo,
recuperando a si mesmos
e amparando com
segurança os
acompanhantes
desencarnados... "Usando
a alavanca da vontade,
atingimos a realização
de verdadeiros
milagres... Entretanto,
para isso, precisariam
despender esforço
heroico", afirmou o
Assistente.
Aludindo aos beberrões,
cujas taças eram
partilhadas pelos
sócios invisíveis,
Hilário recordou a
reunião mediúnica da
véspera e observou:
"Aqui, vemos entidades
viciosas valendo-se de
pessoas que com elas se
afinam numa perfeita
comunhão de forças
inferiores... Aqui,
tanto quanto lá, seria
lícito ver a mediunidade
em ação?" O instrutor
confirmou: "Sem qualquer
dúvida; recursos
psíquicos, nesse ou
naquele grau de
desenvolvimento, são
peculiares a todos,
tanto quanto o poder de
locomoção ou a faculdade
de respirar,
constituindo forças que
o Espírito encarnado
ou desencarnado pode
empregar no bem ou no
mal de si mesmo". "Ser
médium não quer dizer
que a alma esteja
agraciada por
privilégios ou
conquistas feitas.
Muitas vezes, é possível
encontrar pessoas
altamente favorecidas
com o dom da
mediunidade, mas
dominadas, subjugadas
por entidades sombrias
ou delinquentes, com as
quais se afinam de modo
perfeito, servindo ao
escândalo e à
perturbação, em vez de
cooperarem na extensão
do bem." (Cap. 15, págs.
139 a 141)
62. O psicógrafo
infeliz - Aulus
revelou, assim, que não
basta a mediunidade
para a concretização dos
serviços que nos
competem. "Precisamos da
Doutrina do Espiritismo,
do Cristianismo Puro –
asseverou ele –, a fim
de controlar a energia
medianímica, de maneira
a mobilizá-la em favor
da sublimação espiritual
na fé religiosa, tanto
quanto disciplinamos a
eletricidade, a
benefício do conforto na
Civilização." O grupo
dirigiu-se depois a um
aposento situado nos
fundos do restaurante.
Em mesa lautamente
provida com fino
conhaque, um rapaz,
fumando com volúpia e
sob o domínio de uma
entidade digna de
compaixão pelo aspecto
repelente em que se
mostrava, escrevia,
escrevia, escrevia... O
cérebro do moço
embebia-se em substância
escura e pastosa que
escorria das mãos do
triste companheiro que o
enlaçava. Via-se-lhes a
absoluta associação na
autoria dos caracteres
escritos. Tratava-se de
hábil médium psicógrafo,
que, todavia, não
trabalhava em nenhum
agrupamento espírita.
Era um moço de
inteligência vivaz, mas
sem maior experiência da
vida e manejado por
entidades perturbadoras.
Com as células do
pensamento integralmente
controladas pelo infeliz
Espírito,
imantava-se-lhe à
imaginação e assimilava
suas ideias, atendendo
aos seus propósitos
escusos, através dos
princípios da indução
magnética, uma vez que o
rapaz, desejando
produzir páginas
escabrosas, encontrou
quem lhe fortalecesse a
mente e o ajudasse nesse
mister. O Assistente
explicou: "Entre as
excitações do álcool e
do fumo que saboreiam
juntos, pretendem
provocar uma reportagem
perniciosa, envolvendo
uma família em duras
aflições. Houve um
homicídio, a cuja margem
aparece a influência de
certa jovem, aliada às
múltiplas causas em que
se formou o deplorável
acontecimento. O rapaz
que observamos, amigo de
operoso lidador da
imprensa, é de si mesmo
dado à malícia e, com a
antena mental ligada
para os ângulos mais
desagradáveis do
problema, ao atender um
pedido de colaboração do
cronista que lhe é
companheiro, encontrou,
no caso de que hoje se
encarrega, o concurso de
ferrenho e viciado
perseguidor da menina em
foco, interessado em
exagerar-lhe a
participação na
ocorrência, com o fim de
martelar-lhe a mente
apreensiva e arrojá-la
aos abusos da
mocidade..." (Cap. 15,
págs. 141 e 142)
63. Importância da
vida nobre - Como
Hilário não
compreendesse bem a
questão, Aulus
informou: "O jornalista,
de posse do comentário
calunioso, será o
veículo de informações
tendenciosas ao
público". Com isso, a
moça se veria exposta às
mais desapiedadas
apreciações,
perturbando-se. Esse
era o objetivo da
entidade desencarnada,
com vistas a deprimir a
vida moral dela e,
assim, amolecer-lhe o
caráter, trazendo-a ao
charco em que ele
próprio se encontrava.
Asseverando que a moça
visada poderia vencer
tais dificuldades, se
assim quisesse, pois a
Lei não nos confia
problemas superiores à
nossa capacidade, Aulus
informou que a jovem e o
perseguidor invisível
estavam unidos um ao
outro, desde muito
tempo...
André observou que
aquele caso mostrava que
os homens envolvem-se em
fenômenos de intercâmbio
com os Espíritos, sem
perceber. Aulus
confirmou essa
impressão, dizendo que
faculdades mediúnicas e
cooperação do mundo
espiritual surgem por
toda parte. "Onde há
pensamento, há
correntes mentais e onde
há correntes mentais
existe associação",
asseverou o instrutor.
"Daí concluímos quanto à
necessidade de vida
nobre, a fim de
atrairmos pensamentos
que nos enobreçam.
Trabalho digno,
bondade, compreensão
fraterna, serviço aos
semelhantes, respeito à
Natureza e oração
constituem os meios mais
puros de assimilar os
princípios superiores da
vida, porque damos e
recebemos, em espírito,
no plano das ideias,
segundo leis universais
que não conseguiremos
iludir." (Cap. 15, págs.
142 a 144)
(Continua no próximo
número.)