FERNANDA LEITE BIÃO
fernandabiao9@hotmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais
(Brasil)
Perseverança
Não pretendo
dizer que já
alcancei (esta
meta) e que
cheguei à
perfeição. Não.
Mas eu me
empenho em
conquistá-la,
uma vez que
também eu fui
conquistado por
Jesus Cristo.
Consciente de
não tê-la ainda
conquistado, só
procuro isto:
prescindindo do
passado e
atirando-me ao
que resta para a
frente, persigo
o alvo, rumo ao
prêmio celeste,
ao qual Deus nos
chama, em Jesus
Cristo. Nós,
mais
aperfeiçoados
que somos,
ponhamos nisto o
nosso afeto; e
se tendes outro
sentir, sobre
isto Deus vos há
de esclarecer.
Contudo, seja
qual o grau a
que chegamos, o
que importa é
prosseguir
decididamente.
― Paulo de Tarso
(Epístola
aos Filipenses,
2.12-16).
Reencarnar é
como ser lançado
ao mundo com um
mochilão nas
costas cheio de
apetrechos
(nossa
bagagem
existencial),
porém sem mapa
nem bússola
(reencarnamos
desprovidos da
lembrança exata
dos
compromissos
assumidos com a
espiritualidade
e dos
desafios
desta
encarnação).
Temos de
utilizar os
apetrechos
(virtudes,
aptidões e
potencialidades)
da melhor
maneira
possível, mas
nem sempre
conseguimos.
Mesmo assim, é
preciso
perseverar, a
fim de abrir
possibilidades
para o devir
– virtude
necessária para
o aprendizado de
novos e
constantes
repertórios
comportamentais.
Na senda
evolutiva, as
virtudes
bailam em
comunhão com os
vícios
presentes na
condição humana.
Entretanto,
somos convidados
constantemente à
tarefa do
melhoramento
íntimo e de
construir e
aperfeiçoar o
projeto de vida,
conhecendo a
realidade por
meio das
necessidades
e
possibilidades
presentes em
nossa jornada,
desafiando os
sedutores
convites dos
caminhos fáceis,
que podem nos
levar a um
destino ilusório
– a porta
larga.
O
desenvolvimento
da perseverança
nos faculta
habilidades,
para que
possamos
realizar
escolhas mais
condizentes com
o nosso
projeto
existencial,
o que vai
contribuir não
somente com o
crescimento
individual, mas
com o
crescimento dos
entes que nos
cercam.
A vida é uma
espiral que
espera de nós o
envolvimento e a
colaboração,
para se
movimentar de
forma que seja
alcançada a
finalidade
maior: a
evolução de
todos. Salienta
Joanna de
Ângelis:
Avançando lenta
e seguramente,
aprendendo com
as forças
vivas do
Universo,
entesoura os
recursos
preciosos do
conhecimento que
lhe custou
sacrifícios
inumeráveis no
longo curso das
experiências e
agora se
interroga a
respeito da
finalidade de
todo esse curso
de crescimento,
descobrindo, por
fim, que se
encontra no
limiar das
realizações
realmente
plenificadoras e
profundas,
porque são as
que significam
libertação dos
atavismos
remanescentes,
ampliando as
aspirações na
área das emoções
mais nobres,
portanto, menos
afligentes,
aquelas que não
deixam as
sequelas do
cansaço, da
amargura ou do
desânimo.
(grifo original)
Busquemos
conhecer as
dúvidas, os
medos, as
angústias e as
necessidades que
são parte de
nós. Estejamos
conscientes da
presença de
inúmeras
patologias
sociais que
interferem de
forma singular
em nossos
comportamentos e
vivências.
As dimensões
superiores
não estão fora
de nós. Estão
dentro de cada
coração, que
guarda a chama
da energia
divina em
latência,
herança sublime
do Criador,
causa primeira
da nossa
existência.
Exercitar o
autoconhecimento
significa pensar
sobre o si
(história
passada,
pretérita e
futura), as
construções das
instituições
sociais
(família,
escola, relações
sociais) e a
nossa identidade
como Ser.
No momento em
que realizamos a
tarefa do
autoenfrentamento,
a cortina das
ilusões (que
não permite que
possamos ver a
nós mesmos)
começa a se
transubstanciar,
gerando um
momento de
estranhamento.
Começamos a
estranhar o que
não
conhecemos em
nós. As ilusões
mascaram o
momento do
autoencontro.
Eclodem
conflitos
íntimos que se
projetam no
exterior. Por
vezes, queremos
mudar e não
conseguimos.
Muitos corações
esforçados se
perdem nesse
momento, no qual
ocorre o
autoencontro,
quando a
perseverança
floresce, a
esperança (re)nasce
e o
autoconhecimento
prossegue,
acompanhado do
enfrentamento
dos desafios,
resultando no
crescimento de
cada um.
A verdade
liberta. Não a
verdade de
outrem nem a
verdade que o
mundo criou para
nós, mas a
verdade que
habita o nosso
Ser e que é
nossa tarefa
descobrir. De
nada adianta
ditar normas e
construir formas
de condutas que
receitamos aos
demais, ao mesmo
tempo em que as
rejeitamos para
nós.
Conscientes da
importância de
evoluir e
dispostos a nos
renovar,
candidatamo-nos
à entrada nos
portais do
conhecimento, do
aprendizado e
das modificações
interiores,
capazes de
promover
mudanças
vibracionais
em nosso íntimo
e em nosso
círculo de
relações.
Ensaiamos para
ser pérola em
meio ao nácar,
vencer as
resistências às
mudanças e ter
coragem para
sair de um lugar
que, embora
seguro, já não
contempla nossas
necessidades
existenciais.
O grande
laboratório
humano se
constrói dentro
de cada ser,
universo
particular a
interferir no
universo
coletivo. O
exemplo da
conduta posta em
prática – não
apenas teorizada
– é a força mais
poderosa de
progresso
social.