ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
A
extinção das barreiras
Sem a
reencarnação, o homem de
hoje não seria mais
adiantado
que o dos primeiros
tempos
O mundo não é o mesmo,
após a vitória de Barack
Obama. Após a derrubada
de tantas barreiras,
frutos da intransigência
do homem, um negro
reassumiu, pela primeira
vez, o comando da nação
mais poderosa do planeta
Terra.
Na memória de todos, a
lembrança das palavras
de Martin Luther King:
"Eu tive um sonho.
Sonhei que um dia este
país viverá seu ideal
tal qual redigido em sua
declaração de
independência: temos
esta verdade por
evidente, que todos os
homens são criados
iguais". Com apenas 25
anos, Luther King foi a
pessoa mais jovem a ser
agraciada com o Prêmio
Nobel da Paz.
Os idealistas são
destemidos. Como a
costureira Rosa Parks,
que foi presa e multada
por ter-se recusado a
ceder o lugar, num
ônibus, a um branco. Por
tudo isso, essa frase
constou das mensagens de
celulares, nos Estados
Unidos: "Rosa Parks sentou
para Martin Luther King
caminhar. King caminhou
para Obama correr. E
Obama correu para que as
próximas gerações possam
voar".
A grande e poderosa
nação não poderia
suportar, por muito
tempo, tanta
demonstração de pobreza
de espírito. E o
movimento pela igualdade
atinge o auge em 1964,
com a Lei Federal dos
Direitos Civis, que
baniu a discriminação
racial em todos os
estabelecimentos
públicos.
Dentro desse espírito,
décadas antes a
Assembleia Geral das
Nações Unidas
estabeleceu uma série de
valores que devem ser
respeitados: a
Declaração Universal dos
Direitos Humanos,
aprovada em 10 de
dezembro de 1948, que
estabelece no seu Artigo
I que todos os seres
humanos nascem livres e
iguais, em dignidade e
direitos. São dotados de
razão e de consciência e
devem agir em suas
relações com espírito de
fraternidade.
Muito antes, em 26 de
agosto de 1789, a
Assembleia Nacional da
França aprovou a
Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão. O
Artigo 1º. estabelece
que os homens nascem e
são livres e iguais em
direitos. As distinções
sociais só podem
fundamentar-se na
utilidade comum. O
Artigo 4º. diz que a
liberdade consiste em
fazer tudo que não
prejudique o próximo:
assim, o exercício dos
direitos naturais de
cada homem não tem
limites senão aqueles
que asseguram aos outros
membros da sociedade o
gozo dos mesmos
direitos. Esses limites
apenas podem ser
determinados pela lei.
A regeneração moral do
homem só pode ser melhor
compreendida com a
consciência da
reencarnação. Se a
reencarnação fosse um
engodo, uma mentira,
Jesus a teria combatido,
como o fez com relação a
ideias e crenças
esdrúxulas. Cabe, aqui,
o registro das palavras
de Mahatma Gandhi:
"Acredito na unicidade
absoluta de Deus e,
portanto, de toda a
Humanidade. Que importa
termos muitos corpos?
Nossa alma é uma só".
Se Deus criasse para
cada corpo um Espírito
novinho em folha, a
Humanidade se renovaria
somente com as entidades
primitivas, que teriam
tudo o que aprender. O
homem de hoje não seria
mais adiantado que o dos
primeiros tempos, pois a
cada nascimento, o
Espírito teria que
recomeçar.
É compreensível que o
Espírito volte com o
progresso já realizado,
adquirindo, a cada
encarnação, uma
experiência a mais,
"passando gradualmente
da barbárie à civilização
material, e
desta à civilização
moral". (O
Evangelho segundo o
Espiritismo, capítulo
XXV (Buscai e achareis),
item 2. É assim que
"nosso globo, como tudo
quanto existe, está
sujeito à lei do
progresso. Progride
fisicamente pela
transformação dos
elementos que o compõem,
e moralmente pela
purificação dos
Espíritos encarnados e
desencarnados que o
povoam". (A
Gênese, capítulo
XVIII - Sinal dos
tempos, item 2.)
O Espiritismo nos
esclarece,
racionalmente, como se
processa essa reforma.
Compreendemos, então,
que pela força das
coisas, realizar-se-á a
revolução moral que
transformará a
Humanidade e mudará a
face do mundo. A ação do
elemento espiritual
sobre o mundo material
alarga o domínio da
Ciência e abre novas
clarinadas ao progresso
material. A fraternidade
deixa de ser uma palavra
vã, ela mata o egoísmo,
ao invés de ser morta
por ele. Conscientizado
dessas ideias, o homem a
ela conformará suas leis
e suas instituições
sociais.
No capítulo XII (Que a
mão esquerda não saiba o
que faz a direita) de O
Evangelho segundo o
Espiritismo, a
mensagem de Irmã Rosália,
no item 9, diz: "A
caridade moral consiste
em vos suportardes uns
aos outros, o que menos
fazeis neste mundo
inferior, em que estais
momentaneamente
encarnados"; "Essa
caridade, entretanto,
não deve impedir que se
pratique a outra. Pelo
contrário: pensai,
sobretudo, que não
deveis desprezar o vosso
semelhante".