WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São
Paulo (Brasil)
Alcoolismo
juvenil: uma
omissão familiar
“Não se educa
sendo
deseducado. Não
se disciplina
sem estar
disciplinado.”
(Amélia
Rodrigues, no
Livro
“Sementeira da
Fraternidade”,
de Divaldo P.
Franco.)
Cresce no meio
jovem o consumo
de bebidas
alcoólicas.
Bares,
restaurantes,
lanchonetes,
clubes sociais,
avenidas estão
repletas de
jovens que,
displicentemente,
fazem uso, em
larga escala e
abertamente, das
bebidas
deletérias e
nocivas que não
só desfiguram e
arrasam o corpo
como agridem e
violentam o
caráter.
Contra outros
tipos de tóxicos
levanta a
sociedade, mesmo
que palidamente,
no combate, nem
sempre eficaz,
mas o álcool,
esse “veneno
livre”, campeia
à solta, e quase
sempre apoiado
por grandes e
bem produzidas
campanhas de
mídia e aceito
com naturalidade
por nós.
Tomar um “gole”
ainda hoje, em
pleno século
XXI, quando o
homem já foi à
lua, passeou com
um robô de
controle remoto
em marte e
avança
esplendidamente
em todos os
setores da
ciência,
inclusive em
conhecimentos de
medicina, é um
ato de afirmação
do jovem, como
sinônimo de que
ele já começa a
adentrar o
sonhado mundo
dos adultos.
Puro engano.
Pena que a sua
visão de vida e
os seus
objetivos na
existência,
muito acanhados,
não lhe permitam
identificar,
também por falta
de
conscientização
que o adulto não
lhe deu, o
abismo em que
está
mergulhando.
Uma organização
infanto-juvenil,
em formação, sem
dúvida, com
ingestão de
álcool não
poderá possuir a
saúde que teria
se evitasse o
consumo de tão
corrosiva
substância.
Isso,
evidentemente,
sem citar os
estragos morais
da
personalidade.
Mas o problema é
muito sério e de
uma gravidade
sem contas.
Temos sim,
necessidade de
maior
participação de
nossas
autoridades
constituídas,
que muitas vezes
laboram com
grandes
deficiências de
material humano
e de
equipamentos,
ante a situação
caótica em que
vive a
sociedade.
Precisamos
também que o
comércio de
bebidas
alcoólicas não
venda essa
“tragédia
engarrafada ou
enlatada” aos
menores.
No entanto, a
solução só virá
com a devida
conscientização
da família. Não
haverá outro
meio e nem
outros
mecanismos que
evitem a
derrocada da
grande maioria
dos nossos
jovens.
Já foi dito que
a criança ou o
jovem imitam o
adulto, isso
significa dizer
que se o jovem
está utilizando
o álcool foi
porque viu o
adulto fazê-lo.
E o que é mais
grave, esses
jovens, em
grande escala,
consomem bebidas
junto com seus
pais, em clima
de festa, de
euforia mesmo.
Lamentável.
Indiscutivelmente,
pais que
consomem álcool
não têm moral
para impedir que
os filhos o
façam. Não terão
autoridade para
dizer que faz
mal à saúde
física e ao
caráter, pois
que são escravos
do vício.
É triste, muito
triste mesmo,
identificar que
muitos
alcoólatras que
afirmam não
sê-lo,
escondem-se
atrás das
bebidas sociais,
sim, aquelas que
se consomem nas
rodas da
sociedade. O
alcoólatra não é
somente aquele
que se estende
numa sarjeta,
mas é todo
consumidor de
álcool.
Dolorosa
realidade a do
alcoolismo
juvenil; mais
dolorosa ainda é
constatar, sem
qualquer
equívoco, a
omissão da
família. Esses
pais,
indiferentes e
descuidados,
estimulam ou se
omitem hoje,
para,
provavelmente,
chorarem amanhã,
quando
dificilmente
haverá tempo
para reparos.
Os nossos jovens
precisam muito
mais do que
roupas da moda,
carros do ano,
motos
envenenadas,
escolas de alto
nível, médicos
especializados.
Eles precisam de
educação, que só
virá através dos
exemplos dos
adultos,
especialmente
dos adultos com
quem convivem.
O jovem que se
dá ao consumo de
bebidas
alcoólicas é
vítima, muito
frequentemente,
vítima da
omissão
familiar.
Portanto, pouco
vai adiantar
instituição de
leis, normas,
fiscalizações se
entre as paredes
do lar a
indiferença
continuar.
Alcoolismo
juvenil: a
família precisa
acordar.