Aprendendo
com Léon
Denis
Estágios
Parte I
O homem
deteriora
suas
forças
nas
obras
horizontais
da Terra
e foge
aos
esplendores
de sua
tarefa
espiritual
“(...)
Voltando
com o
progresso
que já
realizou
e
adquirindo
de cada
vez
alguma
coisa
mais, a
Alma
passa
gradualmente
da
barbárie
à
civilização
moral."
-
Allan
Kardec.
Em suave
“dégradée”
evolutivo,
a
Humanidade
vai
pouco a
pouco
vivenciando
suas
experiências
nos
variegados
níveis
do
progresso...
Léon
Denis, a
um só
tempo,
pergunta
e
analisa:
“Fala-se
muito de
progresso;
mas que
se
entende
por
progresso?
É uma
palavra
vazia e
sonora,
na boca
de
oradores,
pela
maior
parte
dos
materialistas,
ou em um
sentido
determinado?
Vinte
civilizações
têm
passado
pela
Terra,
iluminando
com seus
alvores
a marcha
da
Humanidade.
Seus
grandes
focos
brilharam
na noite
dos
séculos;
depois,
extinguiram-se.
E o
homem
não
discerne,
ainda,
atrás
dos
limitados
horizontes
de seu
pensamento,
o além
sem
limites
onde o
leva o
destino.
Impotente
para
dissipar
o
mistério
que o
cerca,
deteriora
suas
forças
nas
obras
horizontais
da Terra
e foge
aos
esplendores
de sua
tarefa
espiritual,
tarefa
que fará
sua
verdadeira
grandeza.
A fé no
progresso
não
caminha
sem a fé
no
futuro,
no
futuro
de cada
um e de
todos.
Os
homens
não
progridem
e não se
adiantam,
senão
crendo
no
futuro e
marchando
com
confiança
e
certeza
para o
ideal
previsto.
O
progresso
não
consiste
somente
nas
obras
materiais,
na
criação
de
máquinas
poderosas
e de
toda a
ferramenta
industrial;
do mesmo
modo,
não
consiste
em
descobrir
processos
novos de
arte, de
literatura
ou
formas
de
eloquência.
Seu mais
alto
objetivo
é
empolgar,
atingir
a ideia
primordial,
a ideia
mãe que
há de
fecundar
toda a
vida
humana,
fonte
elevada
e pura
de onde
hão de
dimanar
conjuntamente
as
verdades,
os
princípios
e os
sentimentos
que
inspirarão
as obras
de peso
e as
nobres
ações.
É tempo
de
compreendê-lo:
a
Civilização
não se
pode
engrandecer,
a
Sociedade
não pode
subir,
se um
pensamento
cada vez
mais
elevado,
se uma
luz mais
viva não
vierem
inspirar,
esclarecer
os
Espíritos
e tocar
os
corações,
renovando-os.
Somente
a ideia
é mãe da
ação.
Somente
a
vontade
de
realizar
a
plenitude
do ser,
cada vez
melhor e
maior,
nos pode
conduzir
aos
cimos
longínquos
em que a
Ciência,
a Arte e
toda a
obra
humana
acharão
sua
expansão,
sua
regeneração.
Tudo
no-lo
diz: o
Universo
é regido
pela Lei
da
Evolução;
é isso o
que
entendemos
pela
palavra
progresso.
E nós,
em nosso
princípio
de vida,
em nossa
Alma e
em nossa
consciência,
estamos
para
sempre
submetidos
a essa
Lei.
Hoje não
se pode
desconhecer
essa
força,
essa Lei
soberana;
ela
conduz a
Alma e
suas
obras,
através
do
infinito
do tempo
e do
espaço,
a um fim
cada vez
mais
elevado;
mas essa
Lei não
é
realizável
senão
por
nossos
esforços.
(...) A
Alma vem
de Deus;
é, em
nós, o
princípio
da
inteligência
e da
vida.
Essência
misteriosa
escapa à
análise
como
tudo
quanto
dimana
do
Absoluto.
Criada
por
amor,
criada
para
amar,
tão
mesquinha
que pode
ser
encerrada
numa
forma
acanhada
e
frágil,
tão
grande
que, com
um
impulso
do
pensamento,
abrange
o
Infinito,
a Alma é
uma
partícula
da
Essência
Divina
projetada
no mundo
material.
Desde a
hora em
que caiu
na
matéria,
qual foi
o
caminho
que
seguiu
para
remontar
até ao
ponto
atual da
sua
carreira?
Necessário
foi
passar
por vias
escuras,
revestir
formas,
animar
organismos
que
deixava
ao sair
de cada
existência,
como se
faz com
um
vestuário
inútil.
Todos
esses
corpos
de carne
pereceram,
o sopro
dos
destinos
dispersou-lhes
as
cinzas,
mas a
Alma
persiste
e
permanece
na sua
perpetuidade,
prossegue
sua
marcha
ascendente,
percorre
as
inúmeras
estações
da sua
viagem e
dirige-se
para um
fim
grande e
apetecível,
um fim
que é a
perfeição.
Tal como
as
sementes,
a Alma
contém,
no
estado
virtual,
todos os
germens
dos seus
desenvolvimentos
futuros.
É
destinada
a
conhecer,
adquirir
e
possuir
tudo.
Como,
pois,
poderia
ela
conseguir
tudo
isso
numa
única
existência?
A vida é
curta e
longe
está a
perfeição!...
Poderia
a Alma,
numa
única
vida,
desenvolver
seu
entendimento,
esclarecer
a razão,
fortificar
a
consciência,
assimilar
todos os
elementos
da
sabedoria,
da
santidade
e do
gênio?
Para
realizar
os seus
fins,
tem de
percorrer,
no tempo
e no
espaço,
um campo
sem
limites.
É
passando
por
inúmeras
transformações,
no fim
de
milhares
de
séculos,
que o
mineral
grosseiro
se
converte
em
diamante
puro,
refratando
mil
cintilações.
Sucede o
mesmo
com a
Alma
humana.
O
objetivo
é a
evolução,
a razão
de ser
da vida
não é a
felicidade
terrestre,
como
muitos
erradamente
o creem,
mas o
aperfeiçoamento
de cada
um de
nós,
esse
aperfeiçoamento
devemos
realizá-lo
por meio
do
trabalho,
do
esforço,
de todas
as
alternativas
da
alegria
e da
dor, até
que nos
tenhamos
desenvolvido
completamente
e nos
elevado
ao
estado
celeste.
Se há na
Terra
menos
alegria
do que
sofrimento,
é que
este é o
instrumento
por
excelência
da
educação
e do
progresso,
um
estimulante
para o
ser,
que, sem
ele,
ficaria
retardado
nas vias
da
sensualidade.
A dor
física e
moral
forma a
nossa
experiência.
A
sabedoria
é o
prêmio.
Pouco a
pouco a
Alma se
eleva e,
conforme
vai
subindo,
nela se
vai
acumulando
uma soma
crescente
de saber
e
virtude;
sente-se
mais
estreitamente
ligada
aos seus
semelhantes;
comunica-se
mais
intimamente
com o
seu meio
social e
planetário.
Elevando-se
cada vez
mais,
não
tarda a
ligar-se
por
laços
pujantes
às
sociedades
do
Espaço e
depois
ao Ser
Universal.
A vida
do ser
consciente
é uma
vida de
solidariedade
e
liberdade.
Livre
dentro
dos
limites
que lhe
assinalam
as Leis
Eternas,
faz-se o
arquiteto
do seu
destino.
O seu
adiantamento
ou
atraso é
obra
sua.
Nenhuma
fatalidade
o
oprime,
salvo a
dos
próprios
atos,
cujas
consequências
nele
recaem;
mas não
pode se
desenvolver
e medrar
senão na
vida
coletiva
com o
recurso
de cada
um e em
proveito
de
todos.
Quanto
mais
sobe,
tanto
mais se
sente
viver e
sofrer
em todos
e por
todos.
Na
necessidade
de
elevar-se,
atrai a
si, para
fazê-los
chegar
ao
estado
espiritual,
todos os
seres
humanos
que
povoam
os
mundos
onde
viveram.
Quer
fazer
por eles
o que
por ele
fizeram
os seus
irmãos
mais
velhos,
isto é,
os
grandes
Espíritos
que o
guiaram
na sua
marcha
ascensional.
A
evolução
material,
a
destruição
dos
organismos
é
temporária;
representa
a fase
primária
da
epopeia
da vida.
As
realidades
imperecíveis
estão no
Espírito;
só ele
sobrevive
a esses
conflitos.
Todos
esses
invólucros
efêmeros
não são
mais do
que
vestuários
que vêm
ajustar-se
à sua
forma
fluídica
permanente,
isto é,
ao
Espírito
Imortal
que
antecede
e
sobrevive
ao corpo
físico.
Cobre-os
com
vestuários
para
representar
os
numerosos
atos do
drama da
evolução
no vasto
proscênio
do
Universo.”
- KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 129. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XXV, item 2.
- DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Rio [de Janeiro]: 2008.