ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil)
|
Socialismo e Espiritismo
Léon Denis
(Parte
3)
Continuamos a apresentar o
estudo do clássico
Socialismo e Espiritismo,
de Léon Denis, com base
na tradução
de
Wallace Leal V.
Rodrigues, publicada
pela Casa Editora O
Clarim.
Questões preliminares
A. As lições trazidas
pela Grande Guerra
trouxeram os frutos que
se esperavam?
Em janeiro de 1924, após
o encerramento da Grande
Guerra, diz Léon Denis
que os Espíritos lhe
disseram que as lições
da Guerra não trouxeram
os frutos que se
poderiam esperar.
Passado o perigo, a
matéria caiu mais
pesadamente sobre o
Espírito e superexcitou
os apetites e a avidez.
Como deter esse
transbordamento de
paixões que arrastava a
todos para o abismo?
Suprimindo o meio que as
desencadeia: o dinheiro.
Daí a crise financeira
que acometia o mundo
naqueles anos
longínquos. Todos seriam
atingidos do ponto de
vista social ou
financeiro, porque, de
acordo com uma lei
imanente e superior,
todo capital adquirido
sem escrúpulo, sem
trabalho, será
volatilizado. Ruínas sem
número e a queda de
muitos e grandes
estabelecimentos seriam
inevitáveis.
(Socialismo e
Espiritismo, pág. 58.)
B. Que é preciso à
sociedade terrestre para
progredir?
Ela deve renunciar ao
materialismo e apoiar-se
sobre esta noção mais
alta das existências
sucessivas do ser e de
uma vida universal
regida por leis de
equidade e de harmonia.
Nessas leis
encontrar-se-á o remédio
que supre os nossos
males e a solução dos
graves problemas da hora
presente e do futuro. É
preciso ver na matéria o
que ela realmente é: um
meio de ascensão e não
uma finalidade.
Aprendamos a conhecer e
a nos comunicar com este
universo invisível no
qual se desenrolam
nossos destinos sem
limites. Aprendamos a
pôr nossas vibrações e
nossos pensamentos em
harmonia com o mundo dos
Espíritos, no qual
seremos chamados a viver
nossa verdadeira vida.
(Obra citada, pp. 60 e
61.)
C. Que frutos nos
proporcionou a moral
dita positiva?
Os conflitos bélicos e a
mentalidade das gerações
moldadas conforme a
moral da escola laica,
eis os frutos que disso
saíram. A moral é uma
das expressões da lei
eterna, divina, de
evolução e progresso,
lei da qual ela é
inseparável, pois nela
encontra seu apoio e sua
sanção. É por isso que a
moral dita positiva,
separada da noção da
imortalidade e da ideia
de Deus, é sempre fria,
não impressiona nenhum
Espírito, nenhum
coração, e permanece
estéril.
(Obra citada, pág. 64.)
Texto para leitura
25. A sanção torna-se
desse modo precisa. Cada
um de nossos atos recai
sobre nós e seu conjunto
constitui a trama de
nosso destino. A justiça
e a solidariedade
encontram aí sua plena e
inteira aplicação. Os
ensinamentos dos
Espíritos exercem sobre
aqueles que os recebem
uma impressão profunda,
pois que emanam, as mais
das vezes, de seres que
conhecemos e amamos na
Terra, os quais
descrevem suas sensações
na vida espiritual, suas
situações boas ou más,
segundo os seus méritos
e o seu grau evolutivo.
(Pág. 53)
26. Esses ensinamentos
proporcionam a todos nós
uma compreensão mais
nítida das grandes leis
de justiça e de harmonia
que regem o Universo e,
por isso, oferecem maior
coragem na prova, maior
resolução no cumprimento
do dever. Cria-se então
uma atmosfera de
fraternal confiança que
torna mais fácil a
solução de numerosos
problemas sociais que o
egoísmo, a ignorância e
o ódio haviam até aqui
tornado insolúveis.
(Pág. 54)
27. Em realidade
poder-se-ia dizer que o
Espiritismo é um
Socialismo etéreo
baseado sobre as regras
absolutas da justiça e
sobre as leis da
consciência e da razão.
Seus princípios são
imutáveis e mostram à
Humanidade o caminho do
dever pelo qual ela se
proporcionará a
verdadeira luz e a
plenitude de suas
liberdades e de seus
direitos. Os espíritas
sabem que a obra divina
representa o trabalho da
justiça, a sabedoria e a
beleza. Tudo age,
progride e sobe, desde o
átomo até Deus. As leis
da evolução são
soberanas, mas na Terra
essa evolução não pode
ser senão lenta e
gradual. (Pág. 56)
28. É essa lei sublime
que estabelece conexão
com a noção do direito e
do dever, a de todo o
indivíduo participar na
ordem social na razão do
seu grau evolutivo. Uns
trabalham na ordem
imediata para assegurar
os direitos de uma vida
transitória, outros para
uma finalidade mais
vasta na ordem futura,
para preparar a evolução
coletiva. Se todos os
homens estivessem
penetrados do esplendor
dessas leis,
compreenderiam a
finalidade que perseguem
através dos tempos e se
associariam de todo o
seu coração, de toda a
sua alma, à obra
universal da beleza e da
harmonia, pois saberiam
que, trabalhando para o
todo, trabalhariam para
si mesmos. Não se veriam
então tantos ódios,
resistências, revoltas e
outros males. (Pág.
57)
29. Em janeiro de 1924,
após o encerramento da
Grande Guerra, diz Léon
Denis que os Espíritos
lhe disseram que as
lições da Guerra não
trouxeram os frutos que
se poderiam esperar.
Passado o perigo, a
matéria caiu mais
pesadamente sobre o
Espírito e superexcitou
os apetites e a avidez.
Como deter esse
transbordamento de
paixões que arrastava a
todos para o abismo?
Suprimindo o meio que as
desencadeia: o dinheiro.
Daí a crise financeira
que acometia o mundo
naqueles anos
longínquos. Todos seriam
atingidos do ponto de
vista social ou
financeiro, porque, de
acordo com uma lei
imanente e superior,
todo capital adquirido
sem escrúpulo, sem
trabalho, será
volatilizado. Ruínas sem
número e a queda de
muitos e grandes
estabelecimentos seriam
inevitáveis. (N.R.: A
predição feita pelos
Espíritos cumpriu-se em
todos os seus pontos. A
inflação corroeu a
economia alemã e
europeia. A crise de 29
levou os Estados Unidos
à bancarrota. Como a
sociedade insistiu em
sua dureza de
propósitos, a 2a
Guerra Mundial acabou
chegando mais cedo do
que se pensava.)
(Pág. 58)
30. Do ponto de vista
espiritual, é preciso
regenerar a massa
através do trabalho e de
uma orientação nova,
pois é pelo trabalho que
se podem criar os
objetos necessários às
mudanças que são as
fontes vitais da
existência. Há ainda o
medo, que é o início da
sabedoria. Importava,
pois, que cada um se
voltasse para si mesmo.
Uma nação sem ideal, sem
um fim elevado, é logo
reduzida a pó. Da mesma
forma que, para
contemplar um quadro, é
preciso um certo recuo
da parte do observador,
para julgar a
civilização é preciso
considerá-la do alto.
Sob suas faces
brilhantes via-se então
aparecer o longo cortejo
de seus erros, de seus
defeitos, de suas
misérias morais, e sua
maior falta foi ter dado
um espaço muito grande
às coisas da matéria,
passageira e perecível,
em detrimento do
espírito, cuja vida é
imortal e infinita.
Resulta daí uma
contradição com a lei
suprema de evolução e,
desta contradição,
decorre um estado
social, uma situação
perturbada, falseada,
por vezes dolorosa.
(Págs. 59 e 60)
31. Rendamos ao espírito
sua supremacia e vejamos
na matéria o que ela
realmente é: um meio de
ascensão e não uma
finalidade. Aprendamos a
conhecer e a nos
comunicar com este
universo invisível no
qual se desenrolam
nossos destinos sem
limites. Aprendamos a
pôr nossas vibrações e
nossos pensamentos em
harmonia com o mundo dos
Espíritos, no qual
seremos chamados a viver
nossa verdadeira vida.
(Pág. 60)
32. A sociedade
terrestre, para
prosseguir esta
evolução, deve renunciar
ao materialismo, que é
insuficiente, e
apoiar-se, doravante,
sobre esta noção mais
alta das existências
sucessivas do ser e de
uma vida universal
regida por leis de
equidade e de harmonia.
Nessas leis
encontrar-se-á o remédio
que supre os nossos
males e a solução dos
graves problemas da hora
presente e do futuro.
(Pág. 61)
33. A sabedoria antiga
já recomendava:
“Conhece-te a ti mesmo!”
Mas o que o homem
conhece de menos é ele
mesmo, e dessa
ignorância decorre a
maior parte de seus
erros, de suas faltas,
de seus males. É que o
homem moderno não se
interessa senão por seu
envoltório material, ou
seja, o que há de menos
essencial em nós.
(Pág. 62)
34. O homem ouve
raramente as vozes que
falam nele, distraído
que está, na maioria das
vezes, pelas
preocupações exteriores.
Ora, abafadas as vozes
da consciência, afogadas
as fontes de inspiração
sob a onda montante dos
interesses e das paixões
materiais, o ensinamento
dos Espíritos vem
restabelecer a lei moral
e chamar a todos às
regras da vida aqui
embaixo e no Além.
(Pág. 63)
35. Por esse ensinamento
a justiça surge-nos como
uma norma do Universo,
não como a justiça
humana, defeituosa
sempre, mas a justiça
divina, infalível,
temperada pela
misericórdia. Nada de
penas eternas, mas a
possibilidade para todos
os culpados da
reparação, da
reabilitação pela
expiação, pela dor.
(Pág. 63)
36. O Espiritismo, bem
compreendido, bem
praticado, torna-se
assim para os corações
sofredores, para as
almas desoladas, uma
fonte imensa de força
moral e de consolações.
A moral é uma das
expressões da lei
eterna, divina, de
evolução e progresso,
lei da qual ela é
inseparável, pois nela
encontra seu apoio e sua
sanção. É por isso que a
moral dita positiva,
separada da noção da
imortalidade e da ideia
de Deus, é sempre fria.
Não impressiona nenhum
coração, nenhum Espírito
e permanece estéril. É a
semente atirada sobre a
rocha. Foi a moral da
escola laica durante
trinta anos e dela
podemos constatar os
frutos ásperos na
mentalidade das gerações
que dela saíram.
(Pág. 64)
(Continua no próximo
número.)