Uma leitora de nossa
revista, sentindo muito o
falecimento de uma pessoa
querida, enviou-nos mensagem
em que descreve a saudade
que sente da amiga que
partiu e apresenta-nos uma
série de perguntas que
adiante reproduzimos,
seguidas do que é possível
responder-lhe com base nos
ensinamentos espíritas:
1) Consigo conversar com
minha amiga de forma que ela
ouça ou me entenda? Existe
tempo limite ou período para
que aconteça isso? Eu
consigo ser ouvida toda vez
que falo com ela? É
permitido dizer-lhe coisas
ou recomenda-se que eu não
me comunique e nem exponha
meus pensamentos ou
sentimentos?
R.: A morte não interrompe
nossas ligações com as
pessoas queridas. Ouvir-nos
e entender-nos estão mais em
função do equilíbrio que o
desencarnado apresente. Os
pensamentos e as ideias que
transmitimos devem
contribuir para a
harmonização daqueles que
partiram, visto que eles
necessitam de algum tempo
para se readaptarem às novas
condições do mundo em que
passaram a viver pós-morte
corpórea. Podemos conversar
com os entes queridos nos
momentos de prece, de
meditação e durante o sono
corpóreo.
2) Ela lê meus pensamentos?
R.: Sim. Ela os pode ler,
perfeitamente. Isso
dependerá apenas da condição
em que se encontre, tal como
dito na resposta anterior.
3) Poderei continuar tendo a
companhia dela para o resto
de minha vida? Ela poderá me
esquecer? Em que
circunstâncias irei
reencontrá-la? Pode
acontecer de ela reencarnar
antes de eu morrer? Posso
nunca mais encontrá-la? Deus
permite que ligações entre
Espíritos permaneçam em vida
e após a morte?
R.: Os sentimentos nutridos
pelos seres que se amam,
quando ultrapassam os
interesses materiais,
perduram e se fortalecem ao
longo da vida. É com base
nisso que se formam as
chamadas famílias
espirituais. Diz Kardec,
reportando-se às famílias
espirituais, que aqueles que
continuam no mundo
espiritual enquanto outros
reencarnam continuam a
manter contato e, às vezes,
tornam-se protetores uns dos
outros, quando o sentimento
do amor é que os move.
4) Eu a terei nos momentos
futuros da minha vida que
sejam marcantes para mim
(casamento, nascimento dos
filhos, reencontro com os
parentes dela)?
R.: Nossos amigos
espirituais preocupam-se
conosco, visitam-nos e até
nos ajudam em muitos
momentos da vida. Desse
modo, a presença espiritual
de sua amiga nos eventos
citados é algo perfeitamente
possível.
5) Como eu poderia fazer
para ter contato com ela de
alguma forma? Posso
chamá-la, ou evocá-la nos
momentos em que quero a
companhia dela?
R.: Não é preciso contar com
a ajuda de um médium para
tais contatos. Podemos
encontrar nossos amigos
desencarnados toda vez que
nosso corpo adormece. É
evidente que há casos em que
esses contatos podem
tornar-se inconvenientes e
aí, sempre com vistas ao
bem, pode haver alguma
interferência de nossos
protetores. Caso contrário,
é algo que pode ocorrer e
certamente ocorre com todos
aqueles que se amam.
6) Como posso saber como ela
está? Será que ela já está
realmente bem? Ela pode
estar em luz e me visitar e
me fazer companhia mesmo
assim?
R.: A partir dos contatos
com ela, na esfera do sonho
ou nos momentos de
meditação, é possível sentir
como ela se encontra, fato
que lhe virá na forma de
intuição.
7) Ela pode se tornar um
anjo da guarda meu e me
auxiliar nos momentos
difíceis?
R.: Sim, isso é
perfeitamente possível, mas
dependerá do programa que
cada uma deve cumprir ao
longo das futuras
existências.
8) Por que ela morreu tão
cedo se tinha tanta coisa
para completar ainda?
R.: A duração da existência
corpórea, salvo os casos de
suicídio direto e indireto,
faz parte da programação
reencarnatória e das
necessidades de cada pessoa.
Todos nós temos tarefas
importantes a cumprir no
mundo espiritual, que é,
conforme aprendemos no
Espiritismo, o mundo real
que preexiste e sobrevive a
este. O espírita deve
entender que a vida
prossegue exuberante tanto
na Terra como em outros
mundos e, ainda, nas
chamadas cidades
espirituais.
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